terça-feira, 22 de maio de 2018

Review: ⚡ High Priestess - 'High Priestess' (2018) ⚡

Do coração californiano – a grande e populosa cidade de Los Angeles – chega-nos o admirável e venerável álbum de estreia (e que estreia!) do tridente feminino High Priestess. Lançado muito recentemente pelo produtivo e influente selo discográfico Ripple Music em formato digital e nos formatos físicos de CD e vinil, este disco homónimo vem revestido e fortalecido por um astral, místico e devocional Psych Doom de atmosfera meditativa, envolvente e lenitiva que nos hipnotiza, afaga e eteriza. A sua sonoridade profética – abençoada e adornada pela misticidade e religiosidade oriental – tem o dom de nos envolver, intrigar e prontamente converter em seus devotos peregrinos. Uma caravana ritualística que nos distende das bronzeadas e aveludadas dunas de um deserto ancestral até às vertiginosas e brumosas profundezas do espaço sideral. São cerca de 41 minutos – fragmentados pelos 6 temas que o incorporam – governados e liderados por uma enigmática liturgia de onde se insurge uma guitarra messiânica – conduzida a riffs majestosos, tenebrosos, deslumbrantes, obscuros e poderosos, e solos uivantes, alucinógenos e serpenteantes – sombreada e escoltada por um vigoroso e ostentoso baixo de reverberação densa, carregada, torneada e intensa, uma bateria cativante, pesada, compassada e retumbante – de ritmicidade tanto demorada e relaxante, como explosiva e euforizante -, e uns vocais celestiais, melódicos, translúcidos e espectrais que se dissolvem e atropelam mutuamente. De destacar ainda pela positiva o prodigioso, expressivo e vistoso artwork – superiormente pensado e ilustrado pela habilidosa artista norte-americana Caitlin Mattisson – que tão bem conjuga com a sublime musicalidade deste fascinante power-trio californiano. ‘High Priestess’ é um álbum de natureza divinal que nos canoniza, arrebata e eterniza no seu universo sacramental. Banhem-se na obscura luminosidade de High Priestess e comunguem um dos registos mais adoráveis de 2018.

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