sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Review: ⚡ SpellBook - 'Magick & Mischief' (2020) ⚡

★★★★

De York – cidade localizada no estado norte-americano da Pensilvânia – chega-nos a feitiçaria negra destilada pelo dinâmico e tirânico quarteto SpellBook com o lançamento do seu novo álbum intitulado de ‘Magick & Mischief’ e devidamente promovido sob o signo do influente selo discográfico romano Cruz Del Sur Music através dos formatos físicos de CD e vinil. Assombrada por um intrigante, combativo, altivo e atemorizante Proto-Metal de massivas ressonâncias Black Sabbath’icas e aliado a um imperioso, principesco, titânico e ostentoso Classic Rock de tração setentista, a expressiva, invasiva e gloriosa sonoridade destes quatro cavaleiros do apocalipse é orientada por clássicas influências trazidas dos dourados anos 70 como Thin Lizzy, Scorpions, Judas Priest, Blue Öyster Cult, KISS e Deep Purple. Num admirável, adorável e impactante equilíbrio entre destravadas, fogosas e portentosas galopadas locomovidas a esporas sangrentas e rédeas soltas, e melódicas, vampíricas, funestas e melancólicas baladas de beleza nocturna, SpellBook opera toda uma demoníaca liturgia de veneradas orações apontadas ao lado eclipsado e obsceno da religiosidade. De olhar embaciado, semblante empalidecido, respiração aprisionada e espírito integralmente siderado, somos envolvidos e revolvidos nesta ocultista cerimónia de ‘Magick & Mischief’ sob o enigmático e influente feitiço de uma guitarra draconiana que se manifesta em Riffs dominantes, trevosos, majestosos e hipnotizantes de onde se serpenteiam e alardeiam faustosos, rebuscados, inspirados e virtuosos solos, um possante baixo de brumosos, densos, tensos e fibrosos bafejos, uma reinante bateria de pratos explosivos e timbalões retumbantes, uma profética, luciférica, decrépita e avinagrada voz de tonalidade Ozzy’esca, e – ainda que num plano secundário no que à predominância diz respeito – um dramático teclado de notas lutuosas e profanas, e uma revitalizante harmónica de arejados e extravagantes sopros. Deixem-se atropelar e empoeirar pelo obscuro misticismo de SpellBook e dissolvam-se neste fervilhante, ácido e borbulhante caldeirão inundado e condimentado a pecaminosa perversidade. Não vai ser nada fácil quebrar este bruxedo e despertar de um álbum que seguramente estará perfilado por entre os melhores registos do ano.

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