quinta-feira, 30 de junho de 2016

Cinema de Junho

Bridegroom (2013) de Linda Bloodworth-Thomason   ★★★★
One-Eyed Jacks (1961) de Marlon Brando   ★★★★
Ride the Pink Horse (1947) de Robert Montgomery   ★★★☆☆
Hell Ride (2008) de Larry Bishop   ★★★★
All This Mayhem (2014) de Eddie Martin   ★★★★
Searching for Sugar Man (2012) de Malik Bendjelloul   ★★★★★
Coogan’s Bluff (1968) de Don Siegel   ★★★☆☆
Bang Bang You’re Dead (2002) de Guy Ferland   ★★★★
The Nice Guys (2016) de Shane Black   ★★★☆☆
Garden of Evil (1954) de Henry Hathaway   ★★★★
Crossroads (1986) de Walter Hill   ★★★★
Charro! (1969) de Charles Marquis Warren   ★★☆☆☆
Happythankyoumoreplease (2010) de Josh Radnor   ★★★★
Twin Peaks S01 (1990) de Mark Frost & David Lynch   ★★★★★

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Review: ⚡ Mephistofeles - ‘Whore’ (2016) ⚡

Da cidade argentina de Paraná chega-nos a psicotrópica exalação de ‘Whore’, o álbum de estreia do power-trio Mephistofeles. Com uma sonoridade robusta, provocante e dançante – resultada de um sísmico e renhido braço de ferro entre Electric Wizard e os texanos The Well – este álbum de alma demoníaca provoca em nós uma intensa e envolvente hipnose que nos encanta do primeiro ao derradeiro tema. Os seus riffs morfínicos de natureza inquisidora e luciférica serpenteiam-nos, seduzem-nos e possuem-nos com tremenda facilidade. É-nos instintivo responder a ‘Whore’ de olhos semicerrados, lucidez enevoada e a cabeça entregue a um perpétuo movimento pendular. Deixem-se anestesiar pelo embriagante e soberano Psych Doom ao som de uma guitarra tenebrosa de acordes corrosivos que nos desgastam a consciência e mirabolantes solos que nos trespassam e atiçam, um baixo poderoso e reverberante de linhas possantes, ondeantes e inflamantes que se agigantam e embatem no nosso peito, uma voz frígida, límpida e fecundante que nos mantém  acordados ao longo de toda esta doce e harmoniosa letargia, e ainda uma bateria tonificante e retumbante de condução carregada e arrastada que alimenta toda esta caravana de encontro ao lado eclipsado da nossa alma. Este é um álbum de essência demoníaca que nos possui e converte em seus devotos peregrinos. Um álbum nebuloso que nos canaliza a um profundo estado lenitivo que nos amortalha e massaja o cerebelo. Inalem esta verdadeira droga depressora apelidada de ‘Whore’ e sintam-se adormecer num sedoso e prazeroso coma. 2016 já precisava de um disco assim.

sábado, 25 de junho de 2016

Review: ⚡ Comet Control - ‘Center of the Maze’ (2016) ⚡

Oficialmente lançado no passado dia 24 de Junho via Tee Pee Records nos formatos de digital, CD e LP, ‘Center of the Maze’ representa a banda-sonora perfeita para um dia veraneio de sol vigilante que nos amorena com o seu bafo quente e vibrante, e onde revitalizantes e carinhosas brisas se passeiam e entrelaçam nos nossos cabelos. Admito que – depois de lançado o seu álbum de estreia em 2014 e de em 2015 ter testemunhado Comet Control ao vivo – dedicava a este segundo disco do quinteto canadiano as mais sublimes expectativas. Mas a verdade é que ‘Center of the Maze’ acabou por superá-las de forma surpreendente, provocando em mim um poderoso estado de deslumbramento que me dominara ao longo de todo o álbum. Baseada num cálido e envolvente Psych Rock em perfeita cumplicidade com um nebuloso e contemplativo Space Rock, a sonoridade onírica e sensual de ‘Center of the Maze’ tem o dom de nos eternizar e hipnotizar do primeiro ao derradeiro tema. É verdadeiramente extasiante deixarmo-nos encantar ao longo dos seus 43 minutos embrenhados numa lisérgica e embriagante comoção que nos mantem enraizados neste paradisíaco sonho acordado. As duas guitarras celestiais serpenteiam-se entre si, uivando comoventes, fascinantes e sidéricos solos, e aliando-se na criação de brumosos e montanhosos riffs que se distendem e oxigenam toda a esta radiosa atmosfera. O baixo bocejante de condução sólida e deliciosamente ritmada robustece com elegância e autoridade toda esta maravilhosa digressão sonora, a estarrecedora e cativante bateria tiquetaqueia com sagacidade esta sedada euforia, o dançante sintetizador de alma ancorada nos astros polvilha magia estelar, e a voz espectral, relaxante, sedosa e narcotizante sobrevoa com vaidade e leveza toda esta prazerosa e morfínica comoção. Banhem-se na psicotrópica radiação de ‘Center of the Maze’ e desmaiem na doce inércia que este exala. Este é um álbum que nos cega com a sua intensa resplandecência. Um álbum que nos bronzeia de êxtase e propulsiona pelo vasto e anestésico Cosmos. Recostem-se confortavelmente, fechem os olhos, golpeiem e eternizem o sorriso e vivenciem detidamente toda esta ataraxia em estado musical.