terça-feira, 11 de junho de 2019

Review: ⚡ Knei - 'III' (2019) ⚡

Sendo eu um intratável e insaciável admirador e consumidor de Blues Rock argentino (desde a sua raiz setentista aos frutos mais contemporâneos), não poderia ter regressado do novo álbum de Knei sem que o mesmo não tivesse provocado em mim toda uma dominância de tal magnitude que prontamente me arremessara para esta sua elogiosa dissertação escrita. ‘III’ é – tal como a sua designação sugere – o terceiro álbum deste fascinante power-trio localizado na cidade-capital de Buenos Aires, lançado no passado dia 7 de Julho através das mais variadas plataformas digitais. Fundamentada num requintado, mélico, lenitivo e aromatizado Psych Rock em harmonioso diálogo com um ostentoso, oleado, torneado e fogoso Blues Rock, a deslumbrante e extasiante sonoridade de ‘III’ é estofada de um carismático revivalismo que me enfeitiçara, namorara e conquistara logo à primeira audição. São 31 minutos atestados de uma esplendorosa conjugação entre a voluptuosidade, a destreza, a delicadeza e a virtuosidade que me deixara pasmado, embriagado e convulsionado pelo prazer. Uma ensolarada, odorosa e arrebatada exteriorização musical, pautada e temperada por uma admirável simbiose instrumental. De alma sublimada e corpo pendulado somos absorvidos e movidos por uma luxuosa guitarra que se envaidece em primorosos, aristocráticos, enfáticos e airosos acordes e se esvoaça em cuidados, maravilhosos, rebuscados e briosos solos de desarmante e incessante maviosidade, um baixo pulsante de linhas buliçosas, fluidas e vistosas, uma faustosa bateria de acrobacias audaciosas, cintilantes e talentosas, e ainda uma voz educada, suave e delicada que timoneia toda esta caprichada e inspirada extravagância via auditiva. ‘III’ é um álbum produzido e nutrido a uma mestria transbordante que me colocara os ouvidos em constante salivação e a alma em intensa enlevação. Um registo de natureza apaixonante – portador de uma distinta e simétrica nobreza – que promete cortejar a aceitação e consequente veneração dos ouvintes mais exigentes, e ainda batalhar por um lugar de destaque na lista dos melhores álbuns lançados em 2019. Um dos meus registos favoritos do ano está aqui, na acabada, magnética, feérica e consagrada obra-prima de Knei. Inebriem-se e purifiquem-se nela.

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