sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Review: ⚡ Dunbarrow - 'II' (2018) ⚡

Da Noruega acaba de chegar um dos discos por mim mais aguardados de 2018. Falo do novo e segundo álbum ‘II’ do quinteto nórdico Dunbarrow, lançado hoje mesmo pela mão do selo discográfico norte-americano RidingEasy Records nos formatos físicos de CD e vinil (este último com uma prensagem limitada a 300 cópias existentes para cada uma das duas versões disponíveis). Depois de em 2016 ter dissecado e exultado o seu tão desejado álbum de estreia (review aqui), foi com uma crescente expectativa que esperei por este seu sucessor, e o resultado não poderia ser mais do meu agrado. Baseado num imperioso, sombrio e tenebroso Proto-Doom de evocação setentista em parceria com um intrigante, luciférico e provocante Heavy Blues, este ‘II’ encerra uma sonoridade intensamente ritualística de feições Pentagram’icas, Sabbath’icas e Witchcraft’eanas que nos respira, nebuliza e magnetiza com ímpeto e prontidão. São cerca de 34 minutos assombrados e climatizados por uma atmosfera enigmática, profana, ocultista e tirânica onde desfilam e se enfatizam duas guitarras inquisidoras que se entrelaçam na criação e condução de riffs luxuosos, pesarosos, principescos e tenebrosos, e se dispersam na emancipação de uivantes, majestosos e trepidantes solos, um baixo bafejante de compleição robusta, tensa, soberana e pulsante que diligencia, executa e fortalece o riff-base, uma opulenta bateria de galope desembaraçado, acrobático e soberbamente ritmado, e uma voz gélida, temperada, melódica e avinagrada (a fazer lembrar a tonalidade vocal de um Magnus Pelander) que se passeia e prazenteia ao longo de toda esta demoníaca liturgia. ‘II’ é um álbum de essência envolvente, altiva, enigmática e hipnotizante que nos arrebata, atordoa, dilata as pupilas, asfixia e lapidifica do primeiro ao derradeiro minuto. Um registo egrégio onde paira um pavoroso e faustoso negrume capaz de soterrar, eclipsar e inebriar toda a alma que nele se refugiar. Um dos meus títulos favoritos deste ano está aqui, no influente e conturbado ego da inspirada e enfeitiçada nova obra dos vikings Dunbarrow. Comunguem-no e adorem-no. Amém.

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