Os veementes sirenes da polícia despertaram-me naquela fria noite de inverno. Aproximei-me da janela e olhei a rua. Alguém havia sido assassinado. Sustive a respiração e olhei o teu vestido vermelho que havias deixado no chão do quarto há longos dias atrás. O inverno gela as ternas ramificações do amor e aquece os frios princípios da suspeição. Nos lençóis ainda habita o teu cheiro e as cicatrizes esculpidas pelos teus movimentos inconscientes. Ficarei acordado até que este desassossego me liberte… ou mate.
Este é o último dia de Inverno.
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