sábado, 7 de fevereiro de 2009

Viagem

O sol entrega-se á montanha... A natureza desperta. O, incansável, rio arrasta-se, sequencialmente, pelo espaço que lhe é oferecido. Uma ave negra entra na, densa, residencia de eucaliptos. Uma cortina de nevoeiro caí sobre a montanha como que um véu. Kinski, acompanha-me (sonoramente) enquanto o meu olhar fotografa o exterior do autocarro. Pequenas gotas de chuva batem no vidro e escorregam... Duas aves negras abandonam a montanha. Montanha Negra. Rio Negro. O sol não ousa entregar-se aquele reino desconhecido onde velhos eucaliptos se encontram... Que atmosfera pesada. As negras nuvens que vigiam os céus, estão em constante batalha com a Luz... São o único adversário á altura do Sol. Depois de tanta persistência, as nuvens acabam por ceder: Raios de sol penetram pelas nuvens, um tanto envergonhados. Alguns companheiros de viagem soltam as verdes cortinas para que a luz não interrompa o seu, leve, sono, a sua vaga concentração. Eu insisto em observar... Apesar dos 100km/h a que me deslocava, a minha atenção capta imagens, imagens, imagens... É a verdadeira harmonia entre o som e a imagem. As trevas vão saindo do meu campo de visão... Segue-se um amplo planalto verde, onde trilhos desenhados com a força e o peso das rodas de carroças ganham relevância... Vales... Casas dispostas (aleatóriamente? Penso que sim) sob os, inconstantes, solos dos vales, vitimas do vento, da chuva, do tempo... Não vejo o limite, não está perceptivel... O que??? É neve... Neve nos grandes alpes que suportam ventoinhas eólicas. Já sinto o, familiar, frio... mas o velho condutor aumenta o calor produzido pelos ventiladores dispostos em todos os bancos do transporte... A sua idade já o obriga a manter o equilibrio... em Tudo. Fecho as pálpebras... estão pesadas... Mas capazes :)

Carrazeda de Ansiães, estou a chegar!

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