Está oficialmente lançado o
EP de estreia do power-trio português
West Grave. Esta jovem banda natural
da cidade minhota de Barcelos pode
muito bem orgulhar-se da criação deste seu disco homónimo, que ostenta um inflamante,
poderoso e excitante Heavy Psych –
saturado de um abrasivo efeito Fuzz –
que tanto nos lapidifica numa plena e imperturbável sensação de bem-estar como nos
embebeda e detona de uma desgovernada euforia. A sua sonoridade quente, bronzeada
e corrosiva remete-nos para uma vasta paisagem desértica fustigada e calejada
pelo Sol vigilante, onde imponentes Saguaros se espreguiçam em direcção aos
céus dourados, abutres famintos sobrevoam em movimentos circulares as carcaças há
muito esquecidas, e distensíveis estradas poeirentas cicatrizam o solo arenoso.
É ao volante de um furioso muscle car,
de cabelos entrançados pela lisérgica brisa veraneia que deambula airosamente pela atmosfera, e
olhar desmaiado e atracado no horizonte de um deserto que se desdobra pela
infinidade adentro, que este ‘West Grave’ nos passeia a alma
pelas suas fascinantes e lenitivas paisagens sonoras. Deixem-se conduzir pela
deslumbrante narrativa de West Grave
ao som de uma guitarra cáustica e incandescente que nos intoxica com os seus envolventes,
narcotizantes e encantadores riffs e nos esgrima a lucidez com solos berrantes, contemplativos, incisivos e alucinantes, um baixo fibrótico de linhas torneadas, hipnóticas e pulsantes
que se serpenteia pelas tisnadas e aveludadas areias de ‘West Grave’, e uma
bateria explosiva e retumbante que tiquetaqueia com destreza e emoção toda esta
entusiástica cavalgada pelas desérticas estradas deste EP. É ainda justo
enaltecer o espantoso e requintado artwork da autoria do artista lusitano Prodius que tão bem representa visualmente
tudo o que a sonoridade de West Grave
desenha na introspecção do ouvinte. Este é um EP movido a vigor e
sedução que seguramente estará perfilado na lista dos melhores registos nascidos em
2017. Empoeirem-se na mística e etérea alma de ‘West Grave’ e sintam-se transcender
pela infinidade do Cosmos interior que vos afunilará de encontro ao sagrado
êxtase.
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