quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Review: ⚡ Dirty Streets - ‘Distractions’ (2018) ⚡

De Memphis – a cidade mais populosa do estado norte-americano do Tennessee – chega-nos a nova destilação sonora do já carismático power-trio Dirty Streets. Depois de em 2015 ter lançado ‘White Horse’ (examinado e reverenciado aqui), esta adorável formação de instrumentos afinados e governados pelo bom e velho Blues está de volta com o seu novo e quarto álbum designado ‘Distractions’. Apresentado no passado dia 14 de Setembro sob a forma digital (através da sua página oficial de Bandcamp) bem como nos formatos físicos de CD e vinil (este último reduzido à prensagem de apenas 300 cópias disponíveis), ‘Distractions’ exibe um requintado, erótico, ardente e deliciosamente ritmado Blues Rock de descendência clássica e em harmoniosa cumplicidade com um oleado, robusto, dinâmico e torneado Hard Rock de inspiração setentista, e um emocionante, melódico e contagiante Soul nascido da fusão entre o Rhythm & Blues e o Gospel. A sua sonoridade elegante, carismática e apaixonante – tingida e lavrada por uma atmosfera de natureza vintage – causa no ouvinte um entusiasmante fascínio que – de sorriso desenhado no rosto, olhar semi-cerrado e levemente embriagado, e cabeça detidamente entregue a um movimento pendular que a balanceia de ombro a ombro – o mantem hipnotizado e extasiado da primeira à derradeira balada. Herdeiros de nomes incontornáveis dos dourados e consagrados 60’s e 70’s tais como Cactus, Mountain, Bluee Cheer, MC5, James Brown, Leafhound, Grand Funk Railroad e Jimi Hendrix, os Dirty Streets hasteiam uma primorosa musicalidade atestada de sublimação, sentimento e vibração. Deixem-se perfumar, envolver e conquistar por uma vistosa e primorosa guitarra que se enfatiza em atraentes, agradáveis, calorosos e serpenteantes riffs e se esquiva em solos verdadeiramente estonteantes, irresistíveis e impactantes, um baixo groovy de dançantes, robustas e pulsantes linhas conduzidas a volúpia, uma empolgante bateria soberbamente movimentada a tecnicidade, subtiliza, leveza e excentricidade, e ainda uma voz docemente melodiosa, aveludada, jovial e garbosa que cavalga com distinção toda esta espantosa e eloquente performance. ‘Distractions’ foi-me um caso de amor à primeira audição, e que – com o acumular de renovadas escutas – tem subido variados degraus na admiração que há muito nutro pela banda natural de Tennessee. Bronzeiem-se na fogosa resplandecência de Dirty Streets e experienciem com total entrega e devoção um dos mais cativantes discos lançados em 2018.

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