quarta-feira, 18 de novembro de 2015

The Black Wizards | "Lake of Fire" (2015)

É impossível não ficar boquiaberto com a dimensão mediática que The Black Wizards conquistara em apenas um ano de existência. O seu EP de estreia apelidado de “Fuzzadelic” foi rodado de norte a sul do país com tremenda persistência, o que levou este jovem quarteto fielmente dedicado ao Heavy Psych n’ Blues a pisar os mais diversos palcos nacionais e recolher os mais sublimes e entusiásticos elogios. The Black Wizards causou no público seguidor deste movimento musical uma generalizada aceitação, e consequentemente o nome da banda passou a ser ouvido e conversado com tremenda familiaridade. Nove meses depois do nascimento de “Fuzzadelic”, a banda lança o seu tão ansiado primeiro álbum de longa duração denominado “Lake of Fire” que oficialmente sairá às ruas no próximo dia 27 de Novembro. De forma a celebrar este acontecimento, o Sabotage Club (em Lisboa) receberá nessa mesma noite os The Black Wizards que, na condição de anfitriões, prometem uma estonteante e avassaladora descarga decibélica que desprenderá todos os corpos radicados na sua periferia. 

Não querendo de todo causar um sentimento de ciúme, devo admitir com alguma vaidade que hoje mesmo foi-me dada a possibilidade de escutar o “Lake of Fire”, e é justo antecipar que se trata de um registo capaz de nos dilatar as pupilas do primeiro ao derradeiro tema. Com uma forte e indiscreta influência pela fragância sonora extraída do final dos anos 60 e inícios dos 70 – de onde ressaltam nomes da magnitude de Jimi Hendrix, Cream e Black Sabbath – a sonoridade de The Black Wizards situa-se num Heavy Psych vistoso e resplandecente de mãos dadas com o lado mais enegrecido do Blues. Esta mistura de dois géneros que tão harmoniosamente irmanam faz de “Lake of Fire” um disco extremamente envolvente e sedutor. As duas guitarras excêntricas encontram-se e desencontram-se por entre os seus solos alucinantes, indomáveis, berrantes e eufóricos que se desviam da rota conduzida pelo riff. O baixo de linhas intensas e dinâmicas passeia-se pausadamente pela atmosfera inebriante de “Lake of Fire”. A bateria galopante agita-se prazerosamente ao longo de todo o álbum recorrendo a enérgicas e arrebatadoras acrobacias que nos enfeitiçam. A voz macia, lasciva e corpulenta é rodeada pela nebulosidade radioactiva do fuzz que nos inunda a alma. Este é um disco de imediata veneração. Um disco de imoderada elegância aliada à irreverência. Impregnem-se em “Lake of Fire” e – de sorriso cicatrizado no rosto e consciência temulenta – sintam-se desfalecer de prazer ao som desmedidamente provocante de The Black Wizards.

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