A cidade australiana de Melbourne é actualmente uma das mais carismáticas
dentro do admirável universo do Psych-Rock.
Bandas como Ahkmed, Child, Holy Serpent, Hotel Wrecking
City Traders, Buried Feather e Elbrus representam algumas das mais
respeitadas e elogiadas bandas locais e a sua sonoridade exótica propaga-se por
todas as extremidades do planeta, conquistando um número cada vez mais crescente
de seguidores. No próximo dia 10 de Fevereiro essa imaculada reputação será nutrida
com o lançamento oficial do novo e segundo álbum do quarteto Buried Feather apelidado de ‘Mind
of the Swarm’ que sairá em formato de vinil pelas mãos dos selos discográficos Kozmik Artifactz (em território europeu) e
Cobra Snake Necktie Records
(em território australiano). Muito recentemente foi-me dada – pela própria banda –
a irrecusável oportunidade de comungar em primeira mão este seu novo trabalho,
e devo antecipar que se trata de um álbum verdadeiramente soberbo que prontamente
me encantara, anestesiara e embaciara a lucidez. Embebido num delirante,
hipnótico e sonhador Psych Rock – de
ares lisérgicos e veraneios – e em erótica consonância com a
estimulante ritmicidade da música Drone,
este ‘Mind
of the Swarm’ convida-nos a vivenciá-lo numa intensa, pesada e nebulosa
narcose que nos mumifica do primeiro ao último tema do disco. A sua sonoridade
imensamente relaxante massaja o nosso cerebelo e em nós instaura uma perpétua e
radiosa sensação de bem-estar que nos mantém espertos neste fascinante sonho
lúcido. Deixem-se contagiar pela mágica resplandecência destilada por uma sublime
guitarra entregue a riffs dançantes,
reverberantes e magnetizantes que nos deslumbram e inquietam, e a solos
gritantes, viscerais e serpenteantes que nos circundam e inflamam. Sintam as
vossas pupilas dilatar e a vossa alma distender-se aos mais longínquos territórios
do Cosmos ao intrigante e alienígena som de um sintetizador que fala o idioma
das estrelas. Pendulem os vossos corpos na resposta à bailante ondulação de um
baixo denso, robusto e dinâmico que tonifica toda esta paradisíaca digressão
onírica. Agitem-se às ordens de uma bateria retumbante e empolgante de distinto
galope, e embriaguem-se nos vocais etéreos, translúcidos e lenitivos que se
passeiam elegantemente pela perfumada, distorcida e nublada atmosfera de ‘Mind
of the Swarm’. Os créditos do fantástico artwork que confere rosto a este opiáceo via auditiva pertencem ao artista sueco Robin Gnista. Este é um álbum saturado de um psicadelismo fulgente e exuberante
que nos afunila num penetrante vórtice de constante alucinação. Recostem-se
confortavelmente, respirem profundamente e experienciem toda esta extasiante e inolvidável
digressão Huxley’eana.
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