terça-feira, 17 de julho de 2018

Review: ⚡ Rito Verdugo - 'Cosmos' (2018) ⚡

Da cidade-capital de Lima (no Peru) chega-nos ‘Cosmos’, o potente álbum de estreia do jovem e promissor quarteto Rito Verdugo. Lançado no início do presente mês de Julho em formato digital através da sua página oficial de Bandcamp e com uma edição especial em formato de CD pelo influente selo discográfico local Necio Records prestes a conhecer a luz do dia, este primeiro trabalho da formação peruana vem nutrido e robustecido de um galopante, poderoso e inquietante Heavy Psych com claras influências de um ardente, tonificado, ritmado e alucinante Stoner Rock à boa moda dos 90’s. A sua sonoridade intensa e vibrante – de textura desértica, temperatura veraneia e ritmicidade frenética – tem a capacidade de nos sacudir, detonar e arremessar para os domínios gravitacionais de um Sol vulcânico. A sua produção lo-fi dá-lhe uma áspera, crua, poeirenta e nebulosa saturação que mareia e incendeia os nove temas que orbitam este ‘Cosmos’. São cerca de 42 minutos bafejados e bronzeados por uma radiação psicotrópica que nos remexe, enfurece e atordoa. Sintam o tórrido, colérico e escarpado rugido de duas guitarras que se auxiliam na imponente cimentação de obscuros, vigorosos, tirânicos e ostentosos riffs, e se disseminam na sónica libertação de alucinantes, ácidos e penetrantes solos capazes de esgrimir e esbater a nossa lucidez. Banhem-se na tensa e sísmica reverberação de um baixo movido a linhas sombrias, ondulantes e magnetizantes. Destravem a cabeça à empolgante boleia de uma bateria explosiva, dinâmica e erosiva que atiça e empola todos os momentos do álbum, e intriguem-se com os vocais distorcidos, ecoantes, distantes e incisivos que sobrevoam toda a radiosa neblina de Rito Verdugo. Este é um álbum verdadeiramente entusiasmante que nos inflama e retira o fôlego do primeiro ao último minuto. Um disco de propensão ousada e ofensiva que vem enriquecer o que de melhor se faz dentro deste espectro musical na América do Sul.

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