Tal como o seu nome sugere, ‘III’
representa o novo e terceiro álbum do muito respeitado power-trio helénico Naxatras.
Esta fascinante banda natural da populosa cidade de Tessalónica – que por mérito próprio é hoje reconhecida como uma
das formações mais elogiadas da Psych
Scene europeia – tem vindo a aumentar a sua comunidade de seguidores e
consequentemente a merecer a confiança de festivais como o nosso bem conhecido SonicBlast Moledo (do qual farão parte
já na próxima edição). Fundamentados num envolvente, exótico, místico e
deslumbrante psicadelismo sonoro que tanto nos enraíza os pés nas aveludadas,
fervilhantes e douradas areias do deserto como nos faz cabecear os mais
distantes, gélidos e recônditos astros do Cosmos, os Naxatras acabam de nos presentear com o tão ansiado lançamento do
seu terceiro registo nos formatos físicos de CD e vinil. Este novo álbum
simboliza um renovado capítulo da sua edénica odisseia pelo lado mais sideral,
quente e magistral do Psych Rock em
agradável consonância com o lado mais relaxante, meditativo e deslumbrante do Space Rock. E é esta encantadora
coligação dos dois géneros que nos afaga, massaja e embriaga os sentidos e
desprende a consciência numa sagrada, extasiante e nirvânica levitação rumo ao
íntimo do transe. A sua harmoniosa,
agradável e maravilhosa sonoridade irradia uma desarmante, sublime e ofuscante
beatitude que nos desperta a libido. São cerca de 65 minutos de duração –
devidamente repartidos pelos sete temas que incorporam este álbum – saturados
de uma sumptuosa, mélica e faustosa ambiência celestial que nos hipnotiza,
seduz e nebuliza com tremenda facilidade. Juntem-se a esta religiosa caravana
pelos paradisíacos desertos de ‘III’ ao som combinado entre uma
guitarra endeusada que dedilha deliciosos, esplêndidos, elegantes e prazerosos
acordes e se purifica e engrandece em serpentantes, arrebatadores e
magnetizantes solos plenos de uma estarrecedora delicadeza, um baixo oscilante
de linhas suavizantes, anestésicas e dançantes, uma voz serena, macia e
adocicada que sobrevoa o instrumental, e uma bateria jazzística de soberba, cuidada e inventiva orientação rítmica que
tiquetaqueia com capricho e emoção toda esta iguaria veraneia. O enigmático artwork de traços sibilinos, tribais e
ritualísticos é da autoria do ilustrador escocês Chris RW com quem a banda conta já desde a sua fundação. ‘III’
é um álbum prodigioso que certamente agradará tanto a gregos como troianos. Um
registo de natureza sonhadora para ser comungado de corpo relaxado, olhar
selado e alma narcotizada. Bronzeiem-se na sua resplandecente toxicidade e
deleitem-se na sua beleza e sublimidade. Um dos discos mais consagrados de 2018
está aqui, no ardente e sensual bafo de Naxatras.
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É com certeza um disco incrível, o qual ouço sem parar... Ótimo review, rico em adjetivos vibrantes!
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