Conheci “Samsara” ainda em 2014 (ano do seu lançamento), mas admito só lhe
ter conferido o merecido valor já em 2015. Depois de digerido com dedicação, “Samsara” assumiu tratar-se de um disco
praticamente feito à minha imagem. The
Well, power-trio natural de
Austin, Texas (EUA), estreia-se – assim - no olimpo da música Rock underground
debaixo da orientação da RidingEasy
Records. A jovem banda conjuga na perfeição o Doom Metal com o Heavy Psych.
Mistura essa que resulta numa estonteante e transcendente descarga psicotrópica que
nos invade e conquista. “Samsara”
encerra toda uma sonoridade cáustica e sólida que se envaidece de forma hipnótica
e deslumbrante. Uma possante cavalgada a duas velocidades que nos assola sem
qualquer moderação. Ian Graham, o
mago que ao volante de uma guitarra profética e corrosiva desprende riffs robustos e dinâmicos que se
agigantam e nos sombreiam a alma; Lisa
Alley que com as incursões deliciosamente dançantes, petrificantes e
monolíticas do seu baixo Rickenbacker
nos assombra e massaja os sentidos; Na bateria está Jason Sullivan que de baquetas empunhadas vivifica este sagrado
ritual com as suas enérgicas e prazerosas investidas capazes de desmoronar
qualquer constrangimento emocional. São estes os três elementos que em comunhão
provocam em nós toda uma erupção de exaltação. De salientar ainda a voz sideral e tranquilizante de Ian Graham, que algumas
vezes se esbate e perde com a fecundante voz de Lisa Alley, originando um cruzamento vocal bastante agradável. “Samsara” prende algo de místico e poderoso. Uma sonoridade
redentora - de atmosfera intensamente embriagante – que provoca a ebulição dos
sentidos e a constante salivação da alma. Prolongada vénia a The Well.
Eu sinto o que descreveu no texto ouvindo The Well. Amo o enlace das vozes e acho hipnótico assistir os vídeos. Bela resenha.
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