terça-feira, 12 de junho de 2018

Review: ⚡ Alms - ‘Act One’ (2018) ⚡

Da grande e populosa cidade de Baltimore (Maryland, EUA) acaba de chegar um dos discos por mim mais aguardados do ano. ‘Act One’ é – tal como o seu nome sugere – o álbum de estreia da jovem banda Alms, e – apesar do seu nascimento oficial ter sido apontado apenas para o final do verão – fora antecipado e lançado no passado dia 8 de Junho pelo selo discográfico norte-americano Shadow Kingdom Records nos formatos físicos de vinil, cassete e CD (este último estará disponível apenas no final do mês de Agosto / início de Setembro). Fundamentado numa intrigante, sumptuosa e fascinante cerimónia de onde sobressai um imperioso, ritualístico, adornado e charmoso Proto-Metal de tração setentista que de forma harmoniosa e apaixonante se entrosa com um vistoso, melódico, refinado e majestoso Hard Rock de natureza clássica e tradicionalista, este hipnótico, pitoresco e imensamente sedutor ‘Act One’ tem o dom de nos envolver e enfeitiçar do primeiro ao último minuto. A sua sonoridade verdadeiramente estética, provocante e irresistível – resultada de uma bem-sucedida fusão e fermentação da musicalidade de bandas tais como Coven, Wishbone Ash, Blood Ceremony, Ruby the Hatchet e The Well – causa no ouvinte uma demorada e prazerosa sensação de intenso arrebatamento que o climatiza, magnetiza, cega e domina ao longo de toda esta distinta liturgia. Há algo de verdadeiramente enfeitiçador na faustosa e aristocrática atmosfera de ‘Act One’ que nos faz ouvi-lo e comungá-lo completamente inebriados, perplexos e maravilhados pela deslumbrante sublimidade que o mesmo irradia. Ingressem nesta melodiosa e ostentosa galopada de ares revivalistas ao volante de duas guitarras que se entrançam na produção e condução de riffs grandiosos, cativantes, nobres e poderosos e se desencontram na exuberante e extravagante libertação de alucinantes, soberbos e desarmantes solos, um carismático, singular e aromático teclado que se evidencia em magnetizantes, prestigiosos, bizarros e arrepiantes bailados, uma adorável bateria superiormente executada e esporeada a requinte, leveza e destreza, e ainda duas vozes perfumadas, sedosas, afáveis e melodiosas que retocam e finalizam esta caprichada e inspirada obra-prima. É-me ainda relevante evidenciar pela positiva o extraordinário artwork da autoria do ilustrador Justin Stubbs que reveste e maquilha na perfeição tudo o que este trabalho de Alms sugere ao ouvinte. ‘Act One’ é indubitavelmente um dos meus álbuns favoritos de 2018. Um disco verdadeiramente impactante que certamente não deixará ninguém indiferente. Embrenhem-se na sua enigmática e edénica magnificência e vivenciem com plena veneração e rendição uma das mais exímias preciosidades musicais lapidadas este ano. Que disco!

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