segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ela

Finalmente acordei com ela a meu lado… Finalmente era minha! O seu corpo nu repousava sobre os frescos lençóis de seda. Está um dia quente… A janela permanecera toda a noite aberta… uma suave brisa embatia nos longos cortinados vermelhos, e eles dançavam. De costas voltadas para o seu corpo despido, observei a rua (discretamente). Lá fora habitam instintos espontâneos que buscam o alimento. A beleza foi concebida para ser contemplada. Como ficar com ela para sempre? Eternamente Minha…
Ela desperta. Os seus pés vagueiam toda a abrangência do leito, os seus longos cabelos loiros recolhem, e o seu olhar entrega-se á realidade. Olha-me docemente e respira fundo… Amor.
Sinto que tem algo para me dizer… No seu olhar denuncio um secretismo arrepiante. Permanece em silêncio. Toda a atmosfera fica fria, estimulada. É longa a jornada desde a sua exposição física até á sua exposição psicológica. Qual de nós cederá? O silêncio é uma vasta planície virgem onde a surpresa cavalga. Imprevisivelmente, ela permite que o seu olhar desmaie sobre o vazio infinito da leviandade. O amor é uma força singular e solitária, que nunca necessitará do “concreto” para se consolidar. Abandono o quarto. Na madrugada da consciência não existem convicções. É um Universo ambíguo de palavras vãs. Quando anoitecer estarei de volta…

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