domingo, 29 de dezembro de 2019

Review: ⚡ Moonstone - 'Moonstone' (2019) ⚡

Do insuspeito território polaco chega-nos mais uma imponente, esverdeada e fumarenta avalanche Doom’esca. Depois de tidas em conta referências de vulto como Belzebong, Dopelord, Major Kong e Spaceslug, e outras de notabilização emergente como Seedium, Shine e Tortuga, o lado mais psicotrópico do Doom Metal local conta agora com o forte contributo dos jovens Moonstone que acabam de se estrear com o seu homónimo e impactante álbum de estreia. Oficialmente lançado pelo pequeno selo discográfico polaco Galactic SmokeHouse sob a forma física de CD, este pujante power-trio natural da cidade sulista de Cracóvia detona um lodacento, nublado, narcotizado, monolítico, granítico e imponente Stoner Doom de bússolas apontadas a bandas consagradas como Black Sabbath, Pentagram, Sleep, Saint Vitus, Electric Wizard e Bongzilla. Sombreada, amortalhada e mortificada por uma atmosfera distópica e dantesca, a intrigante, encarvoada, densa, tensa e encorpada sonoridade de ‘Moonstone’ provoca no ouvinte toda uma saturada, profunda e pesada narcose que lhe seda os sentidos e o sepulta num perfeito estádio de imperturbável prostração. De pálpebras desmaiadas, olhar eclipsado, lucidez esgotada e cabeça balanceada e arremessada de ombro em ombro, somos hipnotizados e orientados pela profana temulência vaporizada e doutrinada por Moonstone. Deixem-se absorver e embevecer por entre a viscosa, misteriosa e nebulosa reverberação tricotada por uma imponente guitarra de massivos, portentosos, enigmáticos e altivos Riffs de onde transudam alucinados, ácidos e atordoados solos ungidos a THC (Tetraidrocanabinol), sobrecarregada por um dominante baixo de linhas concentradas, demoradas, magnetizantes e musculadas, cadenciada por uma polvorosa bateria de revigorante ritmicidade e explosiva luminosidade, e ainda assombrada por uma voz gélida, distorcida e fantasmagórica que sobrevoa com profética liderança toda a enlutada e inebriada ambiência de ‘Moonstone’. Participem neste ocultista e intriguista ritual de celebração e adoração pagã, e comunguem todo o fogoso negrume de um dos álbuns mais chocantes do ano.

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