sábado, 27 de abril de 2019

Review: ⚡ Madmans Moustache - 'Madmans Moustache' (2019) ⚡

Gravado no já distante ano de 2012 e seguidamente caído no esquecimento durante um longo período temporal, o adorável álbum de estreia dos suecos Madmans Moustache recebe agora o merecido reconhecimento da parte do pequeno selo discográfico Paltunes (sediado na cidade de Malmö) com a sua divulgação integral através da plataforma digital Bandcamp e do lançamento em formato físico sob a forma de vinil. Este admirável registo de designação homónima é portador de um envolvente, requintado, agradável e magnificente Psych Rock em alegre comunhão com um edénico, primaveril, delicado e bucólico Folk que nos mantêm plenamente arrebatados e extasiados do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade edénica, mélica, relaxante e purificante – tricotada a uma sublimidade e graciosidade enternecedoras – causara em mim toda uma ininterrupta perplexidade e incessante fascinação que me afagaram ao longo de toda sua duração. São 37 minutos completamente embebidos numa utopia sonhadora que nos massaja a alma e faz salivar os ouvidos. Diluam toda a vossa atenção nesta esplêndida e caprichada obra-prima de Madmans Moustache, e encontrem-se capturados num perfeito estado de satisfação e sedução à boleia de duas guitarras sumptuosas que florescem em harmoniosos, expressivos, lenitivos e donairosos acordes, e se envaidecem em deliciosos, inebriantes, delirantes e resplendorosos solos de imaculada beleza, um murmurante baixo cadenciado e orientado a linhas oscilantes, fluídas, fibrosas e dançantes, uma bateria jazzística de toque talentoso, polido, cuidado e primoroso, um místico órgão criador de uma atmosfera intimista, enfeitiçada e fantasista, e ainda uma voz sedosa, simpática e deleitosa que por vezes é escoltada, revestida e emoldurada por um deslumbrante e magistral coro vocal capaz de nos hipnotizar e desmaiar de prazer. ‘Madmans Moustache’ é um álbum intensamente magnetizante, paradisíaco e aliciante que nos namora e recosta a uma estimulante, doce e transbordante lisergia tingida a laivos de epicurismo. Um perfeito sonho acordado no qual a nossa alma se reconforta e deseja não mais dele regressar. Flutuem pela beatitude diluviana que este colectivo sueco canaliza pelas artérias da nossa consciência, e sintam-se transcender pela desarmante celsitude destilada por aquele que aos meus ouvidos se perfila como o álbum mais encantador lançado até ao momento em 2019. Um verdadeiro bálsamo divino – de interiorização auditiva e consequente rendição sensorial – que presenteia, climatiza e formoseia a nossa espiritualidade com uma sagrada aura de inigualável e irretocável sublimidade.

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