Review: 🍂 Edena Gardens - 'Edena Gardens' (2022) 🍂

★★★★

O inesperado tridente dinamarquês constituído por Nicklas Sørensen (Papir), Martin Rude (Sun River) e Jakob Skøtt (Causa Sui) decidira unir esforços criativos e alavancar um novo e muito promissor projecto chamado Edena Gardens. Carimbado com o selo de qualidade da El Paraiso Records e integralmente lançado hoje mesmo através dos formatos LP, CD e digital, este libertador, bonito e inspirador álbum de estreia da recém-nascida formação escandinava passeia-se livremente pelas bucólicas planícies de um outonal, reflexivo, intuitivo e magistral Contemporary Jazz a fazer recordar as cinematográficas atmosferas patenteadas pelo talentoso guitarrista dinamarquês Jakob Bro. Contando ainda com os cheirosos temperos de um lenitivo, arejado, contemplativo e ternurento Psychedelic Folk de raiz sessentista, este paradisíaco e pardacento sonho musicado, intitulado ‘Edena Gardens’, conserva um sempiterno crepúsculo de morno bafo solar que pincela os céus de gradientes e inanimados tons róseos. De corpo baloiçante, olhar pensativo, sorriso desabrochado e espírito eclipsado por um feitiço reinante, embalamos numa ataráxica hipnose pelo universo onírico deste sublimado álbum. Soberbamente dedilhado por uma guitarra gentil de acordes ecoantes, cristalinos, esmaecidos e inebriantes que se espreguiçam e vagueiam livre e graciosamente, levemente sombreado por um baixo nocturno de linhas sedosas, fluídas, compenetradas e vagarosas que sussurra ao nosso ouvido, e cuidadosamente costurado por uma bateria tribalista, de absorvente swing jazzístico, que se bamboleia e formoseia por entre pratos cintilantes e tambores pulsantes, Edena Gardens representa toda uma balsâmica viagem de espírito zen que nos sorve, seduz, comove e conduz ao nirvânico oásis de afago e consagração sensorial. Um disco harmonioso, salvífico e despretensioso, que vive da frágil sensibilidade e irresistível voluptuosidade, que nos entorpece, massaja e embevece do primeiro ao derradeiro tema. São 44 minutos incensados e orvalhados por uma imersiva e embriagante placidez que nos sufoca de inenarrável prazer. Um angélico e reconfortante anestésico que nos faz adormecer num purificante limbo e desejar não mais dele despertar.

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➥ El Paraiso Records

Review: 🐓 Moundrag - 'Hic Sunt Moundrages' (2022) 🐓

★★★★

O peculiar power-duo francês Moundrag – formado pelos irmãos Colin e Camille – acaba de descortinar o seu primeiro trabalho de longa duração, intitulado ‘Hic Sunt Moundrages’ e lançado nos formatos LP, CD e digital através do carimbo discográfico da sua conterrânea Modulor Music. Conduzida e nutrida por um pomposo, dançante, extravagante e glorioso Heavy Prog inspirado em icónicas bandas do território setentista como Deep Purple, Atomic Rooster, YES, Genesis e Emerson, Lake & Palmer, magicada a experimentalismo sónico e centrifugada a psicadelismo caleidoscópico, esta caprichada obra do talentoso dueto enraizado na cidade francesa de Rennes exala toda uma refrescante, harmoniosa, fantasmagórica e contagiante fragância sonora que não deixará ninguém indiferente. Nas asas de um dramático, enfático e majestoso órgão que se agiganta em intrigantes, furiosos, ostentosos e esvoaçantes bailados capazes de nos rodopiar e fazer delirar, nas circenses acrobacias de uma talentosa, estonteante, tonitruante e aparatosa bateria que nos presenteia e incendeia com vistosos e labirínticos solos de apurada tecnicidade e destravada celeridade, e na aristocrática docilidade de vocais clericais, proféticos, estéticos e astrais que nos descrevem imersivas histórias de uma galopante distopia causada pelo Homem, somos envolvidos e revolvidos na serpenteante e revoltosa corrente sanguínea de ‘Hic Sunt Moundrages’ sem nunca encontrarmos uma porta de saída. São 42 minutos compartimentados por cinco temas – sendo que o derradeiro encerra toda uma reinante, extensa, opulenta e edificante obra-prima de ousada composição, bem demonstrativa de toda a imperial sagacidade e imperturbável cumplicidade que esta irmandade respira – que nos enfeitiçam e atiçam sem qualquer misericórdia. Este é um álbum audacioso, anguloso e magnânimo – climatizado a miraculosa beleza e texturizado a propulsiva destreza – que nos esbranquiça o semblante, dilata as pálpebras e bronzeia o nosso peito de um dourado revivalismo. Uma imponente orquestra, superiormente musicada por apenas dois músicos, que nos engole e impregna de inquebrável fascinação. Uma das mais impactantes surpresas musicais do ano está aqui, na irresistível, intocável e proeminente nobreza de Moundrag. Saúdem os Reis.


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 Modulor Music


Os irmãos Moundrag vão estar de visita a Portugal nos próximos meses de novembro e dezembro com quatro datas assinaladas. Apontem nas vossas agendas:


30/11 – Woodstock 69, Porto
01/12 – ADAO, Barreiro
02/12 – Texas Bar, Leiria
03/12 – Rock with Benefits, Fafe

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Review: 🐉 WIZRD - 'Seasons' (2022) 🐉

★★★★

Dentro do espectro Jazz que conta com ousadas, mas bem-sucedidas, ramificações a sub-géneros do Rock, a cidade-capital norueguesa Oslo respira muito boa saúde e recomenda-se vivamente. Bandas como Kanaan, Sex Magick Wizards, Soft Ffog e Krokofant perfilam-se como sendo algumas das minhas bandas locais de eleição, e agora posso acrescentar uma nova a esta restrita lista de notáveis: WIZRD. Este quarteto de estudiosos da música Jazz – constituído por integrantes de algumas das bandas já supracitadas – acaba de lançar o seu delicioso, sumarento e auspicioso álbum de estreia ‘Seasons’, pela mão do influente selo discográfico norueguês Karisma Records através dos formatos LP, CD e digital. Combinando um enleante, festivo, criativo e triunfante Progressive Rock de inspirações colhidas a históricas referências britânicas como Gentle Giant, Genesis e Emerson, Lake & Palmer com um aliciante, espirituoso, sorridente e sumptuoso Indie Rock solarizado por irresistíveis melodias, a sui generis sonoridade de ‘Seasons’ é ainda ornamentada e envernizada por uma fresca e colorida aura jazzística que lhe confere toda uma afrodisíaca e paradisíaca elegância. A passo trôpego entre a edénica simplicidade e a caótica complexidade, WIZRD passeia-se livremente – de forma graciosa, luxuosa e envaidecida – pelos seus cheirosos, frondosos e labirínticos jardins sonoros. Na condução desta admirável digressão, musicada a sublimada beleza e transbordante emoção, pelo seráfico universo de ‘Seasons’, estão vocais joviais de pele aveludada, límpida e açucarada, uma guitarra esplendorosa que tanto se apazigua em delgados, escorregadios e desanuviados acordes, como se desassossega numa escadaria de solos electrizantes, ziguezagueantes e cerebrais, um baixo magnetizante de pulso fluído, ritmado e saltitante, teclados quiméricos de bailados polposos, faustosos e celestiais, e uma bateria esdrúxula de ritmicidade precisa, inventiva e estonteante que provocara a constante salivação dos meus ouvidos. São 43 minutos atestados de incessante deslumbramento, incensados a consumada venustidade, condimentados por climas contrastados e compartimentados por caramelizadas baladas de espírito bucólico e destravadas galopadas à rédea solta. Um álbum verdadeiramente preclaro que me ofuscara e conquistara sem a mais pequena timidez. ‘Seasons’ simboliza a técnica e o sentimento ao serviço da música. Um álbum delicado, ensolarado e bem-disposto que nos contagia e extasia. Confortem-se neste oásis musical de afago sensorial, e vivenciem com detida fascinação um dos meus álbuns favoritos de 2022.

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 Karisma Records

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Review: 🪐 ZONG - 'Astral Lore' (2022) 🪐

★★★★

Cinco anos após o nascimento do seu homónimo álbum de estreia (aqui trazido e imoderadamente aclamado), o tridente australiano ZONG está finalmente de regresso com o lançamento do segundo trabalho, intitulado ‘Astral Lore’ e editado a duas mãos nos formatos físicos de CD-R e vinil pela britânica Cardinal Fuzz (responsável pela distribuição no Reino Unido e Europa) e pela norte-americana Little Cloud Records (responsável pela distribuição em solo americano). Prosseguindo a sua emancipadora, exploratória e conquistadora odisseia cósmica – farolizada pelos fogosos e pulsantes viveiros estelares, empoeirando-se nas multicoloridas e fantasmagóricas nebulosas, e driblando a gravidade dos solitários astros que se vão desenterrando e revelando no negro solo que pavimenta um firmamento repetidamente desdobrado – a banda sediada na cidade costeira de Brisbane (Queensland) tem em ‘Astral Lore’ um álbum climatizado por um ambiental, místico, ritualístico e celestial Heavy Psych de umbrosos ecos Black Sabbath’icos e essência instrumental que nos desancora a consciência terrestre, escancara as portas da percepção, e transcende aos mais altos céus do Cosmos bocejante. De olhar semi-selado, cabeça aturdida e espírito embriagado, somos eclipsados e magnetizados pela mântrica sonoridade de ZONG, à terapêutica e transformadora boleia de uma guitarra persa que se arvora em proféticos, serpenteantes, deslumbrantes e esotéricos Riffs de onde esvoaçam solos ecoantes, ácidos, entorpecidos e intoxicantes, um baixo magnetizante de linhas murmurantes, sombreadas, pausadas e ondeantes, e uma bateria flamejante de ritmicidade expressiva, criativa e enleante. O fantástico artwork de vistoso esplendor cósmico pertence ao virtuoso ilustrador - e baterista da banda - Henry Bennett. São 44 minutos de reflexiva, etérea e progressiva levitação, embalados e baralhados num atordoante vórtice centrifugado em slow-motion, que nos desagua na ataráxica e alienígena vacuidade sideral. Um vertiginoso mergulho nas profundezas da lisergia, onde todos os nossos sentidos desmaiam num perfeito oásis sensorial. Petrificados num imperturbável estádio de sonambulismo, jornadeamos pelos desertos cósmicos de ‘Astral Lore’ com transbordante fascinação. Uma sagrada peregrinação de consagração espiritual que nos encaminha aos braços do Nirvana. Vivenciem com detida veneração este renovado capítulo da mágica epopeia ZONG, e regressem dele completamente regenerados e depurados.

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 Cardinal Fuzz
 Little Cloud Records

Review: 🌋 Smokes of Krakatau - 'Smokes of Krakatau' (2022) 🌋

★★★★

Oriundas da Polónia – a meca europeia da música Doom – chegam-nos as pesadas, fumarentas, lodacentas e esverdeadas ressonâncias nasaladas pelo power-trio Smokes of Krakatau com o seu impactante álbum de estreia, de designação homónima e lançado através dos formatos digital e CD numa edição autoral. Norteada por um resinoso, demoníaco, canábico e montanhoso Psychedelic Doom de mãos dadas a um imperioso, ardente, inclemente e majestoso Proto-Doom, a pardacenta e empolada sonoridade de ‘Smokes of Krakatau’ vem ainda condimentada com ofuscantes feixes de uma endeusada luzência psicadélica e espacial que lhe confere toda uma aura imersiva, reflexiva e espiritual. Num constante pendulo entre a seráfica lisergia e a vulcânica euforia, a densa negrura e a leve brancura, a barulhenta tempestade e a surda bonança, a sangrenta impetuosidade e a invernal acalmia, somos embalados e climatizados pelos contrastados climas e estados de espírito do álbum. Uma gratificante e redentora experiência sensorial que não deixará ninguém indiferente. Chamejado por uma guitarra soberana que se robustece em dominantes, flamejantes, monolíticos e intoxicantes Riffs – gaseificados, distorcidos e escaldados a crepitante efeito Fuzz – e embevece em solos espectrais, lampejantes, leves e ecoantes, murmurado pelo quente bafo de um baixo carregado a linhas ventosas, nervudas, sisudas e poderosas, galopado por uma enérgica bateria de ritmo endiabrado, incisivo, expressivo e desenfreado, e rugido por uma voz felina, agressiva, urticante e abrasiva, este primeiro registo de longa duração, forjado pelo tridente sediado na cidade de Poznań, encerra um temível vulcão em vistosa erupção que gorgoleja magma polposa, faúlhas incandescentes, e incensa toda a atmosfera de vapores sulfurosos que se agigantam e nos encobrem. O fantástico artwork que dá rosto a ‘Smokes of Krakatau’ aponta os seus créditos de autor à ilustradora polaca Maryjka Babiak. São 57 minutos atestados de forte actividade sísmica que estremecerá e estarrecerá o ouvinte. Uma estreia gloriosa e um importante contributo para o enriquecimento da já abastada e portentosa cena Doom que há muito governa a Polónia.

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sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Review: ⛧ Lord of Confusion - 'Evil Mystery' (2022) ⛧

★★★★

Da cidade portuguesa de Leiria chegam-nos as ressonâncias luciféricas do druídico quarteto Lord of Confusion que acaba de exumar o seu álbum de estreia ‘Evil Mystery’. Lançado a duas mãos pela editora lusa Gruesome Records (responsável pela distribuição em solo europeu) e pela companhia discográfica norte-americana Morbid and Miserable Records (responsável pela distribuição em solo americano) nos formatos CD, cassete e digital, ‘Evil Mystery’ vem incensado e atormentado por um enfeitiçante, ocultista, ritualista e intrigante Psychedelic Doom em formato de pentagrama e de reverenciadas orações arremessadas para o lado eclipsado da religiosidade. A sua sonoridade altiva, amaldiçoada, vampírica e opressiva – lacrimejada em tons purpúreos e vigiada de perto por uma pesada e asfixiante obscuridade – enluta e profana a alma do ouvinte, embrulhando-a numa inescapável teia. De olhar encovado, semblante esbranquiçado, queixo tombado e espírito pasmado, ingressamos nas abissais profundezas de um sono mesmérico, sem garantias de um retorno, que nos passeia pelas distópicas, nebulosas e melancólicas paisagens líricas de Edgar Allan Poe. No borbulhante, fogoso e fumegante caldeirão onde a magia negra – superiormente liderada pelos Lord of Confusion – é cozinhada, emergem os pálidos, melódicos, frígidos e messiânicos vocais, ocasionalmente substituídos pelo surgimento de rugidos espinhosos, violentos, ferrugentos e cavernosos, que lideram este hermético rito, um litúrgico teclado de melodias enigmáticas, atemorizantes, magnetizantes e fantasmagóricas que ensombram toda a tensa e misantrópica atmosfera do álbum, uma guitarra imperiosa que se hasteia em maléficos, amargurosos, infecciosos e esotéricos Riffs, e redemoinha em dilacerantes, ácidos, atordoantes e alucinógenos solos, um baixo denso de feições sisudas e linhas inchadas, ventosas, rugosas e musculadas, e uma bateria impetuosa que esporeia, sobreaquece e bombardeia esta enlouquecedora paranoia de desígnios obscurantistas. São 45 minutos de uma fúnebre radiação, farolizada a flamejantes candelabros, que nos persegue, eclipsa e afoga na trevosa e pantanosa pretura. ‘Evil Mystery’ é um álbum verdadeiramente desorientador, impiedoso e avassalador que nos soterra num penetrante estádio de inquebrável sonambulismo, atormentado por insanas e perversas diabruras bruxuleantes. Encarvoem-se nele.

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 Gruesome Records
 Morbid and Miserable Records

Review: ⚓️ Mythic Sunship - 'Light/Flux' (2022) ⚓️

★★★★

É justo começar por referir que os dinamarqueses Mythic Sunship são uma das minhas bandas contemporâneas de eleição, e, portanto, foi com um sentimento de frustração que reagi ao inesperado cancelamento da sua actuação (por motivos de saúde) na passada edição do SonicBlast Fest, adiando para data indefinida a minha estreia no que diz respeito a experienciá-los ao vivo. Com mais de uma década de produtiva existência onde plantaram e colheram duas mãos cheias de álbuns, o quinteto escandinavo acaba de nos presentear com o lançamento do seu décimo trabalho, intitulado ‘Light/Flux’ e promovido sob a alçada do renomado selo discográfico nova-iorquino Tee Pee Records através os formatos físicos de LP e CD. Navegando pelas tranquilas águas de um pastoral, contemplativo, imaginativo e ambiental Psychedelic Rock com vista para a perpétua noite astral, e pelas areias movediças de um extravagante, sedutor, libertador e deslumbrante Avant-Garde Jazz (in)disciplinado por um exótico experimentalismo, a fluída, etérea e lânguida sonoridade de ‘Light/Flux’ acaba invariável e ocasionalmente por desaguar nas paradisíacas praias do seu autoproclamado Anaconda Rock, caracterizado por Riffs volumosos, musculosos e serpenteantes que nos caçam, abraçam e asfixiam. De olhar semi-selado, revestido a uma embriagada expressão sonhadora, sorriso inquebrável, corpo baloiçante e espírito enternecido por um transbordante estádio de perfeito bem-estar, somos envolvidos, sublimados e canalizados pelos nirvânicos trilhos de Mythic Sunship sem a mais pequena vontade deles regressar. São 43 minutos onde as distâncias entre a gélida e vaporosa dormência e a vulcânica e gasosa efervescência se encurtam, embalando o ouvinte numa extasiante hipnose de beleza crepuscular. Farolizados pelos estonteantes ziguezagues rabiscados por um irreverente saxofone de sopros gritantes, luminosos, sedosos e mirabolantes, pelos cativantes diálogos travados entre duas guitarras aquosas e ecoantes que se perseguem em admiráveis, esvoaçantes, encaracolados e inesgotáveis solos de toxicidade a perder de vista, pelos polposos murmúrios bafejados por um ondeante baixo de linhas magnéticas, sombreadas, oleadas e elásticas, e ainda pelo imersivo tic-tac de uma bateria soberbamente jazzística que trauteia entre o quente brilho dos pratos, o acrobático rufar da tarola e o galope tribal dos timbalões, somos engolidos pela negra boca do Cosmos e deixados à deriva na infindável vacuidade. ‘Light/Flux’ é um álbum de natureza anestésica, arejada, dilatada e sidérica que nos enleia e inebria com a sua reconfortante, quimérica e enfeitiçante maviosidade. Recostem-se confortavelmente e dissolvam-se tranquilamente no universo de um álbum sem fundo, oxigenado a incontáveis propriedades terapêuticas.

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 Tee Pee Records