A majestosa formação
dinamarquesa The Sonic Dawn acaba de
presentear todos os seus devotos seguidores – assim como outros ouvintes que
ainda não se tenham cruzado com este adorável trio sediado em Copenhaga – com o novo e terceiro álbum
apelidado de ‘Eclipse’ e lançado hoje mesmo pelo já conceituado selo discográfico
romano Heavy Psych Sounds sob a
forma física de CD e vinil. A sua encantadora e libertadora musicalidade repousa
e reconforta-se num refinado, sublime e ensolarado psicadelismo de textura
revivalista – brilhantemente trazido das douradas décadas de 60 e 70 – de onde
sobressai um lisérgico Acid Rock de clara
influência no San Francisco Sound que
se aproxima timidamente de um ritmado e dançante Garage Rock capaz de nos fazer estalar os dedos e bater o pé. E é
esta airosa, cândida e graciosa vibração sonora que nos melifica e petrifica a
alma num perfeito estádio de imperturbável bem-estar. ‘Eclipse’ passeia-nos
pelas suas copiosas, requintadas e maravilhosas paisagens sonoras que se
distendem por toda a extensão temporal do mesmo. São cerca de 35 minutos ofuscados
e bronzeados por uma maviosidade verdadeiramente tocante e estimulante que nos
deixa extasiados e de ouvidos a salivar. Sintam-se perecer de prazer ao edénico
som de uma guitarra que se envaidece em suavizantes, afáveis e apaixonantes
acordes, e se endoidece em delirantes, emotivos e magnetizantes solos, um baixo
meditativo de hipnóticas linhas desenhadas a flexibilidade, volúpia e
tenacidade, uma bateria jazzística de
toque elegante, imaginativo, polido e cintilante, um deslumbrante órgão de agradáveis,
lascivos e admiráveis bailados, e ainda uma voz envolvente, suave, doce e
relaxante que intensifica a pura e meiga letargia que adorna e oxigena toda a fascinada
atmosfera da renovada e inspirada obra de The
Sonic Dawn. Este é um álbum imensamente sedutor que afagará e conquistará o
mais frio dos ouvintes. Deixem-se eclipsar pela embriagante magia borrifada de ‘Eclipse’
e experienciem de forma compenetrada e apaixonada toda a sua esplendorosa
beleza, simetria e fineza. Provavelmente o meu disco favorito deste estimável tridente de origem nórdica que há muito
me cativa, incentiva e prazenteia.
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