Bem-vindos ao lado melancólico e sombrio
do Psych / Doom. Este disco homónimo dos germânicos Amanita germinou tão para
lá da luz e calor das estrelas cosmológicas, num lugar onde só a placidez
enlutada subsiste. É um disco invernoso para escutar de cabisbaixo e pálpebras
cerradas. Uma envolvente, sideral e embriagada odisseia que nos entorpece a
alma e a extravia pelo cosmos adentro. Sintam a pesarosa radiância de duas
guitarras modorrentas que conduzem o riff pelas estradas de um universo
enfadonho e plangente. É a doce inércia dedilhada com enorme perícia e emoção. A extasiante transcendência pela infinidade. Sintam
o baixo bafejante que sombreia as funestas incursões da guitarra, e as cadenciadas
e arrastadas batidas de uma bateria narcotizada. Vai ser fácil subjugarem-se a esta
ambiência extremamente letárgica, capaz de suspender toda a vossa vivacidade e
lucidez. Este é o lado eclipsado da consciência. O despertar num espaço intensamente onírico e
de horizontes bocejantes. “Amanita” trata-se de uma lindíssima e sedutora digressão
espacial pelo lúgubre cosmos que se adensa tão para lá da nossa percepção.
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