sexta-feira, 29 de abril de 2016

Review: ⚡ Naxatras - 'II' ⚡ (2016)

Admito escrever estas palavras ainda sob o efeito deste poderoso sonífero via auditiva designado ‘II’. Natural da populosa cidade de Tessalónica na Grécia, este power-trio Naxatras é das jovens bandas europeias com maior reconhecimento dentro do panorama underground da música Rock. E esse crescimento exponencial da sua reputação é algo demasiado previsível e natural dada a assombrosa qualidade da formação grega. A sua sonoridade paradisíaca fundamenta-se num Psych Rock imensamente meditativo e hipnótico que nos eteriza com as suas macias e quentes brisas desérticas. Disponibilizado hoje mesmo no seu bandcamp oficial, este álbum representa um verdadeiro oásis onde a nossa alma se banha e deleita. Serpenteiem-se pelas bronzeadas e arenosas dunas de um deserto que se distende pela infinidade adentro e sintam o bafo solar desmaiar na vossa pele. ‘II’ encerra uma imaculada epifania que nos canaliza ao íntimo do Éden espiritual. Sintam-se transcender aos céus da ataraxia alavancados por uma guitarra xamânica que se manifesta relaxadamente em delirantes e sidéricos solos que nos trespassam e narcotizam, e em exóticos e resplandecentes riffs que nos massajam e desgastam a consciência. Baloicem os vossos corpos na instintiva resposta à ondulação reverberante de um baixo contemplativo de linhas densas, sólidas e viajantes. Agitem-se prazerosamente ao som de uma bateria jazzística que tempera na perfeição toda a sonoridade de Naxatras com uma sensibilidade imensamente fascinante. ‘II’ é uma perfeita caravana que se conduz pela vastidão desértica debaixo de um sol vigilante que nunca se põe. Vivenciem este verdadeiro sonho lúcido que vos sussurrará uma das narrativas musicais mais apaixonantes de sempre. Este é um álbum capaz de agradar a gregos e troianos. Deixem que o psicadelismo pérsico de Naxatras se dissolva na vossa alma e sintam a sagrada eclosão da vossa consciência erigir aos mais recônditos e distantes lugares do Cosmos interior. Um dos mais soberbos registos de 2016 está aqui, na dourada e encantada essência de ‘II’.

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