quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Review: ⚡ Blue Eyed Sons - ‘Cold Blooded Men’ EP (2018) ⚡

Depois de na passada Primavera ter ouvido e difundido o seu primeiro e único longa-duração ‘Alive at Semifinal’ captado ao vivo num clube noturno da cidade-capital de Helsínquia (review aqui), eis que o jovem e fascinante quarteto finlandês Blue Eyed Sons está de regresso com o lançamento do seu novo EP ‘Cold Blooded Men’ sob a forma digital (através das mais variadas plataformas digitais) e de CD. De instrumentos soberbamente afinados, articulados e apontados a um elegante, perfumado, principesco e deslumbrante Classic Rock com indiscretas aproximações a um serpenteante, erótico, melódico e dançante Blues Rock de ares retro, estes fiéis servos do carismático revivalismo sessentistasetentista presenteiam os seus ouvintes com uma ostentosa e poderosa dosagem sonora que não deixará nenhum dos seus ouvintes indiferentes. A sua musicalidade bordada a emoção, requinte e sublimação – que tão bem cuida e conjuga o peso com a leveza, a melosidade com a aspereza, e a quietude com a comoção – tem o raro dom de nos envolver, namorar e extasiar do primeiro ao derradeiro tema. Toda uma primorosa, aliciante, comovente e graciosa digressão que de forma segura e vaidosa cruza os influentes territórios de uns ardentes Led Zeppelin, uns esotéricos The Doors e uns sombrios e tirânicos Black Sabbath, sem nunca deixar de irradiar um cunho bastante pessoal. São aproximadamente 21 minutos mergulhados e adornados numa arrebatadora resplandecência que – nas asas de uma guitarra airosa e majestosa de acordes rendilhados e solos encantados, um baixo murmurante de ondulação fluída e reverberante, uma bateria circense locomovida a leveza, destreza e sagacidade, e uma marcante voz de fisionomia e natureza harmoniosa, polida, encorpada e sedosa – nos hipnotiza, eteriza e sulfata de uma inebriante, maviosa e transbordante formosura. O copioso, detalhado e garboso artwork que configura, maquilha e embeleza o rosto de ‘Cold Blooded Men’ é da autoria da talentosa artista nórdica Aleksandra Majak. Este é um registo autenticamente sumptuoso, detentor de uma desarmante beleza e contagiante fineza, que promete batalhar afincadamente pela conquista de um dos lugares mais distintos e cimeiros da lista de melhores EP’s nascidos em 2018. Maravilhem-se nele.

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