terça-feira, 30 de junho de 2015

Cinema de Junho!

Tiempo de Valientes (2005) de Damián Szifrón   ★★★★★
Hell on Wheels S02 (2012) de Joe Gayton & Tony Gayton   ★★★★★
Weekend (2011) de Andrew Haigh   ★★★★
Hell on Wheels S03 (2013) de Joe Gayton & Tony Gayton   ★★★★★
The Train Robbers (1973) de Burt Kennedy   ★★★☆☆
C’est arrivé près de chez vous (1992) de Rémy Belvaux, André Bonzel & Benoît Poelvoorde   ★★★★
Memento (2000) de Christopher Nolan   ★★★★★
Forks Over Knives (2011) de Lee Fulkerson   ★★★★★
Hell on Wheels S04 (2014) de Joe Gayton & Tony Gayton   ★★★★★
The Kid Stays in the Picture (2002) de Nanette Burstein & Brett Morgen   ★★★★
Over the Edge (1979) de Jonathan Kaplan   ★★★★
The Believer (2001) de Henry Bean   ★★★☆☆
Suport your Local Sheriff! (1969) de Burt Kennedy   ★★★☆☆
Repo Man (1984) de Alex Cox   ★★★☆☆
It Follows (2014) de David Robert Mitchell   ★★★☆☆

domingo, 28 de junho de 2015

Seventies Groove vol.9 : Dark - "Round the Edges" (1972)

Inglaterra, 1972. Depois de conhecida a singular banda The Wicked Lady, convertera-me instantaneamente num absoluto admirador e seguidor do seu guitarrista/vocalista Martin Weaver, que mais tarde acabaria por ingressar na banda Dark. Foi assim que esbarrei em Dark e testemunhei todas as inolvidáveis consequências inerentes a esta colisão. Esta obra-prima do Heavy-Psych Rock, com elementos jazzísticos e discretas invocações ao Blues e Rock Progressivo à mistura, simboliza uma das mais imediatas e apoteóticas referências da música Rock dos anos 70. Recordo-me de ter mergulhado num profundo estado de deslumbramento assim que ouvi “Round the Edges” pela primeira vez. Baseado em riffs electrizantes e vigorosos - bronzeados pelo intoxicante e nebuloso efeito fuzz – este disco encerra uma alma imensamente viandante e transcendente. A sonoridade de “Round the Edges” é bastante contagiante e de fácil fascinação. Pendulando entre a rispidez dos riffs e os solos contemplativos e hipnóticos criadores de uma atmosfera idílica, “Round the Edges” é uma verdadeira passarela onde o êxtase se envaidece com distinção. As duas guitarras perdem-se e encontram-se por entre a obscuridade sónica por elas criada, numa performance monstruosa de onde se avolumam riffs fibróticos e florescem solos gritantes e emancipadores que dispersam pela infinidade sensorial de quem os testemunha. O baixo tremendamente groove’sco e hipnótico – de respiração pesada - passeia-se com audível autoridade pelas desordenadas estradas por onde as guitarras se exaltam. A bateria galopante, de incursões deliciosamente ritmadas e imaginativas, domestica a sonoridade de “Round the Edges” com inesgotável fulgor. Destaco, ainda, a sedosa voz que – em perfeita comunhão com o instrumental - sobrevoa toda esta radiante erupção de prazer. Este é um dos discos mais cativantes que conheço. Um dos grandes discos da minha vida ao qual dedicarei intemporal admiração.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Blown Out | Planetary Engineering (2015)

Depois de “Drifting Way Out Between Suns” (review aqui) de 2014 e “Jet Black Hallucinations” (review aqui) de 2015, surge – agora – “Planetary Engineering” como prolongamento das suas jam’s fascinantes de efeitos profundamente sedativos e ataráxicos. Não há nada em Blown Out que não me seduza e conduza ao lado eclipsado da consciência. Com o crescimento da sua discografia, cresce também a minha admiração pelo trio inglês. Blown Out são – de facto – uma admirável e inesgotável fonte de criatividade usada para fins terapêuticos: a música. A par dos seus discos antecessores, “Planetary Enginnering” vem abastecido de um psicadelismo entorpecedor oxigenado pelas inebriantes e tranquilizantes brisas do Space e Kraut Rock. São 36 minutos de paralisante magnetismo e consequente expansão da nossa percepção pelas entranhas do Cosmos. Caiam de paraquedas neste intenso estado de satisfação e encantamento concebido pelas divagações siderais de uma guitarra messiânica que se espreguiça em entusiásticos e vertiginosos solos, pelo sombreado contemplativo, fascinante e hipnótico de um baixo omnipresente, e pelas empolgantes incursões de uma bateria que cavalga todo este exorcismo sónico com autoridade. Mesmo considerando “Jet Black Hallucinations” o álbum que mais me extasia, “Planetary Engineering” é – sem dúvida – um dos grandes nascimentos musicais do ano. Que as jam’s de Blown Out não percam fulgor e se transcendam pela eternidade. Eu preciso delas.

Blown Out visitam Portugal (Reverence Valada) dia 28 de Agosto. Mal consigo conter toda esta ansiedade por poder finalmente experienciar ao vivo uma das bandas que mais me seduz. Os Blown Out estão ainda receptivos a convites de outros promotores portugueses que estejam interessados nas suas odisseias metafísicas (ficam em solo português até dia 1 de Setembro).