domingo, 30 de novembro de 2008

Sopra sobre a minha face


Soltou-se...
Embora os seus passos sejam incertos e impetuosos, a localização do seu destino está bem presente na sua consciência.
Que silêncio tão pesado, que nevoeiro tão denso, que luz tão incapaz... é sob estas condições que se encontram, posicionados, automóveis, tão estáticos, frios, velhos... Abandonados, pisados pela crua pretensão de sentir conforto.
O latido dos cães ganha algum protagonismo nesta, fechada, noite de outono. Um olhar discreto e intencional, vigia a retaguarda do seu ombro esquerdo. Toda a atenção se dissolve nos pesados e secos passos que se fazem sentir sob a neve que, abraçando os passeios, progressivamente, vai desmaiando.

Hoje, todos os candeeiros (vadios) do meu caminho estavam iluminados,... excepto o que radicava em frente à minha casa.

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