sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Review: ⚡ Buried Feather - 'Mind of the Swarm' (2017) ⚡

A cidade australiana de Melbourne é actualmente uma das mais carismáticas dentro do admirável universo do Psych-Rock. Bandas como Ahkmed, Child, Holy Serpent, Hotel Wrecking City Traders, Buried Feather e Elbrus representam algumas das mais respeitadas e elogiadas bandas locais e a sua sonoridade exótica propaga-se por todas as extremidades do planeta, conquistando um número cada vez mais crescente de seguidores. No próximo dia 10 de Fevereiro essa imaculada reputação será nutrida com o lançamento oficial do novo e segundo álbum do quarteto Buried Feather apelidado de ‘Mind of the Swarm’ que sairá em formato de vinil pelas mãos dos selos discográficos Kozmik Artifactz (em território europeu) e Cobra Snake Necktie Records (em território australiano). Muito recentemente foi-me dada – pela própria banda – a irrecusável oportunidade de comungar em primeira mão este seu novo trabalho, e devo antecipar que se trata de um álbum verdadeiramente soberbo que prontamente me encantara, anestesiara e embaciara a lucidez. Embebido num delirante, hipnótico e sonhador Psych Rock – de ares lisérgicos e veraneios – e em erótica consonância com a estimulante ritmicidade da música Drone, este ‘Mind of the Swarm’ convida-nos a vivenciá-lo numa intensa, pesada e nebulosa narcose que nos mumifica do primeiro ao último tema do disco. A sua sonoridade imensamente relaxante massaja o nosso cerebelo e em nós instaura uma perpétua e radiosa sensação de bem-estar que nos mantém espertos neste fascinante sonho lúcido. Deixem-se contagiar pela mágica resplandecência destilada por uma sublime guitarra entregue a riffs dançantes, reverberantes e magnetizantes que nos deslumbram e inquietam, e a solos gritantes, viscerais e serpenteantes que nos circundam e inflamam. Sintam as vossas pupilas dilatar e a vossa alma distender-se aos mais longínquos territórios do Cosmos ao intrigante e alienígena som de um sintetizador que fala o idioma das estrelas. Pendulem os vossos corpos na resposta à bailante ondulação de um baixo denso, robusto e dinâmico que tonifica toda esta paradisíaca digressão onírica. Agitem-se às ordens de uma bateria retumbante e empolgante de distinto galope, e embriaguem-se nos vocais etéreos, translúcidos e lenitivos que se passeiam elegantemente pela perfumada, distorcida e nublada atmosfera de ‘Mind of the Swarm’. Os créditos do fantástico artwork que confere rosto a este opiáceo via auditiva pertencem ao artista sueco Robin Gnista. Este é um álbum saturado de um psicadelismo fulgente e exuberante que nos afunila num penetrante vórtice de constante alucinação. Recostem-se confortavelmente, respirem profundamente e experienciem toda esta extasiante e inolvidável digressão Huxley’eana.

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