Da cidade portuária de Geelong (Victoria, Austrália)
chega-nos o fabuloso EP de estreia da jovem banda Pastels denominado ‘The Snake King’. Este auspicioso registo
brinda e prazenteia o ouvinte com um fascinante, afável, agradável e relaxante Psych Rock de ares veraneios em deliciosa
harmonia com um elegante, meloso, majestoso e hipnotizante Blues de essência intoxicante. A sua sonoridade ensolarada, deslumbrante
e narcotizada – aureolada e condimentada por uma intensa ambiência idílica – causa
em nós toda uma estarrecedora, imperturbável e duradoura sensação de bem-estar
que nos embacia, envolve e acaricia do primeiro ao derradeiro tema. São cerca
de 26 minutos conduzidos a ternura, volúpia e requinte que nos ofuscam com a
sua etérea e inebriante radiância. Deixem-se esvaziar de lucidez e atestar de
um nebuloso encantamento ao combinado som de uma guitarra sonhadora que se
embeleza em esplendorosos, sublimes e prazerosos acordes, e se esgota em sumptuosos,
irretocáveis e fogosos solos, um baixo pulsante, robusto e magnetizante de
linhas murmurantes, torneadas e dançantes que mareia e capitaneia este
lisérgico oceano, uma bateria maviosa e relaxante de toque delicado, polido e
comovente, um sintetizador polvilhado de matéria estelar que se transcende e envaidece
por entre bailados fantasiosos, exuberantes e viscerais, e ainda uma voz
vistosa, sóbria e cavalheiresca que - na sedutora e harmoniosa parceria com uma
outra voz de feições cristalinas, amenas e divinas - confere a este ‘The
Snake King’ todo um cunho de imaculada e inatacável formosura que nos abraça,
sufoca e atordoa sem qualquer inibição. Sintam-se desvanecer num extasiante
desmaio que vos canalizará numa admirável odisseia pelas exóticas e morfínicas
paisagens sonoras de Pastels e
vivenciem demorada e apaixonadamente toda a insuperável majestosidade transpirada
de um dos mais refinados e notáveis EP’s lançados este ano.
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