segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Review: ⚡ Electric Moon - 'The Doomsday Machine' (2011/2016) ⚡

Electric Moon é hoje uma das grandes bandas da minha vida. E se já nutria uma crescente admiração pelo power-trio germânico, depois de em 2015 os ter vivenciado ao vivo no Reverence Valada (review aqui) a mesma agigantara-se de uma forma verdadeiramente espantosa, imortalizando esta actuação como uma das mais fascinantes e hipnóticas que vira até então. Com uma extensa e requintada discografia dividida pelos seis anos de banda, este tridente de instrumentos apontados ao esplendoroso Cosmos acaba de reeditar via Sulatron Records um dos seus álbuns mais históricos: ‘The Doomsday Machine’ (lançado em 2011 pela mão da Nasoni Records). Este segundo álbum de estúdio de Electric Moon vem munido de um morfínico, obscuro e nebuloso Heavy Psych de feições astrais que nos drena a lucidez e eleva de encontro às mais idosas e intangíveis fornalhas estelares. São cerca de 80 minutos de pura e sublime hipnose que nos satura de um êxtase mudo e ininterrupto. Uma perfeita divagação da consciência pelos domínios mais frios e recônditos do Cosmos embriagado. Inalem toda esta verdadeira letargia nutrida por uma guitarra messiânica que vomita solos verdadeiramente fecundantes, vertiginosos e atroantes, um baixo frondoso e vigoroso de danças enteogénicas, uma bateria galopante de ritmos compenetrados, uma voz enevoada e distorcida segredada pelos astros, e ainda um ecoante e delirante sintetizador que pulveriza toda a atmosfera de ‘The Doomsday Machine’ com uma envolvente e etérea bruma capaz de nos recostar a um intenso estádio de inércia. Este é um álbum imensamente errante que nos passeia pelo infinito ventre de um Universo sombrio e bocejante. Recostem-se, apertem bem os cintos e preparem-se para testemunhar esta sagrada transcendência capaz de nos fazer revirar as pupilas. ‘The Doomsday Machine’ é uma das mais audaciosas odisseias pelo oceano cósmico. Um verdadeiro hino à ataraxia que nos paralisa do primeiro ao último tema. Banhem-se nesta densa e dominadora poeira estelar que vos canonizará a alma, e mergulhem na verticalidade sideral.

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