De França
chega-nos a flamejante, provocante e apimentada irreverência do quinteto
parisiense Red Cloud com o seu impactante álbum de estreia. De designação
homónima e lançado através dos formatos LP, CD e digital com o carimbo autoral (os formatos físicos podem ser adquiridos aqui), ‘Red
Cloud’ vem entrançado e zebrado por um arenoso, oleado, torneado e libidinoso
Heavy Blues de idoso e meloso aroma a whiskey e um inebriante, sumptuoso,
charmoso e vibrante Classic Rock de intensa radiância setentista.
De escape fumarento, rotações no máximo, motor ronronante e faróis apontados a
carismáticas referências como Led Zeppelin, Deep Purple, Cactus
e Rory Gallagher, estes franceses arrancam a alta velocidade pelas
poeirentas artérias do deserto debaixo de uma ofuscante chuva de purpurina. A
sua sonoridade apaixonante, fogosa, lustrosa e altamente contagiante força o
ouvinte a cravar os dentes nos lábios, rebaixar as pálpebras, menear a cabeça, saltitar
os ombros, estalar as pontas dos dedos e bater o pé ao absorvente ritmo deste brilhante, festivo e empolgante cabaret. De pele reluzente e transpirada, olhar sedutor e
embriagado e corpos serpenteantes, embarcamos na irresistível tentação de Red
Cloud à afrodisíaca boleia de uma guitarra felina que se bamboleia em estonteantes,
sinuosos, majestosos e estimulantes riffs e incendeia em solos escorregadios,
trepidantes, alucinantes e luzidios, um baixo hipnotizante de bafo quente, denso,
tenso e pululante, uma bateria entusiástica a trote de uma ritmicidade galopante,
animada, desinibida e cativante, um enfeitiçante órgão de mugidos e rodopios
intrigantes, polposos, empolados e aparatosos, e uma voz harmoniosa, vistosa e caramelizada
– tanto rouquenha como aveludada – que agarra firmemente as rédeas desta buliçosa
cavalgada pelos crepusculares firmamentos do deserto. São 45 minutos de
chamejante sedução e irresistível perversão que nos encandeiam e esporeiam sem qualquer
moderação. Um dos mais formosos, libertinos e voluptuosos álbuns do ano está
aqui, na retumbante, imaculada e triunfante estreia de Red Cloud. Deixem
os vossos corações correr selvática e livremente ao glamoroso, redentor e aventuroso
sabor desta jovem, mas muitíssimo promissora banda francesa, pois como disse o hollywoodesco
Humphrey Bogart no intemporal clássico do Cinema “Casablanca” (Michael Curtiz, 1942): «Teremos sempre Paris!».
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