Review: ⚡ Montaña Electrica - 'Selvas y Trópicos' (2017) ⚡

Da capital argentina de Buenos Aires chega-nos ‘Selvas y Trópicos’: a nova fragância exótica da jovem banda Montaña Electrica. Lançado no passado dia 24 de Julho em formato físico (CD e cassete) e digital pela mão conjunta dos selos discográficos locais Fauna Records, Blander Records e Granero Records este registo de essência arrebatadora e pitoresca conquistara-me logo à primeira audição. Baseado numa envolvente, primorosa e deslumbrante fusão sonora de onde sobressaem um elegante, delicado e sublime Jazz, um vibrante, harmonioso e exultante Funk, um dinâmico, alegre e fluído Prog Rock, e ainda um ardente, agradável e delirante Psych Rock, este segundo álbum do quinteto latino tem o dom de nos atestar de um êxtase febril que nos abraça, hipnotiza e estarrece ao longo dos seus 42 minutos de duração. Deslumbrem-se ao psicotrópico som de uma guitarra luxuosa que se conduz por entre esplêndidos, serenos e prazerosos riffs e solos imensamente temulentos, alucinantes e magistrais, um baixo fibrótico e pulsante e de linhas robustas, rimadas, e dançantes, uma bateria jazzística de toque polido, ligeiro e apurado, um saxofone uivante de bizarros, sumptuosos e magnetizantes bailados, um sintetizador etéreo, intrigante e ritualístico de aura astral, e ainda uma voz primaveril que se passeia e galanteia livremente pela comovente e opulenta atmosfera de ‘Selvas y Trópicos’. Este é um disco verdadeiramente surpreendente que nos incendeia de um intenso e desgovernado prazer. Bronzeiem a vossa alma no radioso e fulgurante encantamento de ‘Selvas y Trópicos’ e deixem-se absorver, seduzir e empolgar pela sua graciosidade, extravagância e vitalidade carnavalescas. Um dos álbuns mais estimulantes e libidinosos do ano está aqui, no inflamante e alucinógeno fervor sonoro de Montaña Electrica.

Review: ⚡ Down with the Gypsies - 'Kassiopeia' (2017) ⚡

Da cidade alemã de Karlsruhe chega-nos o sumptuoso, mélico e harmonioso álbum de estreia do quinteto germânico Down with the Gypsies. Designado ‘Kassiopeia’, já disponibilizado em formato digital e com o seu lançamento em formato de CD agendado para o próximo dia 10 de Agosto através da página de Bandcamp, este belo trabalho vê germinar na sua essência um agradável, relaxante e primaveril Psych Folk conduzido por uma tonificante, etérea e encantadora veia Prog’ressiva que nos hipnotiza, afaga e seduz do primeiro ao último tema. A sua sonoridade imensamente lírica, fluída e apaixonante causa no ouvinte uma inebriante, radiosa e imperturbável sensação de bem-estar que o remete para longas, faustosas e verdejantes planícies beijadas pelo Sol vigilante e massajadas por uma fresca e perfumada brisa. De pálpebras caídas, olhar eclipsado, sorriso imortalizado e corpo anestesiado e governado por uma delicada dança que o orienta pelas bucólicas, paradisíacas e ensolaradas paisagens musicais de ‘Kassiopeia’, sintam-se desvanecer e afundar num profundo e prazeroso oceano de leviandade. Deixem-se levitar ao afável som de uma voz amorosa, melodiosa e pastoral, sublimemente abraçada por um requintado teclado de agradáveis e formosos bailados, uma comovente guitarra de suaves, finos e elegantes acordes, um baixo vistoso de linhas envolventes e deliciosamente ritmadas, uma bateria relaxada de toque polido, estimulante e delicado e ainda uma airosa, serpenteante e aveludada flauta de excêntricos e agitados devaneios que conferem à rica ambiência de ‘Kassiopeia’ uma desarmante beleza capaz de nos deixar os ouvidos em constante salivação. Este é um álbum primoroso que merece ser comungado e reverenciado sem qualquer moderação. Sintam-se derreter perante a extasiante radiação emitida de Down with the Gypsies e presenteiem a vossa alma com esta verdadeira terapia via auditiva. Um dos meus discos favoritos de 2017 está aqui, na imensa sublimidade de ‘Kassiopeia’.

Review: ⚡ Kungens Män - 'Dag & Natt' (2017) ⚡

Kungens Män é uma daquelas bandas que passa mais tempo em estúdio que fora dele. Desde 2013 esta formação escandinava sediada na cidade de Estocolmo (Suécia) já lançara cerca de duas dezenas de trabalhos e o presente ano de 2017 conta já com o lançamento de dois álbuns e um EP. Depois de no início do ano ter degustado, referenciado e elogiado o álbum ‘Bränna Tid’ (review aqui) este inspirador quinteto está prestes a lançar oficialmente o seu próximo álbum designado de ‘Dag & Natt’ que tem data de nascimento agendada para o próximo dia 31 de Julho nos formatos digital e de CD através do seu Bandcamp e ainda futuramente na forma de vinil pela mão do selo discográfico Adansonia Records. Dividido em duas partes que tão bem se complementam, ‘Dag & Natt’ presenteia o ouvinte com uma envolvente, demorada e anestésica odisseia pelos hipnóticos, ataráxicos e encantadores domínios do Krautrock. Contando ainda com discretos e harmoniosos laivos do extravagante Free Jazz e do intoxicante Psych Rock, a celestial ambiência sonora deste álbum passeia-nos pela profunda vastidão cósmica de olhar desmaiado no horizonte e alma narcotizada e sepultada em solo astral. São cerca de 90 minutos climatizados por uma deslumbrante hipnose que nos mantém recostados a um intenso e prazeroso estádio de inércia. Na índole desta relaxante digressão às mais distantes costuras do espaço sideral estão duas guitarras em constante diálogo que se ensoberbecem nos seus mélicos e encantadores acordes e solos lisérgicos, delirantes e viscerais, um baixo fluido de linhas marcadas, densas e oscilantes que nos obriga a um constante pendulo corporal, uma bateria jazzística firmemente entregue a uma magnetizante monotonia que nos dilata as pupilas, um sintetizador de aura estelar que nos empoeira com toda uma nebulosa e fascinante alquimia sonora, e ainda um luxurioso saxofone de excêntricas, exóticas e mirabolantes danças que se serpenteia livremente pela lenitiva atmosfera de ‘Dag & Natt’. Sintam-se diluir nas perfumadas, deleitosas e penetrantes jams de Kungens Män e vivenciem um dos mais estarrecedores registos de 2017.

sábado, 22 de julho de 2017

Review: ⚡ The Electric Shakes - 'Electrohypnosis' (2017) ⚡

Da cidade inglesa de Bournemouth (UK) chega-nos ‘Electrohypnosis’, o entusiástico álbum de estreia do electrizante power-trio The Electric Shakes. Lançado no passado dia 17 de Julho em formato digital e de CD através do seu Bandcamp oficial, este poderoso trabalho da jovem banda inglesa encerra um abrasivo, radioso e euforizante Desert Rock dissolvido num enérgico, sujo e vibrante Garage Rock e emaranhado num mordente, obscuro e influente Heavy Blues que – apimentados e ebulidos pelo corrosivo efeito fuzz – provocam no ouvinte uma indomável e libertadora adrenalina que o esporeia e endoidece do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade extraordinariamente dinâmica, provocante, alegre e arrebatadora destrava-nos numa crescente, prazerosa e alucinante cavalgada imprópria para cardíacos. O intenso e envolvente ritmo a que é tocado obriga-nos a sacudir a cabeça desenfreadamente e a compassar com os pés toda esta selvática galopada ao longo dos seus 42 minutos de duração. Engulam este ardente trago de euforia e sintam-se implodir numa vulcânica, violenta e extasiante comoção aos conjugados sons de uma guitarra despótica que se agiganta em soberanos, dançantes e impetuosos riffs e se desembaraça e transcende em solos verdadeiramente uivantes, desvairados e vertiginosos, uma bateria pesada, explosiva e retumbante de cadência frenética, um baixo corpulento de linhas sólidas, dançantes e torneadas, e uns vocais harmoniosos, polidos, elegantes e oleosos que fazem de ‘Electrohypnosis’ um disco desmesuradamente viciante. Um registo que combina na perfeição o peso e a elegância com a leveza e a arrogância. Este é um álbum intensamente embriagante que nos obriga a uma instintiva, redentora e exuberante resposta corporal. Um dos discos mais hipnóticos e vibrantes do ano está aqui, na fúria superiormente controlada de ‘Electrohypnosis’.

🐫 Tinariwen @ Mimo Festival, Amarante (2017)

Ontem – sexta-feira – viajei até à cidade de Amarante para testemunhar pela 2ª vez o fascinante Desert Blues dos malianos Tinariwen. Integrados na presente edição do festival Mimo, esta formação nativa da região rural de Tessalit trouxe os seus desertos sonoros a território português pelo segundo ano consecutivo. A noite de Amarante palpitava vida e emoção. As estreitas ruas que me afunilavam até ao Parque Ribeirinho (local dos concertos) estavam entupidas de pessoas, os bares lotados e barulhentos, e vivia-se uma atmosfera verdadeiramente encantadora nas margens do rio Tâmega. Já no recinto do festival pude testemunhar a extensão de toda aquela exuberante e contagiante vitalidade. Os muitos e diversificados restaurantes enraizados no Parque Ribeirinho estavam entregues a uma intensa azáfama provocada pela crescente procura e em frente ao palco já muitos peregrinos musicais (aos quais eu me juntava) aguardavam a subida ao palco de uma das bandas mais cobiçadas do festival. Poucos instantes depois de irromper e estabelecer no meio da multidão, os Tinariwen subiam ao palco para me presentear com um dos concertos mais apaixonantes testemunhados em toda a minha vida. Com uma actuação a rondar os 60/70 minutos, a banda nem precisou de amplificar os instrumentos para conquistar toda uma plateia que lhes arremessava amabilidade na forma de constantes gritos motivacionais. De seguida viveu-se um perfeito clima de êxtase religioso ao qual ninguém recusou comungar. O público – de olhar selado, sorriso talhado no rosto e detidamente entregue a uma luxuriante dança arábica – respondia como podia às guitarras que se serpentavam e envaideciam em acordes relaxantes, mélicos e hipnotizantes e se transcendiam em contagiantes, eróticos e comoventes solos, ao baixo pulsante de linhas robustas, torneadas e bailantes, à redentora e empolgante percussão tribalista e aos vocais messiânicos que lideravam toda esta envolvente, sagrada e harmoniosa expedição pelos dourados e aveludados desertos de Tinariwen. Respirava-se uma edénica atmosfera que climatizara a banda e o público do primeiro ao derradeiro tema. Um verdadeiro e pleno estádio de deslumbramento instaurara-se em todos nós proveniente da ataráxica sonoridade destes sete músicos de indumentária tuaregue. Quando os instrumentos se calaram pela última vez, um imponente, ruidoso e generalizado aplauso agigantou-se e abateu-se sobre a banda que retribuía o agradecimento ao público dedicando-lhe delongadas vénias. Não foi fácil aceitar que o concerto havia terminado. A plateia recuperava lentamente o estado de lucidez que havia sido raptado pelos malianos e – pela primeira vez – virava costas àquele palco que durante uma hora se transformara num imaculado altar e canonizara todas as almas daqueles que interiorizaram a consagrada profecia de Tinariwen.

Review: ⚡ The Fingerprints - 'Tribes' (2017) ⚡

Da grande e populosa cidade de Montreal (Québec, Canadá) chega-nos o novo álbum do power-trio The Fingerprints denominado ‘Tribes’. Lançado no passado mês de Junho unicamente em formato digital através do seu Bandcamp oficial, este exótico registo envolve um relaxante, solarengo e fascinante Psych Rock lavrado por um dançante, delirante e encantador Surf Rock e bronzeado por um irreverente, palpitante e contagiante Garage Rock. Estes três elementos unificados resultam numa ardente e deslumbrante sonoridade que nos encandeia e incendeia de uma perpétua sensação de bem-estar. Recostem-se confortavelmente, selem as pálpebras, dilatem as narinas e inalem esta extasiante, harmoniosa e revitalizante aragem sonora à boleia de uma guitarra sublime que se manifesta em extravagantes, hipnóticos e absorventes bailados, um baixo murmurante de linhas sólidas, robustas e pulsantes, uma bateria galopante de toque requintado, soberbo e delicado, e uma voz lenitiva, aveludada e deleitosa que flutua livremente pelos sedativos mares de The Fingerprints. Este é um álbum de natureza veraneia para ser comungado de rosto beijado pelo Sol vigilante, cabelos entrelaçados na fresca e salgada brisa marítima, mãos firmemente empunhadas no volante e olhar ancorado e desmaiado no vasto firmamento que se desdobra pela infinidade adentro. ‘Tribes’ conduz-nos pelas mais edénicas e resplandecentes paisagens sonoras. Esta é a banda-sonora perfeita para este verão. Empoeirem-se nas suas douradas, sedosas e fervilhantes areias que mareiam até ao oceano e vivenciem um dos discos mais agradáveis de 2017.

Review: ⚡Youngblood Supercult - 'The Great American Death Rattle' (2017)⚡

Depois de no passado ano de 2016 ter escutado, assimilado e reverenciado o segundo álbum da banda Youngblood Supercult apelidado de ‘High Plains’ (review aqui), eis que o quarteto natural da cidade Topeka (Kansas, EUA) acaba de lançar o seu terceiro e novo álbum ‘The Great American Death Rattle’ em formato digital e com o lançamento nos formatos físicos de CD e vinil (este último pela mão do selo discográfico D.H.U Records) agendado para o próximo mês de Agosto. Baseado na requintada receita sonora já posta em prática nos seus registos anteriores, ‘The Great American Death Rattle’ é conduzido e governado por um inflamante, carregado e fascinante Heavy Blues de carácter setentista – tingido e bronzeado pelo chamejante efeito fuzz – que nos hipnotiza, esporeia e entusiasma do primeiro ao derradeiro tema. A sua sonoridade combina na perfeição o dinamismo e a irreverência com a subtileza e elegância num perfeito equilíbrio da qual a nossa lucidez não sai ilesa. ‘The Great American Death Rattle’ tem o raro dom de nos embriagar e dominar ao longo dos seus 40 minutos, libertando-nos de qualquer timidez e instigando-nos a uma detida e extravagante dança corporal. Obedeçam aos rugidos de uma guitarra soberana que se tonifica em intensos, arrojados e fervilhantes riffs e se sacode em extraordinários, arrebatadores e alucinantes solos. Pendulem os vossos corpos febris à oscilante reverberação de um baixo firmemente entregue a linhas tensas, torneadas e vigorosas, deixem que as batidas do vosso coração sejam atropeladas pela galopante ritmicidade de uma bateria locomovida a destreza e emoção, e sintam a inebriante fragância de uma voz revigorante, harmoniosa e comovente que apimenta toda a cálida e esplendorosa atmosfera de ‘The Great American Death Rattle’. Este é um álbum verdadeiramente apaixonante que nos conquista à primeira audição. Entreguem as vossas rédeas a Youngblood Supercult e deixem-se delirar e fundir no vulcânico êxtase que este novo álbum destila. Um dos meus discos favoritos de 2017 está aqui, na fogosa e ousada alma de ‘The Great American Death Rattle’.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Review: ⚡ Moon Rats - 'Highway Lord' (2017) ⚡

Da populosa cidade de Milwaukee (Wisconsin, EUA) chega-nos o fascinante álbum de estreia do recém-formado quinteto Moon Rats batizado de ‘Highway Lord’. Neste fascinante disco gravado nos remotos bosques do norte de Milwaukee vigora um intrigante, fumarento e inquisidor Proto Doom aliado a um hipnótico, lisérgico e deslumbrante Heavy Psych que nos absorve, turva a lucidez e conduz a consciência a um penetrante estádio de narcose. A sua sonoridade conjuga a enérgica robustez com a anestésica inércia num perfeito equilíbrio que nos climatiza, afaga e extasia a alma. Lançado no passado mês de Junho em formato digital através do seu Bandcamp oficial e em formato de cassete através do selo discográfico local Gloss Records, este ‘Highway Lord’ conquistara-me à primeira audição que lhe dedicara. A sua entorpecedora, brumosa e enigmática essência obriga-nos a comungá-la de semblante tombado sobre o peito, olhar selado e petrificado, corpo desmaiado e alma irrigada e temperada por uma forte hipnose. Deixem-se sepultar na saturada, etérea e visceral atmosfera de ‘Highway Lord’ ao som de três guitarras psicotrópicas que se perdem e encontram por entre inflamantes, brumosos e delirantes solos e se unificam na construção e orientação de riffs sólidos, torneados e inquisidores, uma voz penetrante, límpida, morfínica e ecoante – a fazer lembrar os vocais ácidos de Brett Netson, vocalista e guitarrista da já extinta banda Caustic Resin – que se debate e enfatiza nos nebulosos, densos e perturbadores escombros que alicerçam a sonolenta natureza deste álbum, um baixo vigoroso e portentoso de rugidos sombrios, reverberantes e poderosos, e uma bateria diligente e trovejante que domestica toda esta pesada cavalgada pelas pardas e lamacentas planícies de Moon Rats. Este é um álbum místico que nos respira e magnetiza. Um disco que nos bronzeia e amortalha com a sua religiosa obscuridade. Deixem-se dissolver na sua melancólica, temulenta e misantrópica radiação e experienciem um dos álbuns mais depressores (no sentido elogioso da palavra) de 2017. Um trabalho todo ele feito e moldado à minha imagem que pede um futuro lançamento nos formatos de CD e LP.

domingo, 9 de julho de 2017

Across the Desert

• Photo: Claire Sheprow 
• Rider: Jenny Czinder

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Review: ⚡ Venus Gravity - 'Stoned Aliens' (2017) ⚡

Da Alemanha chega-nos ‘Stoned Aliens’: a viagem inaugural da banda Venus Gravity até às imediações gravitacionais do planeta Vénus. Esta envolvente, prazerosa e narcotizante odisseia – que nos iça a consciência para um profundo mergulho cósmico – é nutrida por um fascinante, etéreo e relaxante Psych Rock de essência sideral que se distende ao longo dos 33 minutos que compõem este álbum. Lançado no passado dia 5 de Julho em formato digital através do seu Bandcamp oficial, esta formação germânica de instrumentos apontados ao Cosmos presenteia-nos com uma sonoridade letárgica, viajante e contemplativa que nos massaja, anestesia e estarrece do primeiro ao derradeiro tema. Deixem-se conduzir pelas lenitivas paisagens sonoras de ‘Stoned Aliens’ ao deslumbrante som de uma provocante guitarra que – detidamente entregue a poderosos, ritmados e dinâmicos riffs e a delirantes, exóticos e mirabolantes solos – capitaneia ousadamente esta solitária embarcação pela tranquilizante ondulação astral. Na sua companhia estão um baixo diligente de linhas sombreadas, vigorosas e torneadas, e uma bateria hipnótica e descontraída que a baixa rotação tiquetaqueia toda a atmosfera alienígena de ‘Stoned Aliens’. Este é um álbum imensamente sonolento (no sentido elogioso da palavra) que nos recosta e perpetua num doce e imperturbável estádio de lisergia. Deitem-se confortavelmente, respirem pausadamente, cerrem as pálpebras e absorvam a morfínica exalação de Venus Gravity. Um dos mais fortes soporíferos sonoros de 2017 está aqui, na modorrenta alma de ‘Stoned Aliens’.

Links:
Bandcamp