Da capital finlandesa –
Helsínquia – chega-nos “Kaleidobolt”, um dos discos mais soberbos deste ano.
Gravado na promissora Pink Tank Records,
o álbum homónimo deste power-trio
finlandês fundamenta-se no Heavy Psych
Rock anacrónico trazido dos dourados anos setenta. Ainda assim, em “Kaleidobolt”
habita algo de contemporâneo que atrela na perfeição ao seu Rock de alma maioritariamente
setentista. A sua sonoridade é
altamente rica, orgânica e dinâmica, pendulando entre o carácter mais bruto e
robusto e o lado mais jazzístico, condimentado e sensível da música Rock. Um
caleidoscópio auditivo de onde diversas combinações musicais se misturam numa
mágica e absorvente consonância. Ao longo dos seus 42 minutos de duração,
existe uma extasiante conjugação entre a musculosidade / alta velocidade sonora
e a astral contemplação de passagens verdadeiramente anestésicas e idílicas que
se arrastam pausadamente pelas auto-estradas de “Kaleidobolt”. Enlouqueçam ao
som de uma guitarra imponente de riffs
dotados de fibra, conduzidos com destacada excentricidade, e de solos uivantes e
lisérgicos que se desenrolam harmoniosamente na nossa percepção auditiva. Sintam-se
aliciados e obrigados a responder prazerosamente perante a hipnótica e possante dança de um baixo tremendamente groovesco.
Delirem com as cavalgantes e entusiasmantes investidas de uma bateria Bonham’eana que se agita incessantemente
– de forma emotiva – pelos resplendorosos horizontes de “Kaleidobolt”. Destaco,
ainda, a petrificante voz de contornos vintage
que abrilhanta esta intensa e radiante adrenalina transpirada pelos três
instrumentos. Rodem este disco sem moderação e sintam-se transcender aos vertiginosos
céus da euforia. Uma das formações mais talentosas da presente história da
música Rock está aqui, em Kaleidobolt.
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