Conheci The Dirty Streets algures em 2010 depois de tropeçar no seu álbum
de estreia “Portrait Of A Man” (lançado no final de 2009). Esse álbum foi
rodado de forma persistente sem nunca deixar esmorecer o encanto que me
avassalara logo na primeira audição. Desde então que fui escoltando
religiosamente este power-trio
natural da cidade de Memphis
(Tennessee, EUA) e comungando todos os discos que a banda ia produzindo.
Mantendo o rigor no intervalo de dois anos que distancia todos os seus
registos, seria expectável o nascimento de um novo álbum em 2015. E assim
aconteceu, os agora Dirty Streets (sem
“The”) lançavam o seu mais recente trabalho “White Horse” via Alive Naturalsound Records. Fieis ao Blues rebelde, bem-disposto e entusiástico
aliado ao Psych Rock deslumbrante e eletrizante
que tão bem caracterizam o passado da banda norte-americana, Dirty Streets tem em “White
Horse” o amadurecimento da sua sonoridade. Este é um disco que
dificilmente não agradará aos velhos apreciadores da banda e a novos ouvintes
que nele esbarrem a sua atenção. Grande parte dos temas que compõem “White
Horse” vêm sobrecarregados de um Psych Blues
intoxicante que depressa nos obriga a dança-lo de forma extravagante e emotiva,
enquanto que outros encerram serenas, apaixonantes e formosas baladas que nos
estarrecem. Delirem ao som de uma guitarra indomável que se agita
freneticamente com os seus solos excitantes e riffs de uma elegância singular. Deixem-se hipnotizar pelo balanceamento
rítmico de um baixo dinâmico, robusto e criativo que se enfatiza com admirável exuberância.
Desprendam-se ao som de uma bateria inquieta e estimulante, conduzida com
desarmante exaltação, que nos injecta uma verdadeira dose de adrenalina. Venerem
a voz torneada, rouca e mélica que se enleva com sensualidade nesta desgovernada
hemorragia de prazer. Este é um disco tremendamente provocante que nos sacode do
primeiro ao último tema. Bebam sem moderação este ardente trago de Blues
euforizante dado pelo nome de “White Horse” e extraviem-se pelas místicas
estradas do Epicurismo.
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