terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Review: ⚡ Fostermother - 'The Ocean' (2022) ⚡

★★★★

Tendo o epicentro localizado na cidade de Houston (Texas, EUA), chega até nós a monolítica, movediça e sísmica negrura ferozmente reverberada pelo poderoso power-trio Fostermother com o seu recém-lançado segundo trabalho de longa duração denominado ‘The Ocean’ e carimbado pela mão da influente companhia discográfica californiana Ripple Music nos formatos vinil, CD e digital. Fervida e enegrecida num vulcânico, massivo, invasivo e psicotrópico Stoner Doom de fosforescente tintura psicadélica e sintonizado na mesma frequência de bandas como Holy Serpent, Spelljammer, The Well, Monolord e Uncle Acid & the Deadbeats, a impactante, encarvoada, fibrada e fumegante sonoridade deste imersivo ‘The Ocean’ agiganta-se e tonifica-se num revoltoso, rumoroso e mastodôntico tsunami que varre tudo o que encontra no seu caminho. São cerca de 45 minutos – desbravados a duas velocidades contrastantes – de uma narcótica pujança que baloiça o ouvinte entre a morfínica letargia e a enérgica euforia. De olhar selado, espírito embriagado e cabeça rodopiante, somos embalados, submersos e naufragados na turbulenta ondulação de ‘The Ocean’ à empolgante boleia de uma altiva guitarra que se manifesta em resinosos, tenebrosos, espadaúdos e imperiosos Riffs corroídos e electrocutados pela crepitante distorção Fuzz, um palpitante baixo de ondeantes, hipnóticas, viris e possantes linhas desenhadas a negrito, uma explosiva bateria dinamitada a inflamada, coerciva, massuda e incisiva ritmicidade, e ainda vocais cósmicos, avinagrados, translúcidos e fantasmagóricos que assombram os cavernosos abismos deste dominante registo forjado pelo tridente texano. O condimentado e expressivo artwork – que ilustra toda uma multicolorida conflagração nos opulentos céus estelares – aponta os seus créditos autorais ao talentoso e inventivo pintor britânico RyanT. Hancock. Este é um álbum verdadeiramente intenso e demolidor. Um violento vendaval de endorfinas que nos abalroa e enevoa a lucidez. É impossível escapar disto ileso.

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