“Analog” é uma deslumbrante odisseia para lá da servidão gravitacional,
que nos deixa num profundo estado orgiástico e levítico. Uma viagem a bordo da
Soyuz (nave espacial soviética) aureolada por uma euforia dominante que nos
convida ao desmaio lúcido. Sintam-se exilados nesta exuberante, hipnotizante e
mirífica dança sensorial. Este trio moscovita apresenta em “Analog” uma verdadeira apologia ao que
de melhor se leveda na vertente mais espacial e psicadélica do Rock. Agarrem-se
bem a esta guitarra hendrixeana que
nos seduz e conduz a estados mentais nunca antes explorados. Uma guitarra indomável
que se perde e encontra num devaneio sideral. Deixem que este baixo vos varra a
consciência para o canto mais recôndito do Cosmos e submeta aos evanescentes
vislumbres da aurora espiritual. Um baixo mirabulante que perfuma e entorpece
os nossos sentidos com invioláveis sedativos. Soltem a cabeça numa dança oscilante conduzida por uma bateria penetrante que nos fascina e obriga à
imersão opiácea.
Este é o meu disco de eleição (proveniente de uma discografia de desmesurada qualidade) deste trio russo de instrumentos apontados aos céus. Disfrutem desta viagem narcotizada onde o Blues se embriaga e vagueia
pelas infinitas e repousantes estradas de um Cosmos adormecido, que boceja ventos de inenarrável beleza.
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