Review: ⚡ Wobbler - 'Dwellers of the Deep' (2020) ⚡

★★★★

Originário da cidade-capital de Oslo (Noruega) chega-nos o fabuloso quinto álbum esculpido pelo talentoso quinteto Wobbler. Designado de ‘Dwellers of the Deep’ e devidamente lançado pelo influente selo discográfico local Karisma Records nos formatos físicos de CD e vinil, este épico registo da adorável formação nórdica navega gloriosamente pelos mares de um aprumado, majestoso, charmoso e ornamentado Progressive Rock de estirpe revivalista e aura fabular – sublimemente magicado nos dourados e sagrados anos 70 onde se notabilizaram marcantes referências do género tais como Genesis, YES, Camel, Gentle Giant e os intratáveis Emerson, Lake & Palmer – que me envolvera, enfeitiçara e comovera do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade de vestes aristocráticas e crenças mitológicas – superiormente conduzida a faustosas, elaboradas, cuidadas e auspiciosas composições – bamboleia-se entre delicadas, contemplativas e espaçadas melodias climatizadas a bruma onírica e massajadas a embriagante placidez, e estonteantes, labirínticos e extravagantes remoinhos impecavelmente centrifugados pela provocante, incrível e dialogante simbiose instrumental. De pupilas dilatadas, semblante pasmado, espírito deslumbrado e atenção firmemente atrelada à imponente, envolvente e sumptuosa musicalidade que se serpenteia e pavoneia com ofuscante vistosidade, somos embalados numa epopeica odisseia sensorial nutrida por uma magnificente guitarra de aparatosos, romanescos e primorosos acordes tecidos a desarmante beleza, e ziguezagueantes, gloriosos e trepidantes solos, um fibroso baixo bafejado a linhas pulsantes, hipnóticas e dançantes, uma bateria jazzística tiquetaqueada a uma ritmicidade precisa, lustrosa e inventiva, um teclado altivo de estéticos, excepcionais e proféticos bailados condimentados e embrumados a mística, experimental e ritualística alquimia, e ainda uma melodiosa, elegante e liderante voz de colocação senhorial – escoltada por um populoso coro angelical – que capitaneia com definida presença toda esta consumada obra-prima do Progressive Rock contemporâneo. ’Dwellers of the Deep’ é um álbum verdadeiramente magistral – integralmente pensado e executado à minha imagem – que me fizera transbordar de extasiante sedução ao longo dos seus 46 minutos de duração. Um dos mais feéricos e monumentais registos de 2020 está aqui, na enigmática fragância decantada por este dotado colectivo norueguês que conta já com mais de duas décadas de frutífera existência.

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 Karisma Records

Review: ⚡ BleakHeart - 'Dream Griever' (2020) ⚡

★★★★

Da populosa cidade de Denver (capital do estado norte-americano do Colorado) chega-nos o intrigante álbum de estreia do jovem quarteto BleakHeart. Denominado de ‘Dream Griever’ e muito recentemente lançado pela mão da editora discográfica local Sailor Records nos formatos físicos de CD, cassete e vinil, esta portentosa obra causara em mim um tremendo impacto. Composta por um vaporoso, melancólico, distópico e brumoso Shoegaze de enfeitiçante sublimidade que se desenvolve, obscurece, enrijece e revolve num poderoso, misantrópico, atmosférico e umbroso Doom Metal de inflamante ferocidade, a sua sonoridade outonal, nocturna e pastoral – a fazer(-me) recordar a inglesa Rose Kemp e os californianos Giant Squid – balanceia o ouvinte entre a anestésica, sidérica e introspectiva prostração e a trevosa, vigorosa e emancipadora comoção. De olhar eclipsado, espírito hipnotizado, sentidos embaciados e cabeça pesadamente pendulada de ombro a ombro, somos assombrados pelas narcotizantes, enlutadas e lacrimosas baladas cor de noite que nos são fascinantemente sussurradas por uma voz espectral, translúcida e celestial, tricotadas por duas guitarras excruciantes de acordes sepulcrais, dramáticos e hipocondríacos, galopadas por uma troante bateria de batida forte, pausada e atordoante, e ainda passeadas por um lírico teclado que com as suas notas refrescantes, enternecedoras e saltitantes empresta a ‘Dream Griever’ toda uma caliginosa, solitária e chuvosa atmosfera Film Noir. Este é um álbum embrumado a doce melancolia. Um registo tristemente belo que decerto não deixará nenhum dos seus ouvintes recostado à indiferença. Não vai ser fácil desentorpecer da lúgubre toxicidade por ele nebulizada, e despertar deste profundo estádio de firme sonambulismo que nos climatizara, abalara e governara do primeiro ao derradeiro minuto. Recostem-se confortavelmente na penumbra, respirem profunda e vagarosamente, desmaiem as pálpebras sobre o olhar envidraçado, e mergulhem sem regresso assegurado no elegíaco obscurantismo de BleakHeart. Um dos trabalhos mais imersivos, marcantes e reflexivos do ano está aqui. Encarvoem-se nele.

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Review: ⚡ Tambourinen - 'Wooden Flower' (2020) ⚡

★★★★

O talentoso multi-instrumentista Grant Beyschau (mais conhecido como baterista da banda The Myrrors) acaba de estrear o seu primeiro álbum a solo ao leme do auspicioso projecto denominado de Tambourinen. Lançado em formato físico através da parceria discográfica entre a inglesa Cardinal Fuzz (responsável pela distribuição em solo europeu) e a norte-americana Centripetal Force Records (responsável pela distribuição em solo americano), ‘Wooden Flower’ prende um imersivo, bucólico e meditativo ritual de afago e consagração espiritual que combina um repetitivo, hipnótico, morfínico e lenitivo Drone de inescapáveis teias, com um dançante, exótico, mântrico e enfeitiçante Krautrock de aura oriental, e ainda um embriagante, prismático, caleidoscópico e deslumbrante Psychedelic Rock de colorida extravagância numa xamânica amálgama que nos nutre a fascinação do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade rústica, obscurantista, intimista e litúrgica – tricotada a padrões étnicos e matizada a místico experimentalismo – edifica no imaginário do ouvinte todo um sagrado esplendor desértico, de pés descalços enraizados nas sedosas, cremosas e bronzeadas dunas e olhar diluído na corada radiância emanada de um Sol crepuscular que se debruça no arenoso firmamento. De espírito devoto a este eremita sediado no Arizona, somos afunilados numa labiríntica hipnose oxigenada a introspecção que nos desagua num pleno estádio de imperturbável transe religioso. Composto por uma guitarra druídica que se manifesta em envolvente e catárticos acordes e solos psicotrópicos e afrodisíacos, um baixo ondulante de linhas empoladas e magnetizantes, uma bateria tribalista de expansiva e criativa ritmicidade, um mágico sintetizador que ausculta os astros, e um aparatoso saxofone de uivantes, ciclónicos e dilacerantes sopros. São 30 minutos de uma diluviana alquimia que nos adormece os sentidos e escancara as portas da percepção. Percam-se nesta infinita escadaria em forma de espiral que vos encaminhará para o tão almejado nirvana. ‘Wooden Flower’ é uma obra verdadeiramente divina que facilmente nos converte em seus zelosos peregrinos. Um trabalho de natureza primitiva e beleza consumada que da idílica acalmia à pitoresca rebaldaria nos transcende aos céus da ataraxia. De olhar eclipsado, cabeça baloiçante e espírito iluminado, deixem-se flutuar, enternecer e canonizar pelas edénicas torrentes de Tambourinen, e experienciar com transbordante fé um dos álbuns mais messiânicos de 2020.

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 Cardinal Fuzz
 Centripetal Force

Review: ⚡ Apodemus - 'Signal' EP (2020) ⚡

★★★★

Do território russo chega-nos o novo EP gerado pelo electrizante power-trio Apodemus. Denominado de ‘Signal’ e recentemente lançado sob a exclusiva forma digital, este empolgante registo de curta duração vem inflamado por um imersivo, delirante e intuitivo Heavy Psych – de aromatizado tempero astral, condução puramente instrumental e devidamente sintonizado na mesma frequência de bandas como Earthless, Tia Carrera e Domadora – que se desdobra progressivamente de uma plácida, sonolenta e glacial lisergia até uma vulcânica, efervescente e febril euforia. Composto por uma narcotizante, enlouquecedora, emancipadora e excitante Jam que nos descarrila a lucidez, sobreaquece de embriaguez e embala na vertiginosa propulsão rumo à medula do espaço interstelar, e uma portentosa cover do célebre tema "Asteroid" (originário dos lendários Kyuss) que nos desenraíza da gravidade consciencial e intoxica a já aturdida alma de poeira estelar, este psicotrópico EP de toxicidade a perder de vista provoca no ouvinte todo um vibrante abalo emocional. De âncora recolhida e velas içadas, somos velejados de encontro aos mais turbulentos mares cósmicos à imersiva boleia imposta por uma guitarra ácida que vomita borbulhantes, alucinados, coloridos e ziguezagueantes solos Hendrix’eanos em sónica debandada, um magnético baixo de bafejo ondeante, denso, fibrótico e pulsante que se agarra com firmeza ao Riff-base, e uma relampejante, fogosa e fulminante bateria de incisiva ritmicidade vergastada a alta rotação. Deixem-se envolver, revolver e deflagrar neste estonteante remoinho centrifugado pelo tridente russo Apodemus, e testemunhem a impactante desagregação da vossa alma numa expressiva detonação de endorfinas. Vai ser impossível ouvir este EP apenas uma vez, duas ou três.

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Review: ⚡ Wayfarer - 'A Romance With Violence' (2020) ⚡

★★★★

Dois anos depois de ‘World's Blood’ (aqui descrito e largamente elogiado), os quatro pistoleiros denominados de Wayfarer e oriundos de Denver (Colorado, EUA) estão de regresso com o lançamento do seu novíssimo álbum intitulado de ‘A Romance with Violence’ e devidamente promovido pela mão da editora discográfica canadiana Profound Lore Records nos formatos físicos de CD e vinil. Munidos de um despótico, combativo, corrosivo e atmosférico Black Metal desbravado à minha imagem que reparte o protagonismo com um prostrado, soturno, nocturno e enlutado Folk Metal, estes cavaleiros de olhares suspeitosos, coldres desapertados, roupas empoeiradas e gatilhos nervosos trazem-nos mais um violento capítulo das suas audaciosas aventuras pelo mítico velho oeste. Alternando entre destravadas, tempestuosas e buliçosas cavalgadas de esporas sangrentas e locomovidas à rédea solta, e misantrópicas, funestas e distópicas baladas pinceladas a doce melancolia, a brutal sonoridade de ‘A Romance with Violence’ prende uma fogosa obscuridade que nos envolve, sombreia e revolve do primeiro ao derradeiro tema. Constantemente ricocheteados entre a enlouquecedora euforia e a enternecedora nostalgia, somos inflamados pelos ardentes rugidos de uma voz cavernosa, gutural e raivosa, pontapeados por uma pujante bateria metralhada a uma ritmicidade vertiginosa, polvorosa e demolidora, sombreados por um bafejante baixo de linhas densas, tensas e poderosas, e crivados por duas guitarras flamejantes que se enfurecem em Riffs imponentes, draconianos e erodentes, e ensoberbecem em uivantes, hipnóticos e dilacerantes solos. São 45 minutos inteiramente governados por uma misteriosa ambiência desértica que nos mantém firmemente atrelados a um estádio de inesgotável fascinação e febril comoção. ‘A Romance with Violence’ é uma arrojada obra de contornos triunfantes que não deixará ninguém recostado à indiferença. Um Western de beleza selvagem superiormente musicado. Vai ser demasiado fácil ver estes intimidantes cowboys de cordas enlaçadas nas mais destacadas posições que albergam os mais medalhados álbuns nascidos em 2020.

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 Profound Lore Records

Review: ⚡ Arcadian Child - 'Protopsycho' (2020) ⚡

★★★★

Oriunda da mediterrânica cidade de Limassol (mapeada na ilha do Chipre) chega-nos a enfeitiçante alquimia sublimemente magicada e destilada pelo quarteto cipriota Arcadian Child que nos acaba de presentear e prazentear com o seu terceiro álbum. Baptizado de ‘Protopsycho’ e muito recentemente lançado nos formatos físicos de CD, cassete e vinil pela parceria discográfica que combina a californiana Ripple Music e a alemã Kozmik Artifactz, este seu novo trabalho de longa duração vem oxigenado e aromatizado por um edénico misticismo oriental de onde facilmente se reconhece e apalada um serpenteante, hipnótico, catártico e contagiante Neo-Psychedelic Rock de estética arábica e um ritualista, meditativo, imersivo e obscurantista Psychedelic Folk de paisagens bucólicas e feições pagãs. Compatibilizando o afrodisíaco exotismo de uns Ouzo Bazooka com a profecia desértica de uns All Them Witches e o magnetismo astral de uns King Buffalo, a fascinante sonoridade de ‘Protopsycho’ instaura em nós toda uma purificante religiosidade ancestral. Percorrendo as vielas da velha Pérsia ao volante de um esvoaçante tapete mágico, reconfortando a alma num revitalizante oásis mental, e caminhando de pés desnudos pelas douradas, mornas e aveludadas dunas de um arenoso oceano que se distende na vertiginosa direcção do Sol poente, somos convidados a ingressar num labiríntico caleidoscópio sensorial que tanto nos dissolve numa anestésica calmaria, como revolve numa incontida euforia. Na génese de toda esta etérea peregrinação aos mais ataráxicos territórios do nosso Cosmos interior, estão duas guitarras proféticas que se manifestam em Riffs aliciantes, sinuosos, luxuriosos e intoxicantes, e solos uivantes, alucinógenos, ácidos e ecoantes, um murmurante baixo de linhas sombreadas, viçosas e condensadas, uma bateria tribalista de timbalões galopantes e pratos flamejantes, e ainda uma voz de pele balsâmica, melódica e liderante. Percam-se e encontrem-se por entre a erótica misticidade destes quatro sultões de instrumentos empunhados, e experienciem um dos álbuns mais encantadores do ano. Comunguem-no sem moderação e com transbordante devoção.

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Review: ⚡ Cheap Wine - 'Schrödinger's Pipe' (2020) ⚡

★★★★

Depois de lançados os EP’s ‘Mystic Crow’ (2013) e ‘Sad Queen’ (2016), o talentoso colectivo francês Cheap Wine estreia agora o seu primeiro trabalho de longa duração. Intitulado de ‘Schrödinger's Pipe’ e devidamente promovido pela mão do selo discográfico local Celebration Days Records (com o qual a banda reforça o seu exclusivo vínculo editorial) nos formatos físicos de CD e vinil (este último ultra-limitado à prensagem de apenas 275 cópias), e ainda sob a forma digital através das mais variadas plataformas, este apaixonante álbum conserva toda uma carismática classe fielmente transferida das douradas décadas de 60 e 70. Fundamentado num caleidoscópico, envolvente e quimérico Psychedelic Rock de aroma primaveril, um meloso, provocante e melodioso Blues-Rock de roupagem vintage, e ainda um extravagante, majestoso e serpenteante Progressive Rock de aura fabular, este ‘Schrödinger's Pipe’ ostenta desarmantes composições tricotadas e temperadas a destreza, sentimento e delicadeza. Um mélico, edénico e frutado trago que prontamente nos afaga, deleita e embriaga. Administrada por uma pomposa, tentadora e libidinosa atmosfera de estética cabaresca, esta impecável obra de Cheap Wine é superiormente orquestrada por uma guitarra liderante que se ensoberbece em principescos, comoventes e ardentes acordes de onde esvoaçam solos ziguezagueantes, afrodisíacos e atordoantes, um baixo murmurante de linhas pulsantes, fibradas e vagueantes, uma bateria jazzística esporeada a um inventivo, refinado e altivo galope, um opulento órgão de sotaque Jon Lord’eano que se perde e encontra por entre aparatosos, transbordantes e gloriosos bailados, e uma simpática voz de entoação aristocrática que é pontual escoltada por um angelical e populoso coro vocal – transversal aos restantes membros da banda – que confere um agradável clima Soul ao álbum. Num plano secundário – no que à vistosidade diz respeito – é ainda essencial destacar um dançante teclado de notas odorosas, saltitantes e harmoniosas, e um lírico violino de mugidos aveludados, imersivos e arejados que, em inquebrável e dialogante cumplicidade, assumem total protagonismo nas curtas, escassas, mas eloquentes baladas Folk de aragem western, luminosidade crepuscular e tonalidade outonal que intervalam esta épica cavalgada de instrumentos em debandada. ‘Schrödinger's Pipe’ é um registo lavrado e maturado a uma apurada, doce e sublimada finura que nos satisfaz o imenso desejo de requinte. Deixem-se damejar e conquistar ao erótico e refrescante som de Cheap Wine e degustem um dos mais românticos álbuns desabrochados em 2020. Não vai ser nada fácil dissipar esta intensa ressaca em nós enraizada pelo sexteto francês.

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 Celebration Days Records

Review: ⚡ Mojo Wizard - 'Butter Drippin Dream' EP (2020) ⚡

★★★★

De Sherbrooke – cidade localizada na província canadense de Quebec – chega-nos o novo EP magicado pelos xamãs Mojo Wizard. Designado de ‘Butter Drippin Dream’ e oficialmente lançado no primeiro dia do presente mês de Outubro sob a forma digital e em formato de CD, este renovado fármaco caprichosamente forjado pelo enigmático quarteto canadiano vem motorizado por um enfeitiçante, venenoso e intrigante Heavy Psych que se emporcalha e obscurece num dominante, pavoroso e sufocante Proto-Doom, e chamejado por um caloroso, irreverente e cerimonioso Garage Rock tingido a um excitante corante Blues-Rock. A sua sonoridade misteriosa, magnetizante e nebulosa é assombrada por uma tenebrosa liturgia de ambiência vampírica que nos petrifica o olhar, prende a respiração, empalidece o semblante e enregela a alma. Embalados numa labiríntica hipnose banhada a mescalina via auditiva, somos sombreados e capturados pelas demoníacas ressonâncias Black Sabbath’icas que gravitam todos os recantos deste registo de curta duração. De lucidez drenada e religiosidade enlutada, escoamos num enlouquecedor vórtice tricotado por um aliciante órgão de adoração ocultista que se adensa em perversos bailados, uma guitarra pagã que hasteia Riffs amaldiçoados, ardentes, erodentes e avantajados, e vomita solos desgovernados, esvoaçantes, uivantes e coagulados, uma expressiva bateria carburada a um galope desembaraçado, enérgico, categórico e transudado, um umbroso baixo de reverberação pesadamente baforada a linhas tortuosas, densas, tensas e poderosas, e uma fantasmagórica voz de pele avinagrada, diabrina e gelada. ‘Butter Drippin Dream’ é um EP ferozmente influente e intoxicante – emoldurado a uma ambiência melancólica, sinistra e dramática – que me ensombrara e estarrecera do primeiro ao último minuto.

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