quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sapatos vermelhos de verniz

Não deixara de reparar que todos os homens por quem ela se cruzava na rua a olhavam de forma perversa. Durante a sua passagem, muitos nós de gravata se desapertavam, deixando escorrer todas aquelas gotas de suor aprisionadas no pescoço, e aliviando um calor estimulante que, momentaneamente, os visitara (aos homens). Sentira-se intimidada com todos aqueles olhares inquisidores. Decidiu, portanto, caminhar de forma altiva e confiante. Ela simbolizava o pecado. O delito vivia camuflado na sua beleza. Sabia que poderia arruinar a posição familiar de todos aqueles homens que a desejavam incondicionalmente... 

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