quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sempre, Sempre, Sempre

Pelas estradas do hedonismo, demos as mãos e confirmamos, uma vez mais, a austeridade deste Amor. Nestas areias indubitáveis onde todos os oceanos desmaiam, contemplamos a existência desta nova galáxia. De corpos despidos sentimos a alma morder a pele, e o coração implorar a sua libertação. São novos ventos que vieram para ficar. Somos os únicos herdeiros da Eternidade.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A minha Valquíria (L)



"... ficar a ouvir esta chuva, estas lágrimas de felicidade que descem á Terra para nos dizer que nos Céus teremos continuidade." "Nem a mais incrível explosão Cósmica extinguiria este nosso Universo." - Ana Mateus

Contigo em Vénus

Em viagem. O sol trouxe um perfume estrangeiro a esta estrada. De cabelos entregues ao vento, atravessamos toda uma vasta planície de certezas indubitáveis. Presságios harmoniosos libertavam-se das árvores enquanto corriamos pelo bosque. Todo um paralelismo mágico... Dois olhares cúmplices e sorrisos esculpidos pelos Deuses “passaram por aqui” – diziam os indígenas. Mensageiros do Amor. De passagem... sempre de passagem. Porque a auto-estrada da nossa paixão é infinita (L).



"As palavras que o Amor inventa" - Ana Mateus

Love, Colour Haze

Finalmente entraste no carro. Domingo, 20 dezembro de 2009. Um dia cavernoso, pálido... onde a novidade não habita. Um asteroid embateu nos gélidos campos de dois corações. Um “big bang” sentimental que iluminou o nosso destino. Embriagados de amor, caminhámos de mãos dadas pelos trilhos da vida. Um olhar, um pacto, um suspiro. Juntos conseguimos transcender todo o Universo, juntos fitamos toda uma panóplia de palavras, juntos seremos eternos, imortais... Um presságio de ataraxia. Um sentimento estrangeiro, nunca antes alcançado. Uma viagem nunca conclusiva... De olhar convicto no horizonte. És-me tanto. És-me Tudo! Transbordo de admiração e amor por ti. Somos filhos do vento. Sempre estivemos nesta praia, junto ao oceano. Contemplámos o infinito e tecemos planos de um futuro mágico. Ouvir-te é tão enriquecedor, faz-me tão bem... és poesia viajante. Uma deusa astral. Criámos a nossa galáxia, a nossa ética, o nosso dialecto... a nossa estrada. Seremos uma ilha longínqua que o oceano da vida emergiu. Estaremos sempre de passagem... nesta espiral ascendente á qual os homens chamam de amor. Ana. Para sempre contigo, Para sempre comigo. (Porque nunca vais ter de me castigar com cactos) (L) és intemporal, tal como ISTO que nos une. Amo-te tanto!

I sit myself high upon a mountain top an d I look far, far across the hills
I'm so loaded, man, so deep and full, with all the love and all that is real
We gotta cry out and reach out and turn our twisted minds
And feel the connection that is between you and all that is alive

To be with the smallest and biggest without fear and without pride
I went through the chappel of dangers a few hundred times
And I had to work so hard to keep my love and intuition
And not to loose my guts and not to loose my mind
I reach out, a step foeward, I stumble and I fall
All my greed and longing wasn't for the real at all

So reach out, reach out, get a hand brothers and sisters
Grow on your kindness, love harmony and peace
Empty yourselves of everything, gain in loosing, thriving your freedom
I tried, but I'm sure you will




(L)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Consciência através do Nevoeiro

Tarde de domingo cinzento. Desci a montanha rumo ao rio. Ao som de Mulatu Astatke, atravessei longas paredes de nevoeiro e deixei que o jazz etíope conduzisse o meu pensamento. Que conforto genuíno, uma verdadeira ataraxia.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Expiração prolongada


Hoje, depois de ter passado algum tempo com o tempo (de ouvido repousado em Michael Brecker), vesti o meu casaco de ganga negra, saí de casa, retoquei o colarinho contra o pescoço, e caminhei até á cinemateca portuguesa. Precisava de uma boa noite de cinema, ou de um Doom ou Drone atmosférico regado de Jack Daniels. Monte Hellman (Silent Night, Deadly Night III: Better Watch Out + Stanley’s Girlfriend) era o menú em exposição. Cerca de 10, 11 almas solitárias (tal como eu) ocuparam a pequena sala Luís de Pina. 2 horas de duração (sem interrupções) aqueceram todos aqueles corações cavernosos. No final da exibição, foram muitos os suspiros de contentamento. Eu saí daquela pequena sala muito mais enriquecido. O cinema faz tão bem á minha alma.•

Adorei “Stanley’s Girlfriend”.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

SLEEP, Holy Mountain

Ouvir este disco todo «pedrado» de sono (como é normal nas manhãs de segunda-feira) é tão envolvente...

Heavy, Heavy Night

Almada convocou as mais negras nuvens dos céus para a recepção a ISIS. Atravessei de barco o rio Tejo, e subi em direcção ao Incrível Almadense. O ambiente da grande sala estava espantoso. Uma densa e cinzenta nuvem habitava o seu interior. Keellhaul subiram ao palco, assumiram as suas posições, fitaram o público (que ainda se formava) e explodiram um autêntico petardo musical. Todos aqueles amplificadores pareciam insuficientes para aguentar tal descarga de músculo que a sonoridade de Keellhaul representava. Foi impossível ficar parado. O som, só por si, empurrava todos os corpos que deambulavam por ali. Muito bom. Circle, a banda seguinte, veio surpreender “toda” a plateia com a sua atitude em palco. O vocalista parecia caminhar pela pauta musical que formava o esqueleto da música. Cada tema de Circle é, deveras, complexo, com uma estrutura rítmica alternativa. Gostei de alguns fragmentos musicais. No final, aplaudi Circle pela sua estranheza, mas soube-me a pouco.”Venha Isis!” gritava a minha alma. Isis dominaram toda a atmosfera. Foi uma viagem puramente descritiva pelo maior bosque do Mundo. A força de Isis é como que uma narrativa envolvente de interpretação única e pessoal (assim a considero). Isis é uma autêntica inspiração. No regresso a Lisboa, as águas do Tejo estavam agitadas, pesadas e negras. Quando o barco atracou no cais, expirei: “Vi Isis!”

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Boris - Flood (2000)

Hoje conheci diversos locais que, na realidade, não existem.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cinema

Hoje é noite de Mulholland Drive (2001), David Lynch

domingo, 22 de novembro de 2009

Cinema


"Um homem que não passa tempo com a família não pode ser considerado um homem de verdade." The Godfather (1972)

Cinema

Hoje é dia de The Godfather, Francis Ford Coppola

Irmã:

Tens o raro dom de proteger o que é Nosso... usa-o!

Cinema

Hoje é dia de Trois Couleurs: Bleau, Krzysztof Kieslowski

Sean Riley & The Slowriders

De forma a esquecer Atomic Bitchwax no Porto-Rio (Porto), fui ver/ouvir Sean Riley & The Slowriders ao Musicbox (Lisboa). Acabou por anestesiar, momentaneamente, a dor de não ter ido ao Porto. Foi um belo concerto da jovem banda de Coimbra. Sonoridade elegante, viajante, com muito vento e poeira. Remeteu-me para as velhas caves de Chicago nos anos 50, e para uma Road Trip pelo Texas. Muito ambiental, expressiva… Fiquei fã.

(obrigado Alex Dregen e Rita)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dias de Guadalest

Colour Haze

Noite quente. Vento viajante. Luar celestial e… Colour Haze em palco. As montanhas aplaudiram os eremitas, e eles brindaram tal comunhão tecendo uma outra galáxia. O trio germânico incendiou a noite de Guadalest e os nossos corações. A guitarra delirante de Stefan Koglek ascendeu toda a Vida que se encontrava por ali. Aquele palco foi o nosso santuário espiritual. Manifestações enteogénicas. Nem o Philipp Rasthofer estranhou as bolhas de sabão que o rodeavam. Estávamos todos no outro lado do céu. Colour Haze: Sinestesia.

Domingo

Ela adormecera. Mil faróis cruzavam-se na auto-estrada, e a chuva caía com intensidade. As nuvens desceram ao alcatrão, e a peregrinação de luzes rasgava a noite. Marcha para o céu. Aumentei o volume sonoro e entreguei-me aos velhos trilhos de Sleep. As escovas pára-brisas percorriam a longa vidraça do Cadillac, e o meu olhar procurava a consciência dentro da neblina.

Sépia

Novembro. Pretensões idílicas nesta madrugada cinzenta. Horizonte letárgico que acaricía as nossas pálpebras. Céus redundantes...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Viagem FLOYDeana

Pink Floyd live at Pompeii

(com os pés nas ruínas de Pompeii e cabeça no cosmos)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Prisão de Vidro

Choveu todo o dia, choveu toda a noite...
Nesse teu pensamento cinzento, guardas calorosamente memórias do que te sou. Tempo este, sangue da vida, que em nada envelhece a nossa inexorável convicção. Tu sabes. Eu sei. Uma confissão intemporal que se ascende nas horas vazias, onde só o silêncio retrospectivo habita. Palavras omnipresentes. Uma viagem explorativa, nunca conclusiva.
Olhares que rasgam os negros céus de Londres e se encontram nos adornos da Paixão.

domingo, 4 de outubro de 2009

um homem diferente (dizem)

Olhares. Pessoas. Círculo. Silêncio.
A conspiração estava presente por detrás de cada olhar faminto por pestanejar. Pobres daqueles conspícuos que haviam sido olhados pela preversidade. Naquele chão jaz o corpo despido da benevolência e um punhal ensanguentado. A hipocrisia foi partilhada naquela gélida noite de Outubro. Uma presença pouco relevante que em nada conseguiu persuadir o rumo da conversa. São vozes que gritam no fundo do asfalto, são vozes afogadas num oceano de silêncio, são vozes promíscuas abandonadas na estrada,... na longa estrada da amizade.

Síndrome

Acordo envolto de silêncio e escuridão. Perdido no interminável leito de incerteza, procuro algo palpável para que me encontre. São 06:00. Ouço a chuva e o vento bater nas persianas do meu quarto. Não há electricidade. Estou desprovido de poder observar tal atmosfera ambígua. Projecto o meu olhar para a negra espiral, e aguardo o regresso do conforto que me visitara anteriormente, deixando a promessa de uma longa estadia hibernal. O silêncio combate as gotas persistentes que, mortas, caem sobre o olhar adormecido do Sol. Sou prisioneiro, por tempo indeterminado, da Introspecção. Delírio Onírico. Em estado de recreação, sinto-me levitar. Uma panóplia de percepções. Entretanto... já a precoce luz do dia conquista o quarto. O regresso tardio da lúcidez da consciência. São 07:00.

60's

"Run across the valley beneath the sacred mountain and wander through the forest where the trees have leaves of prisms and break the light in colors" The Byrds

sábado, 19 de setembro de 2009

Frio

Presságio resplandecente. Toda a rua está coberta de neve. Deambulando pela velha calçada, o velho locutor da rádio local, enfrenta o frio que o confronta. No prédio (frontal) vizinho, vejo duas crianças de pele rosada a observar a gélida noite que já há muito se arrasta. Ainda nesse mesmo prédio, uma jovem de longos cabelos loiros aquece a sua alma nas teclas do piano de cauda... Há muito que a vejo tocar. A densidade do negro fita a luminosidade dos candeeiros públicos, e o forte vento dança em redor das velhas árvores. Um mendigo escolheu a minha rua para pernoitar. Ainda é jovem, mas parece cansado de tanto viver. O seu olhar desmaiado na neve é um claro prelúdio ao amanhã que se avizinha. Uma ambulância rasga o pesado silêncio que adormeceu a rua. Morte. São muitas as famílias que, atrás das suas janelas, observam o cortejo fúnebre. A jovem pianista aproxima-se da janela e veta todo um auditório, agora impedido de a contemplar. As duas longas cortinas uniram-se. Um vazio completa-me... Causando uma posterior sensação de insensibilidade que nem o sabor do forte café prevalece na boca. Sinestesia. Abandono a vigia rotineira e cedo a um estado de consciência passiva.

The Hole is Wide, Marissa Nadler

domingo, 6 de setembro de 2009

ISIS em Portugal

1ª parte CIRCLE e KEELHAUL

28 de Novembro - INCRÍVEL ALMADENSE, Lisboa
29 de Novembro - TEATRO SÁ DA BANDEIRA, Porto

Abertura de Portas - 20h00
Início do Espectáculo - 20h30


OH YEAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

domingo, 23 de agosto de 2009

Estradas côr-de-rosa

De olhar incendiado pela satisfação de conseguir viajar até Castell de Guadalest (Alicante) para assistir á 2ª edição do festival de Rock Psicadélico, elevei a mochila aos ombros e viajei até Viseu, de encontro com o Fua (lovers & lollypops). Lá esperava-me, também, Fipu (The Guv) para seguirmos viajem até ao sul de Espanha. Noite. De mapa nas mãos, iniciamos a longa jornada pelo alcatrão beijado pela lua. De olhar cansado e audição embriagada na atmosfera Sleep, confiámos toda a nossa atenção no que os faróis luminosos rasgavam entre aquela escura noite de verão. Espanha. A primeira paragem, já em solo vizinho, para atestar o depósito de combustível. Apesar de estarmos, ainda, muito longe, já avistávamos com muito melhor percepção a veracidade do nosso destino. Estávamos mesmo a caminho de outras galáxias (Colour Haze, Earthless, Witchcraft, Causa Sui, Viaje a 800, Astra…). Madrid. Passámos pelas entranhas industriais de Madrid de olhar atento àquele universo de luz e cor. Poucos foram os faróis forasteiros que se cruzaram connosco. Estávamos sozinhos à descoberta das melhores artérias em direcção ao coração (Castell de Guadalest). Por vezes o meu olhar mergulhava no negro alcatrão e adormecia. Fragmentos temporais de inconsciência. Província de Alicante. O sol já combatia a noite e incendiava o cume das montanhas. Belas horas de viagem pelo sul de Espanha. Paisagens áridas, desertas… Parecia o Texas. Uma imensidão de montanhas rochosas, planícies desertas, solo seco, ventoinhas eólicas e Yawning Man (Rock Formations) a fazer-se ouvir sobre um previsível e pesado silêncio de cansaço. Estava embalado por todo o paralelismo que me acompanhava. Ataraxia genuína. A proximidade com o deserto de Almeria era bem perceptível. Eram muitos os elementos desérticos. Palco de um belo Western “Per qualche dollaro in piú (1965) de Sergio Leone. “Estamos perto” – suspirávamos. Depois de atravessarmos todo um rio de dúvidas, juízos e decisões, começámos a subir uma imensidade de Montanhas. Montanhas esventradas por uma humilde estrada cheia de curvas que fariam vibrar qualquer estômago. Castell de Guadalest, aqui estamos nós de ouvidos a salivar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dias de Guadalest

Earthless

Earthless! A expectativa era tão alta, que o meu coração não resistia á espera. Earthless foram demolidores. Cuspiram milhões de estrelas, e poeiras cósmicas. Como é possível três músicos soltarem todo um universo de sons psicadélicos e indomáveis na atmosfera? Como se um coro de mil gritos celestiais os acompanhasse nas jornadas sonoras. Peregrinação sónica! Exorcismo planetário. Batalha Galáctica. Átomos Psicadélicos cairam sobre os vales de Guadalest. Olhar lúcido, insensível. Convulsões interiores. Viagem pelo deserto de Mojave, de alma cedida ao vento. Desprovido de razão, escravo do fado. Conquista do Desconhecido. Universo de cor, luz, vultos… Desequilíbrio emocional. Sonoridade intemporal. Cometas que rasgaram a noite sulista de Espanha. Durante algumas horas fui Astronauta. Earthless, que saudades…

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Dias de Guadalest

Causa Sui


Causa Sui, 25 de Julho, 19:30. Final de tarde com o céu em chamas. As grandes montanhas rochosas delimitavam o horizonte. Causa Sui em palco. Estava a atmosfera perfeita para uma jam psicadélica que conciliasse o jazz com o stoner. Summer Sessions, cerveja gelada e o sol debruçado sobre as montanhas. Foi mágico ouvir Causa Sui no intervalo transitório entre o dia e a noite. Destes Dinamarqueses esperava uma viagem aos mais áridos desertos do Mundo; uma viagem às florestas mais idosas do Planeta. Fechei os olhos e encontrei-me nos lugares mais distantes do inconsciente. Estava embalado. Sem reacção. A verdadeira viagem pelo desconhecido, remando pela alma fora. Celestial. Por vezes despertava e sentia-me balançar em busca do equilíbrio na ponte ténue entre o consciente e o inconsciente. Uma brisa suave envolvia o som, e o som envolvia os servos em campo. Filhos dos 60’s. Depois das guitarras encostadas e baquetas devolvidas ao sossego, os meus músculos faciais estavam desmaiados. As correntes lisérgicas que me aprisionaram estavam, agora, a ceder. Causa Sui, PERFEITO.

Blues For The Red Sun



19:00. No velho salão de sua casa, o músico dedilha as gastas cordas de sua guitarra e narra alguns versos de uma letra (ainda precoce) de sua autoria. Encharca a sua garganta com uísque e perfuma o seu peito com o pesado fumo de um charuto. De olhar semi-cerrado levanta a cabeça em direcção á janela. Os raios solares iluminam aquele ser arcaico, de olhar perdido, de barbas e cabelos há muito entregues ao destino da natureza. Ele não vive, arrasta-se pela vida. A música é a sua fiel parceira maternal. O sol intensifica o seu abraço e gotas de suor libertam-se sobre a rugosa testa do músico. Blues. De imediato, o músico, com gestos grotescos, percorre todo o braço da guitarra. Auto-estrada sónica. Universo de cor. Grito sufocante da Psicose. A noite cai.
O seu corpo, desprovido de autonomia, cai no gasto soalho de madeira. No abismo perpétuo da inconsciência. As letras estão manchadas de uísque e queimadas pelas cinzas do tabaco. A guitarra, já desmembrada e de cordas murchas sobre o parapeito da morte, jaz junto do seu corpo. Ele… !

Ela

Finalmente acordei com ela a meu lado… Finalmente era minha! O seu corpo nu repousava sobre os frescos lençóis de seda. Está um dia quente… A janela permanecera toda a noite aberta… uma suave brisa embatia nos longos cortinados vermelhos, e eles dançavam. De costas voltadas para o seu corpo despido, observei a rua (discretamente). Lá fora habitam instintos espontâneos que buscam o alimento. A beleza foi concebida para ser contemplada. Como ficar com ela para sempre? Eternamente Minha…
Ela desperta. Os seus pés vagueiam toda a abrangência do leito, os seus longos cabelos loiros recolhem, e o seu olhar entrega-se á realidade. Olha-me docemente e respira fundo… Amor.
Sinto que tem algo para me dizer… No seu olhar denuncio um secretismo arrepiante. Permanece em silêncio. Toda a atmosfera fica fria, estimulada. É longa a jornada desde a sua exposição física até á sua exposição psicológica. Qual de nós cederá? O silêncio é uma vasta planície virgem onde a surpresa cavalga. Imprevisivelmente, ela permite que o seu olhar desmaie sobre o vazio infinito da leviandade. O amor é uma força singular e solitária, que nunca necessitará do “concreto” para se consolidar. Abandono o quarto. Na madrugada da consciência não existem convicções. É um Universo ambíguo de palavras vãs. Quando anoitecer estarei de volta…

Fim

Se toda a doutrina que explica o começo do universo é variada, as vozes que enunciam o seu termo também o são. Destaco, principalmente, duas teorias com raízes já muito profundas no interior dos solos da mitologia: Armagedon e Ragnarök. Armagedon consiste numa teoria formada pela religião cristã que prevê uma última batalha no planeta Terra entre forças do bem e do mal (Satanás). Ragnarök é uma outra teoria proveniente dos países nórdicos que crê numa batalha final em que os Deuses Aesires e Vanires lutarão contra as forças do mal.
(Fins Realistas) A teoria do Armagedon acredita que o calor expelido pelo Sol vai evaporar todos os oceanos que habitam as rugas da Terra, apontando o fogo como o principal factor para a morte de toda a vida planetária. Já a teoria Ragnarök aponta para um fim gélido em que a Terra ficará dominada por uma infinita camada de gelo.•
Com a prevista e incontornável "morte" do Sol, a vida da Terra vai conhecer o lado extremo da sobrevivência. Estrelas, bem menores que o Sol, chamadas Anãs Brancas habitarão os nossos céus com máximo protagonismo. O próprio Sol tornar-se-á irreconhecível quando decrescer e se materializar numa anã branca. Essas estrelas têm um prazo vivencial muito alargado, devido á quantidade mínima de combustível que armazenam. Elas poderão devolver energia essencial para a vida (em condições mínimas) continuar a habitar a Terra. As anãs brancas continuarão o seu processo vivencial, arrefecendo e, consequentemente, se transformando em anãs negras. O Universo continua a sua jornada temporal, engolindo pedaços de infinito. As galáxias estão cada vez mais próximas umas das outras e um futuro de colisões cósmicas adivinha-se. O futuro do Universo tende a encaminhar-se pela curva descendente. Pensemos nas leis da termodinâmica… embora preferisse acreditar na 1ª (pois seria benéfica), a 2ª parece-me ser a mais previsível, e caso isso aconteça, a Entropia terá lugar neste palco, chamado Universo. Já se classificou o Cosmos em Eras: a Era Primordial, a Era Estelífera, a Era Degenerada, a Era dos Buracos Negros e a tão temível Era das Trevas. Resta saber se, presentemente, estamos na fase Estelífera ou na Degenerada. As galáxias estão, cada vez mais, desprovidas de luz, de estrelas… Os buracos negros podem vir a ser os últimos habitantes do Universo, mas explodirão. Quando já não existir mais matéria a vaguear pelo cosmos, a existência dos buracos negros torna-se injustificável.

Já que o Fim nos espera num futuro longínquo (mas tolerante), pensemos na nossa existência… No milagre da vida :)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jornada Psicadélica

Colour Haze
Earthless
Causa Sui
Viaje a 800
Quid Rides?
Dixon II
Mater Dronic
Groundhogs
Traummaschine & Beiruth
Mystic Frequency Worm
Witchcraft
Astra


http://festivaldelcastell.com/

terça-feira, 30 de junho de 2009

Sleep



Ride the dragon toward the crimson eye
Flap the wings under Mars red sky
The reptile pushes itself out into space
Leaving behind, the human race

Swim inside the solar seas
The Nebula cries out to me
Passing where I've gone before
I fly through the crimson door

Route 66

Quero que o vento me esbofeteie a face, e o sol me impeça de abrir as pálpebras. Quero sentir os, poderosos, motores dos Ford’s mustang’s e gran turino’s que se cruzem comigo. Quero ouvir a águia americana, e o coyote solitário. Ao som de “Heavy Desert” quero fotografar na memória todos aqueles velhos cactos e montanhas.
Quero que me acompanhes… que, com os teus dedos, apertes a minha coxa e sorrias para mim. Quero-te um oceano de convicção e não de dúvida. Quero sentir-te tão (ou mais) concretizada que eu. Quero ver-te inspirar todo o oxigénio que vagueie pelas minhas pretensões e doutrina moral. Tal como quero mergulhar em ti e regressar á terra mais enriquecido. Quero que, contigo, criemos uma outra Galáxia.

Red Sun in June

O sol dilata atrás da montanha. Olhares túrgidos repousados sobre o solo. Colisão cósmica: colapso físico e mental. Ondas de paranóia e loucura alimentaram aquele canto do tempo e do mundo. Contemplações esotéricas. Jesus habitou os lisérgicos 60’s. Cor que dança em redor da fogueira. Estrelas deprimidas que se desvanecem na atmosfera. São fragmentos do passado que espreitam pelo nevoeiro do tempo. De corpo despido, entrega a alma ao universo. Melodia árida. Músculos faciais adormecidos. Muito estranho para viver, muito raro para morrer.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Stoner meets Doom & Southern

Noite de 22 de Junho, Santiago Alquimista.
Poucos minutos passavam das 22h quando entrava no bar. Já se ouvia a guitarra pesada de Dollar Llama quando ainda subia a dura calçada de pedra até ao cume da rua de Santiago. Na entrada paguei os respectivos 10 euros e como "entradas" recebi de imediato o albúm "Under The Hurricane" de Dollar Llama, e um Cd promocional. Lá estavam os senhores Lisbonenses a representar o southern. Pena o som, estava demasiado condensado nos primeiros metros frontais do palco. Bons Riffs e boa garganta foram os principais destaques naquela "deficiente" atmosfera sonora. Aos poucos os ouvidos começavam a habiuar-se e a cabeça já se movia. Rais partam os cds que incomodam na mão. Falei com o Barman de serviço no bar do piso inferior e guardou.os por lá até final da noite. De volta á arena, onde já muitos corpos fluiam ao som de Dollar Llama. Os primeiros fragmentos humanos que radicavam junto ao palco olhavam com cúmplicidade os membros da banda, talvez amigos dos mesmos. Rapidamente estes senhores pousaram as guitarras, o micro e as baquetas. Estavam já na fila os Men Eater, responsáveis pela missão de aquecer o clima do velho salão, tipo vintage, em que me encontrava. Sobem ao palco os senhores Lisbonenses do Doom. O voc. (estilo Rex Brown - Down) foi o primeiro a invadir o palco. Parecia que as exigências do público não lhe causavam constrangimento nenhum. Os Men Eater estavam prontos para corresponder. A diferença foi perceptível por todos que se encontrvam de olhar desmaiado sobre o Palco. Aqueles senhores souberam como revitalizar os olhares dos "descendentes". Grande Concerto. A qualidade sonora desenvolvera e melhorara. Foi a segunda vez que os vi. A 1a, ainda que de forma muito gratuita e distante, ficaram na memória como uma banda a considerar, e ontem "só" alimentaram isso (de forma perpétua). Vinham aí os senhores Karma To Burn, as minhas expetativas eram altíssimas. Com 3 albúns no seu palmarés (dois deles instrumentais e um com voz) eperava a insistência no "Wild Wonderful Purgatory" e um começo explosivo que incendia-se todo o bar, ou seja, com o tema EIGHT! As 3 águias do Stoner americano sobem ao palco. As pessoas que, antes estavam dispersas pelas várias zonas de lazer do bar, aglomeravam-se agora junto ao palco. Consegui uma bela posição a, sensivelmente, 1metro do palco, em frente ao baixista. E então não é que começam com a Eight?! Passei-me! Não poderiam ter começado de melhor forma. Foi a viagem pelo quente alcatrão da route 66. Let's Ride. Todas aquelas músicas me eram familiares. Conhecia já, os diferentes riffs que compunham os temas e o meu corpo, quase que inconscientemente, se expressava. Foi a Loucura. Perfeito. No final ainda fiquei com a baqueta (mais que fustigada) do Rob Oswald. Eram quase 2h da manha quando abandonei o local... Quantas saudades me vão deixar estes senhores. Obrigado Karma to Burn, obrigado Santiago Alquimista.

Agora venha Castell de Guadalest ;D

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Viagem pelos prados da Vida


Conquistas passadas. Morreram os portadores da Honra, ficaram as medalhas. Vida envelhecida que ali habita. São decisões gratuitas de quem nada tem sobre o lábio superior. Palavras de ordem discutidas a 500km da causa. Invasão interna. Mãos que suportam todo o peso de uma vida, olhar que não conhece o repouso da liberdade. Terra esta que apertei com a palma da mão e empoeirei o meu coração. Mundo Celestial. Familia. Recortam com precisão a fronteira entre a razão e o instinto. Mas... estaremos cá sempre, e como sempre. Trás-os-Montes.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Promessa de uma nova Lua

Terça, final de tarde.
Com a chuva vem o cinzento. Em pé, atrás da janela indiscreta, observo a rua.
Sobre as minhas costas descansa um silêncio perturbador. Jazz da Etiópia. Aumento o volume.
Sinto-me ser fumado pelo vazio que me rodeia. As árvores dançam ao ritmo do vento. Melancolia bruta. Sombras. As chamas do fogo arrasam a madeira sem piedade. Sacrificio. Está frio. Solto as longas cortinas e abandono o quarto. De olhar convicto e passos direccionais, dirigo-me para a porta de entrada. Abandono a casa. Encolho os ombros e observo toda a rua. Está deserta. De cabisbaixo dirigo-me para o carro. Atiro-me contra o confortável banco e procuro acalmar a instabilidade que me visitara. Serenidade. Entrego a minha alma ao inconsciente, desprovido de qualquer ética. De cabeça desmaiada sobre o volante, fitando a ataraxia. Num gesto brusco, alguém abre a porta do carro e entra. É Ela...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Dead Meadow - At Her Open Door

A chuva acalmou...
As ervas daninhas, que habitam o verde vale, estão de cabisbaixo.
A serenidade local é, então, interrompida. Longos e pesados passos massacram o solo. Arrastando um velho pinheiro consigo, o lenhador constrói caminho (aleatóriamente)... rumo á incerteza. Olhar cansado. Semi-cerrado. Incisivo. Determinado. Já há muito que os seus braços convivem com a força. Na sua retaguarda, aproxima-se um cão. Seu fiel companheiro. Daria a sua crua existência pela defesa do velho lenhador perante qualquer tipo de adversidade. Já há muito que o lenhador o alimenta com ossos encontrados ao longo de todo o vale. A chuva lança mais um forte ataque que, em nada afecta, a marcha inconsciente dos selvagens. Floresta. Densa. Escura. Húmida. As grandes torres que a protegem abordam os invasores. Estão, apenas, de passagem... Vazios de maléficas pretensões, apesar do aparato frio que denota o desfile fúnebre. Em seu redor, habita um sufocante silêncio. Suspeição. Defesa. De "mão no coldre" - espreita a Floresta. Arrastando o seu cadáver. O lenhador pára. Olha o céu. Estranhamente, um abutre circula a floresta, e contempla o lenhador. Cheiro a Morte. Pobre lenhador. Só o medo conseguiu mover aquelas pesadas pálpebras e se curvar perante o altar da vida. O cão, num meticuloso e rápido golpe mortal, julga o lenhador. Castigo acordado. Duros anos de paladar seco. Agora, poderás usufruir de toda essa exposição de Prazer... vasta panóplia de sabores. Ressuscita o teu instinto e sacia toda essa fome no sangue, antes que o húmido solo o afogue. Floresta! A mais lúcida testemunha.

sábado, 9 de maio de 2009

Vazio, Vazio, Vazio

Estarei sempre de passagem...

(ao som de LEECH - INSPIRAL)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Amusing the Amazing

Os, negros, bosques que radicam na Terra. Arvores arcaicas. Os, calorosos, desertos americanos que empoeiram a Terra. Coyotes asfixiados. Os pesados rios que se arrastam pela, enrugada, Terra. Águas opacas. As, elevadas, montanhas que descansam sobre os ombros da Terra e tocam o outro lado do céu. Aves absortas. As, enferrujadas, garagens que contemplam as cidades chuvosas e cinzentas. Ford Mustang, em, enfadonha, quarentena hibernal. Os sótãos sépia, sem vida. Guitarra desmaiada sobre o chão, cordas castigadas.

Sem um fim. Sem um inicio… Viagem vivencial pela ligação finita entre os termos infinitos.