quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Review: ⚡ Pseudo Mind Hive - ‘From Elsewhere’ (2018) ⚡

A scene australiana direccionada para o lado underground da música Rock está de muito boa saúde e recomenda-se vivamente. Bandas como Ahkmed, Child, King Gizzard And The Lizard Wizard, The Murlocs, ORB, Holy Serpent, Hotel Wrecking City Traders, Buried Feather, Elbrus, Frozen Planet… 1969, Mother Mars, Comacozer, Witchskull, Jack Harlon & The Dead Crows, Drug Cult, Jungle City, Stone Witches, Zong, Khan e Mt. Mountain (para mencionar apenas algumas) são das referências musicais mais imediatas que me ocorrem sempre que penso naquela pequena ilha continental plantada na fronteira que separa os territórios oceânicos do Índico e Pacífico. Todo um extraordinário legado que se estende de uns lendários Buffalo (formados em Sydney no início da década de 1970) até uma das bandas mais recentes: Pseudo Mind Hive. Este jovem quarteto natural da carismática cidade de Melbourne lançara na passada Primavera o seu fabuloso álbum de estreia apelidado de ‘From Elsewhere’ sob o formato físico de vinil (numa primeira edição de autor reduzida à existência de apenas 150 exemplares, entretanto já esgotados). Baseado num atmosférico, electrizante, magnetizante e sidérico Heavy Psych que se enlameia e obscurece num pantanoso, narcotizante, intrigante e poderoso Psych Doom, este primeiro registo de Pseudo Mind Hive causara em mim um forte impacto que me namorara e comovera do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade estival, fascinante, provocante e de propensão astral – banhada e bronzeada pelo corrosivo e fervilhante efeito fuzz – provoca no ouvinte constantes erupções de euforia contida que o incendeiam e revoltam ao longo dos seus cerca de 40 minutos de duração. Sintam-se desplantar da gravidade terrestre e levitar rumo ao profundo negrume cósmico nas asas de duas guitarras ritualísticas que se manifestam e ostentam em hipnotizantes, monolíticos e delirantes riffs, e ácidos, sinuosos, venenosos e alucinados solos, um baixo tirânico conduzido a linhas vigorosas, sombrias, maciças e imperiosas, uma emocionante bateria esporeada a um desatado, leve, acrobático e relaxado galope, e ainda uma voz penetrante, lisérgica, distorcida e ecoante que se passeia e ensombra por toda esta embaciada e embriagada nebulosidade exalada por ‘From Elsewhere’. Este é um disco verdadeiramente encantador e catalisador que nos absorve e prende toda a atenção. Recostem-se tranquilamente, tombem as pálpebras, dilatem as narinas para que possam respirar pausada e profundamente, e liguem os propulsores da vossa consciência que a lançará e deixará à deriva na mais profunda intimidade da infindável verticalidade cósmica. Não é fácil regressar deste disco. Percam-se nele.

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