terça-feira, 31 de julho de 2018
segunda-feira, 30 de julho de 2018
Review: ⚡ Pushy - 'Hard Wish' (2018) ⚡
Da cidade norte-americana de
Portland (Oregon, EUA) chega-nos
um dos meus registos favoritos nascidos até ao momento em 2018. ‘Hard Wish’ é o primeiro álbum do
quarteto Pushy que fora muito
recentemente lançado em formato físico de vinil pela mão da pequena editora
discográfica alemã Who Can You Trust?
Records numa prensagem ultra-limitada a 500 cópias existentes. Com os seus
instrumentos hasteados e apontados aos dourados anos 70, a sonoridade desta
fascinante formação representa um autêntico hino ao que de melhor emergiu no
universo da música Rock durante essa
década tão abastada, inventiva e carismática. ‘Hard Wish’ escuda-se num elegante, robusto e provocante Hard Rock de feições clássicas aliado a
um erótico, ardente e dinâmico Blues Rock. A sua sonoridade de essência vintage – esporeada e executada a uma
ritmicidade emocionante, formosa e contagiante – tem o dom de nos envolver e
remexer do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 40 minutos lotados de uma
desarmante e refinada fogosidade que nos bronzeia e incendeia de prazer. Deixem-se
deslumbrar ao primoroso e purificante som conjugado entre duas guitarras
harmoniosas detidamente entregues a majestosos, torneados e ostentosos riffs e distintos solos lavrados a
opulência, virtuosismo e exuberância, um baixo dançante de linhas fluentes, atléticas
e oscilantes, uma bateria talentosa movida a um toque polido, eficiente, leve e
apurado, e ainda uma voz afável, suave, cristalina e melodiosa que se passeia
livre e graciosamente ao longo de todo o álbum. De destacar ainda o caprichoso artwork – superiormente pincelado pelo singular
artista norte-americano Adam Burke –
que empresta toda uma aura poética e bucólica a esta obra-prima inspirada. Este
é um disco verdadeiramente sublime, talhado e conduzido a vitalidade, luxúria,
destreza e lubricidade que não deixará ninguém indiferente. Uma locomotiva carburada
a leveza, firmeza e mestria. Entreguem-se de corpo e alma a esta irretocável e incensurável
criação de Pushy e testemunhem todo
o esplendor de um dos registos mais estupendos do ano. Um dos mais sérios
candidatos ao pódio dos melhores álbuns de 2018 está aqui, na sensacional resplandecência
de ‘Hard Wish’. É difícil desejar
algo de diferente neste trabalho. Perfeito aos meus ouvidos.
domingo, 29 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Review: ⚡ Khan - 'Vale' (2018) ⚡
Da grande e populosa cidade
de Melbourne (na Austrália) chega-nos a apaixonante e
inebriante fragância sonora de Khan
com a promoção de ‘Vale’, o primeiro trabalho de longa duração deste trio de
ainda tenra idade. Lançado no território primaveril do presente ano tanto em formato
digital como na forma física de CD através da sua página oficial de Bandcamp, este álbum de estreia é
aureolado e climatizado por um delicioso, meditativo, lenitivo e prazeroso Psych Rock de bafagem veraneia e natureza
Kraut’eana – dirigido com base num deslumbrante,
inventivo, ataráxico e envolvente Prog
Rock – que se desenvolve, revolve e incendeia num fervilhante, intenso,
sedutor e provocante Desert Rock
afogueado pelo intoxicante efeito fuzz.
A sua sonoridade tremendamente narrativa e visual – tricotada a esplêndidas composições
– conduz a nossa espiritualidade pela ofuscante vertigem de uma paisagem estival
emoldurada pela imensa profusão de luzência, aroma e coloração. Há algo de
verdadeiramente encantador na atmosfera de ‘Vale’ que nos afaga, enfeitiça e petrifica
num perfeito estádio de bem-estar. São cerca de 62 minutos – distribuídos por
oito temas – ensolarados, bafejados e irrigados por um sublime misticismo capaz
de nos enlevar e carregar aos tão almejados domínios do transe espiritual. Deixem-se absorver e consagrar na desarmante e
narcotizante beatitude de Khan à comovente
boleia de uma guitarra etérea que se passeia em acordes maviosos, lisérgicos, estéticos
e caprichosos, e se encrespa na criação e orientação de solos penetrantes, caóticos,
alucinógenos e ecoantes, um baixo hipnótico de linhas dançantes, morfínicas,
fluídas e murmurantes, uma bateria relaxante, delicada e tocante, e uma voz espectral,
doce, leve e angelical que tempera na perfeição toda esta maravilhosa hipnose.
Deixem-se canalizar pela paradisíaca intimidade de ‘Vale’ que vos adornará a
alma e adormecerá os sentidos. Este é um álbum praticamente pensado e executado
à minha imagem que me embalara e arrebatara do primeiro ao último minuto. Um
registo de contornos quiméricos – delineado e colorido a simetria, requinte e
magia – que me faz coroá-lo com o estatuto de um dos mais distintos discos
hasteados em 2018. Um autêntico talismã de origem australiana que garante emocionar todos os corações que nele se refugiarem.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Review: ⚡ Black Elephant - 'Cosmic Blues' (2018) ⚡
Da província costeira de Savona (Itália) chega-nos o novo álbum do quarteto Black Elephant designado de ‘Cosmic Blues’. Lançado muito
recentemente pela mão da influente editora norte-americana Small Stone Records (responsável pela promoção discográfica de
bandas carismáticas como Acid King, Los Natas, Sasquatch, Dozer, Sons of Otis, Greenleaf, Wo Fat e Tia Carrera) nos formatos físicos de CD
e vinil (este último confinado à disponibilidade de apenas 500 cópias
existentes). Tal como o nome deste registo nos sugere, ‘Cosmic Blues’ vem saturado
de um poderoso, atraente, empolgante e ostentoso Blues Rock em harmoniosa parceria com um possante, dinâmico,
vulcânico e inflamante Heavy Rock de
propensão e inspiração setentista. A
sua sonoridade ardente, erótica e envolvente – incendiada e consumida pelo
cáustico efeito Fuzz – causa no
ouvinte um inquietante sentimento de prazerosa comoção que o abraça e orbita do
primeiro ao último tema. São cerca de 34 minutos completamente atestados de uma
vibrante, lasciva e apaixonante vivacidade que faz dele um dos álbuns mais
extraordinários do ano. Dissolvam-se por entre a abrasadora nebulosidade de Black Elephant à hipnótica e entusiasmante
boleia sonora de duas guitarras que se fundem e robustecem na criação de tumultuosos,
monolíticos, intensos e majestosos riffs
e se perdem e encontram por entre a incrível condução de desvairados, gritantes,
alucinantes e assombrosos solos, um baixo encorpado de linhas magnetizantes, escurecidas,
tensas e oscilantes, uma bateria dominante de ritmicidade diligente, volumosa,
atlética e provocante, e uma voz cavernosa, incisiva, urticante e furiosa que
lidera com distinção toda esta reverberante e ciclópica avalanche. O artwork copiosa e detalhadamente tricotado
a misticismo é da inconfundível autoria do prodigioso artista sueco Robin Gnista (intérprete visual de bandas
como Brant Bjork, Buried Feather, Honeymoon Disease, The Sonic
Dawn, Killer Boogie, Gypsy Sun revival e até da presente
edição do festival português SonicBlast
Moledo). Deixem-se atear e intoxicar pela contagiante turbulência de ‘Cosmic
Blues’ e vivenciem-no com total fascínio e exuberância. Uma verdadeira
dose de adrenalina e encantamento que seduzirá e exaltará o mais frio dos
ouvintes.
terça-feira, 24 de julho de 2018
segunda-feira, 23 de julho de 2018
domingo, 22 de julho de 2018
Review: ⚡ Chill Child - 'Bong Colony' (2018) ⚡
Da costeira e exótica cidade
de Ventura (Califórnia, EUA) chega-nos
‘Bong
Colony’, o novo álbum do extravagante power-trio Chill Child.
Lançado no início do presente mês de Julho unicamente em formato digital
através da sua página oficial de Bandcamp,
este excitante registo prende um ardente, enérgico, tumultuoso e incessante Stoner Punk de alta rotação que nos pontapeia,
estimula e provoca um imperturbável estádio de crescente ebulição. A sua sonoridade anárquica
incendeia e fervilha os oito temas do disco, motivando no ouvinte um intenso e
absorvente entusiasmo que o domina, sacode e implode com tremenda violência.
São cerca de 25 minutos mergulhados e cozinhados num vulcânico e borbulhante caldeirão
sonoro que faz deste ‘Bong Colony’ um álbum de natureza verdadeiramente
provocante. Segurem firmemente as rédeas desta desenfreada galopada e sintam as
incisivas esporas de uma bateria incansável, impulsiva e despachada, o ácido rugido
de uma voz volumosa, áspera e furiosa, a contagiante ardência de uma guitarra que
se inflama em riffs velozes, atordoantes
e ferozes, e a pujança de um baixo movido a firmeza, vigor e destreza. Este é
um registo imensamente impactante que – apesar da sua curta duração – deixa o
ouvinte completamente esgotado, embriagado e sem fôlego. Uma louca, alucinante e
acrobática montanha-russa vivida a grande velocidade que nos atesta e arrebata de
pura adrenalina. Inalem esta psicotrópica efervescência de Chill Child, ouçam o rufar dos vossos corações e exaltem-se de um
vivificante prazer.
sábado, 21 de julho de 2018
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Review: ⚡ Spaceslug - 'Eye the Tide' (2018) ⚡
Depois de lançados e
devidamente elogiados ‘Lemanis’ em 2016 (review aqui) e ‘Time
Travel Dilemma’ em 2017 (review
aqui), o tridente polaco Spaceslug
acaba agora de presentear todos os seus seguidores com o terceiro e novo álbum ‘Eye
the Tide’. Lançado hoje mesmo tanto em formato digital através da sua
página oficial de Bandcamp, como em
formato físico de CD através da parceria discográfica Oak Island Records / BSFD Records
(com as quais a banda reforça o seu vínculo), este ‘Eye the Tide’ representa
o tão aguardado e renovado capítulo desta formação sediada na cidade de Wrocław pelos enigmáticos domínios do denso,
solitário, profundo e psicotrópico negrume cósmico. Fundamentado num pantanoso,
morfínico, nebuloso e melancólico Psych
Doom – aureolado e climatizado por um contemplativo, lenitivo, atmosférico
e narrativo Post-Rock que se fortalece
num galopante, colérico e euforizante Post-Metal
– este novo registo de Spaceslug
desancora-nos da gravidade terrestre, embacia e narcotiza a nossa lucidez, redefine
a nossa orientação consciencial e mergulha-nos nas profundezas da obscuridade
astral. A sua sonoridade alucinógena faz-nos escorregar numa abissal narcose da
qual não será fácil regressar. Uma homérica odisseia pelos tenebrosos,
obscuros, trágicos e revoltosos mares do lado eclipsado da existência humana
que nos banham de uma imensa e intensa misantropia. Embarquem nesta sublime descensão
às entranhas de um Cosmos falecido e soterrado onde só a solitude impera na companhia de
uma guitarra grandiosa que se enegrece, agiganta e envaidece em riffs vultosos, epopeicos e majestosos,
e se transvia e excede na admirável construção e condução de solos desvairados,
prodigiosos, rutilantes e arrebatadores que combatem toda a cerrada neblina que
envolve ‘Eye the Tide’. Balanceiem os vossos corpos absortos à boleia
de um baixo magnetizante de pulsante, musculada, tensa e reverberante ondulação,
pendulem pesadamente a cabeça de ombro a ombro na instintiva resposta a uma
bateria fulgurante movida e nutrida a uma ritmicidade dinâmica e empolgante, e
intriguem-se por entre a alma de uma voz tanto doce, melódica e relaxada quanto
áspera, ardente e irritada. De louvar ainda o expressivo artwork – ilustrado pelo talentoso e inimitável artista polaco Maciej Kamuda (responsável único
pelos trabalhos visuais de toda a discografia da banda) – que tão bem
transporta para o campo visual tudo o que a musicalidade de ‘Eye
the Tide’ pincela no imaginário do ouvinte. Este é um álbum que nos
arrasta consigo numa fascinante viagem evolutiva pela beleza da tristeza que em
nós provoca toda uma experiência imersiva. Deixem-se levar e encantar pela torrente
de Spaceslug e testemunhem todo o desarmante
misticismo emanado por um dos mais hipnóticos e apaixonantes álbuns lançados em
2018.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
quarta-feira, 18 de julho de 2018
terça-feira, 17 de julho de 2018
Review: ⚡ Rito Verdugo - 'Cosmos' (2018) ⚡
Da cidade-capital de Lima (no Peru) chega-nos ‘Cosmos’, o potente álbum de estreia
do jovem e promissor quarteto Rito Verdugo.
Lançado no início do presente mês de Julho em formato digital através da sua
página oficial de Bandcamp e com uma
edição especial em formato de CD pelo influente selo discográfico local Necio Records prestes a conhecer a luz
do dia, este primeiro trabalho da formação peruana vem nutrido e robustecido de
um galopante, poderoso e inquietante Heavy
Psych com claras influências de um ardente, tonificado, ritmado e alucinante
Stoner Rock à boa moda dos 90’s. A
sua sonoridade intensa e vibrante – de textura desértica, temperatura veraneia e
ritmicidade frenética – tem a capacidade de nos sacudir, detonar e arremessar para
os domínios gravitacionais de um Sol vulcânico. A sua produção lo-fi dá-lhe uma áspera, crua, poeirenta
e nebulosa saturação que mareia e incendeia os nove temas que orbitam este ‘Cosmos’.
São cerca de 42 minutos bafejados e bronzeados por uma radiação psicotrópica que
nos remexe, enfurece e atordoa. Sintam o tórrido, colérico e escarpado rugido
de duas guitarras que se auxiliam na imponente cimentação de obscuros, vigorosos,
tirânicos e ostentosos riffs, e se disseminam
na sónica libertação de alucinantes, ácidos e penetrantes solos capazes de
esgrimir e esbater a nossa lucidez. Banhem-se na tensa e sísmica reverberação de
um baixo movido a linhas sombrias, ondulantes e magnetizantes. Destravem a
cabeça à empolgante boleia de uma bateria explosiva, dinâmica e erosiva que atiça
e empola todos os momentos do álbum, e intriguem-se com os vocais distorcidos,
ecoantes, distantes e incisivos que sobrevoam toda a radiosa neblina de Rito Verdugo. Este é um álbum verdadeiramente
entusiasmante que nos inflama e retira o fôlego do primeiro ao último minuto.
Um disco de propensão ousada e ofensiva que vem enriquecer o que de melhor se faz dentro
deste espectro musical na América do Sul.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
domingo, 15 de julho de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Review: ⚡ Jack Harlon & The Dead Crows - 'Hymns' (2018) ⚡
Da cidade australiana de Bendigo (localizada no estado de Victoria) chega-nos ‘Hymns’,
o prodigioso álbum de estreia da fascinante formação Jack Harlon & The Dead Crows. Lançado muito recentemente em
formato físico de vinil (numa edição ultra-limitada a 250 cópias existentes) e
em formato digital através da sua página oficial de Bandcamp, este primeiro trabalho de longa duração vem embebido num
carnavalesco sortido de sonoridades de onde sobressai um delirante, ácido e
intoxicante Heavy Psych, um quente,
enigmático e dançante Surf Rock, um
vigoroso, atraente e ostentoso Heavy
Blues e ainda um nebuloso, morfínico e pantanoso Psych Doom. Um álbum composto por uma narrativa complexa, mas
imensamente progressiva e cativante, que se desenvolve de um reluzente,
bronzeado e ofuscante deserto calejado pelo Sol vigilante ao mais profundo e
vertiginoso negrume do solo cósmico. Acompanhem esta encantadora digressão
destes quatro cowboys de coldre
desapertado e instrumentos empunhados, e deixem-se empoeirar e sublimar pela
misticidade western’eana que climatiza
a ambiência sonora de ‘Hymns’. É de pés descalços
atravessando longos desertos de areias aveludadas, fervilhantes e laranjadas, e
cabeceando os mais longínquos astros perpetuados na imensa vacuidade do
território sideral que nos passeamos e deslumbramos ao longo deste majestoso
álbum. Deixem-se enlevar e intoxicar pelos exuberantes, coloridos e
extravagantes bailados de duas guitarras embriagadas que vomitam solos
borbulhantes, alucinógenos e trepidantes, e se amuralham na criação de
intrigantes, extraordinários e inflamantes riffs.
Pendulem o vosso corpo pesado e temulento na instintiva resposta à reverberante
ondulação exalada de um baixo detidamente entregue a linhas sussurrantes,
robustas, densas e absorventes. Desatem a vossa cabeça embaciada à redentora
boleia de uma bateria soberbamente movida a potência, dinamismo e efervescência,
e deixem-se desmaiar e mergulhar na penetrante toxicidade trazida à tona desta
intensa narcose por uma voz ecoante, distorcida, avinagrada e hipnotizante. De
destacar ainda pela positiva o burlesco e colorido artwork – a fazer lembrar a arte que tão bem maquilha e embeleza os dois álbuns da
saudosa banda canadiana Quest For Fire
– brilhantemente pintado pelo inconfundível e inimitável Adam Burke. Este é um álbum tremendamente encantador que nos mantém
a ele atrelados do primeiro ao derradeiro tema. Uma verdadeira hipnose na qual
escorregamos e dificilmente regressamos. Um dos meus álbuns favoritos de 2018
está aqui, na arrebatadora e lodacenta alma de ‘Hymns’. Sujem-se na sua viscosa
magia.
quinta-feira, 12 de julho de 2018
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Review: ⚡ Stew - 'Hot' EP (2018) ⚡
Da pequena cidade de Lindsberg (Suécia) chega-nos ‘Hot’, o abrasador EP de estreia do jovem power-trio Stew. Lançado no passado dia 1 de Junho unicamente em formato
digital através da sua página oficial de Bandcamp,
este fascinante registo ostenta um quente, sedutor e apaixonante Blues Rock em erótica parceria e
harmonia com um vigoroso, enérgico e poderoso Classic Rock resgatado aos dourados 70’s. A sua sonoridade afável, inflamante,
perfumada e estimulante balanceia-se e norteia-se por entre a suavizante, arrebatadora
e embriagante melosidade que nos embrulha e pacifica, e a robusta, intensa e efervescente
pujança que nos atiça e excita sem qualquer moderação. E é neste equilíbrio de forças que o ouvinte se
passeia e deleita do primeiro ao derradeiro tema. São cerca de 17 minutos – devidamente
distribuídos pelos quatro temas que o incorporam – embebidos numa magnetizante,
adorável e extasiante ambiência que nos coloca a alma e ouvidos em constante
salivação. Há algo de verdadeiramente mágico e edénico na essência de ‘Hot’
que nos faz ouvi-lo e digeri-lo completamente envidraçados e entorpecidos por
uma imperturbável e duradoura sensação de bem-estar. Vivenciem toda paradísica fragância
exalada por uma guitarra movida a majestosos, exuberantes e primorosos acordes,
e vistosos, sublimes e venenosos solos de inenarrável beleza, um baixo dançante
e de bafagem oscilante, espessa e reverberante, uma bateria pomposa de refinada,
comovente e harmoniosa orientação rítmica, e ainda uns vocais felinos – temperados
e oleados a paixão, doçura, fervor e formosura – que conferem toda uma agradável
veia Soul à quimérica atmosfera musical
deste tridente nórdico. Empoeirem-se na revivalista misticidade de Stew e testemunhem toda a irretocável opulência
de um dos mais saborosos e auspiciosos EP’s
lançados até ao momento em 2018.