Sinto uma mescla de alívio e
saudade. Alívio porque foram 6 meses intensos de trabalho e inteira dedicação.
6 meses de constantes preocupações, tratamento de problemas bur(r)ocráticos e –
consequentemente - muito desgaste emocional. Saudade porque a 1ª edição do
festival Rock d’Ouro foi demasiado especial para ser vivenciada num impaciente
ano de intervalo (como seguramente esperamos). Da desmedida ambição ao
despertar de um sonho já pré-histórico. Conseguimos fazer de um terreno
inóspito e selvagem, beijado pelo rio Douro, um espaço de atmosfera verdadeiramente sedutora. Um paraíso domesticado, que - para além de nós - tantos festivaleiros e músicos admitiram tratar-se. E como se isso não bastasse, ainda conseguimos anexar
a esse espaço, uma Quinta (Quinta das Amendoeiras) com toda a sua envolvência
vinhateira, bem como um espaço dedicado ao campismo junto ao rio Douro. Depois
de tudo ultimado, o testemunho do protagonismo passava para as bandas e a sua
prestação em palco, bem como para a resposta do público (em quantidade e
qualidade). E se esperávamos ter recebido mais gente, no que toca à qualidade
do público foi do melhor possível. Respirava-se uma perfumada harmonia e todos
sorriam entre si. Sun Mammuth foram verdadeiramente entusiasmantes, transpirando
todo o seu Stoner Rock rochoso e musculado. Electric Super Sex exibiram-se numa
performance altamente delirante e conquistadora, saudando os presentes com o
seu psicadelismo meloso. Stone Dead testaram a saúde dos alicerces do palco (e
que teste!) com o seu estonteante Blues carregado de peso e whiskey (eles vão
perceber). Maga e LSD Jam Collective estarreceram toda uma plateia com o lado
mais groovesco e musculado do Stoner Rock, numa intensa, avassaladora e
entusiástica cavalgada. Memoires of a Secret Empire terminaram da melhor forma
um belo dia de bela música e ambiência com o seu Post-Metal hipnótico e
estarrecedor. Um petardo prazeroso que nos entorpeceu e incendiou a alma. No
final de tudo o desejo em prolongar aquela que já se adectivava de ‘noite
perfeita’, ganhou forma e fez com que praticamente todos os festivaleiros e
músicos presentes no emblemático vale do Douro se juntassem e convivessem entre si numa
língua universal apelidada de Música. Regressei à tenda debaixo de um céu
imensamente estrelado e luzente com o orgulho estatelado em mim. Aquele espaço
que nos é tão especial, foi – finalmente – o palco onde todos os sonhos deram à
costa e em nós ficaram sob a forma de uma memória imortal.
Um colossal obrigado aos tantos
que nos felicitaram pelo Rock d’Ouro, dedicando – ainda - deleitosas
apreciações sobre o mesmo, e a todos os nossos amigos que se voluntariaram e trabalharam no terreno durante o festival. Também um agradecimento especial aos bombeiros voluntários de Carrazeda de Ansiães pela sua colaboração. Um renovado obrigado aos músicos que viveram de
forma indomesticavelmente intensa toda aquela experiência mutuamente transcendente,
e um obrigado ainda ao Mário Negreiros e a todos aqueles que nos apoiaram
logística e financeiramente fazendo deste sonho, um sonho acordado.
E, claro, a vocês (Nádia, Miau, David, Marco, Gilberto, Fátima, Simão e Cristiano) pela vossa inabalável dedicação e empenho. Fomos, somos e seremos sempre uma família.
E, claro, a vocês (Nádia, Miau, David, Marco, Gilberto, Fátima, Simão e Cristiano) pela vossa inabalável dedicação e empenho. Fomos, somos e seremos sempre uma família.
BOTA PRÁ CARRAZEDA!
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