quinta-feira, 31 de julho de 2014

Cinema de Julho

* Fargo S01 (2014) de Noah Hawley   ★★★★★
Cherry, Harry & Raquel! (1970) de Russ Meyer   ★★★
Beneath the Valley of the Ultra-Vixens (1979) de Russ Meyer   ★★
Angst essen Seele auf (1974) de Rainer Werner Fassbinder   ★★★★
The Internet’s Own Boy : The Story of Aaron Swartz (2014) de Brian Knappenberger   ★★★★
The Snow Walker (2003) de Charles Martin Smith   ★★★
The Big Red One (1980) de Samuel Fuller   ★★★★
Mea Maxima Culpa : Silence in the House of God (2012) de Alex Gibney   ★★★★
Blackfish (2013) de Gabriela Cowperthwaite   ★★★★
Retroactive (1997) de Louis Morneau   ★★★
Edge of Tomorrow (2014) de Doug Liman   ★★★★
Mildred Pierce (1945) de Michael Curtiz    ★★★★★
Butterfield 8 (1960) de Daniel Mann   ★★★
American Psycho (2000) de Mary Harron   ★★★★
The Raid 2 : Berandal (2014) de Gareth Evans   ★★★★★
* Californication S07 (2014) de Tom Kapinos   ★★★★
Thirteen (2003) de Catherine Hardwicke   ★★★
From Beyond (1986) de Stuart Gordon   ★★★★
Wild at Heart (1990) de David Lynch   ★★★★
The Lost Boys (1987) de Joel Schumacher   ★★★

"Os vagabundos da Verdade" de Jack Kerouac

Prometi a mim mesmo começar vida nova: «Peregrinarei por todo o Oeste e pelas montanhas do Leste, e pelo deserto, com uma mochila às costas e da maneira mais pura.»

sábado, 26 de julho de 2014

Agusa | Högtid (2014)



É tempo de colocarem a tiara revivalista alusiva aos 70’s e rodarem “Högtid” dos suecos – selo Stereo Kommun2 / Transubstans Records – Agusa. Testemunhem uma das mais brilhantes e gritantes orgias entre o Psychedelic Rock, Progressive Rock e Krautrock num ritual imensamente estimulante. Banhem-se no vómito emancipado de uma guitarra indomável que desbrava com excelência e supremacia toda uma indecifrável textura étnica, e que nos deixa confinados à infinita acuidade sensorial de uma experiência tão para lá da acordada consciência. Percam-se por entre os arranjos musicais de um órgão criador de uma atmosfera progressiva omnipresente, capaz de nos seduzir e conduzir pelos mares sedados dos temas que compõem “Högtid”. Agitem-se prazerosamente ao som de um baixo Krautrock’eano tremendamente hipnótico e dançante que se pavoneia com extrema elegância e singularidade, e delirem ao som de uma bateria mutável que pauta com enorme maestria os contrastes atmosféricos que coabitam a alma embriagada e conturbada deste disco. Comunguem “Högtid” e preparem-se para uma verdadeira odisseia profética oxigenada pelo misticismo religioso de quem governa a igreja do bem-estar.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

T-Rex Quiet | T-Rex Quiet (2014)


Desconheço a existência de um deserto milanês, mas este trio italiano acabou de estender todo um tapete areoso de horizontes incendiados a perder de vista e onde coexistem imponentes saguaros e vistosas palmeiras. T-Rex Quiet presenteia-nos com uma sonoridade desértica onde os instrumentos bocejam e se espreguiçam numa viagem modorrenta e tranquilizante. Recostem-se e saboreiem toda esta harmonia veraneia tocada com primazia. Vão sentir-se embrulhados numa brisa extasiante e onírica que cerrará as pálpebras da consciência. Deliciem-se com uma guitarra uivante e dançante que se serpenteia pelas quentes dunas de um deserto vigiado pelo sol. Sintam as palpitações aprazíveis de um baixo groovesco que nos enfeitiça com o seu bafo caloroso, e as hipnóticas incursões de uma bateria delirante. Uma odisseia fervilhante e estarrecedora que nos entorpece os músculos faciais e cospe para um universo onírico. Desfrutem estes riff’s Brant Bjork’eanos transpirados de sensualidade e psicadelismo. Cuidado com a longa exposição, pois vai ser fácil bronzearem com este disco!

Prisma Circus - Reminiscences (2013)


Espanha, 1970. Ups, 2013. A sonoridade setentista brilhantemente posta em prática pelo trio catalão quase que nos engana no que diz respeito à sua data de nascimento. Prisma Circus apresenta-nos em “Reminiscences” um disco tingido de referências aos groovescos anos 70. Uma das mais admiráveis transfusões do ADN Hard/Psych Rock de há meio século directamente vindo para a península ibérica. Não tenho qualquer reserva em afirmar que passaram a ser a minha banda favorita da actualidade musical espanhola. Imaginem uma estonteante mistura entre Jimi Hendrix e Led Zeppelin resultante numa saborosa cavalgada bluesada que nos enfeitiça do 1º ao derradeiro tema do disco. Respondam com espasmos dançantes a toda esta descarga rítmica e sensorial. Escorreguem na melosidade de uma guitarra que se espreguiça com exuberância e maestria; Percam-se nos seus solos alucinantes que aparecem e desvanecem em simultâneo, e viagem à velocidade de um riff portentoso e resplandecente que dificilmente vos manterá sentados. Salivem com as incursões mirabolantes de um baixo que transpira sensualidade, e sintam o seu bafo quente que convida ao desmoronamento da consciência e abre os penetráveis céus da percepção. Vai ser fácil imaginar John Bonham sentado atrás dos pratos e timbalões. “Reminiscences” tem uma das baterias mais ousadas e estimulantes que ouvira nos últimos anos (com direito a um hipnotizante solo em “Napalm”). Sintam todo um carnaval esquizofrénico capaz de vos embriagar de euforia e bem-estar. E no âmago de toda esta radiação psicotrópica irradiada pelo instrumental, ainda poderão testemunhar os ecos de uma profética voz ELOYeana! “Reminiscences” é o irromper dos 70’s pela estrada do espaço-tempo

P.S.: Mal posso esperar por experienciar Prisma Circus no Sonic Blast.