terça-feira, 21 de abril de 2020

Review: ⚡ Frozen Planet 1969 - 'Cold Hand Of A Gambling Man' (2020) ⚡

Da cidade de Sydney (Austrália) chega-nos mais um renovado capítulo folheado pelas intuitivas, envolventes, viajantes e criativas jam's de natureza exclusivamente instrumental, superiormente nutridas e conduzidas pelo inesgotável power-trio Frozen Planet 1969, que desde o já longínquo ano de 2013 deflagram toda a extensão discográfica da banda. Intitulado de ‘Cold Hand Of A Gambling Man’ e com a data do seu lançamento oficial tripartida pelos diferentes formatos que o representam: digital (disponível a partir de amanhã, 22 de Abril, pela mão do selo caseiro Pepper Shaker Records), CD (agendado para o próximo dia 29 de Abril igualmente através do seu selo autoral Pepper Shaker Records) e vinil (este último adiado apenas para dia 15 de Maio pela mão da editora holandesa HeadSpin Records), este novo álbum da produtiva e inventiva formação australiana simboliza a sequela conceptual – como o seu artwork assim denuncia – principiada pelo seu antepenúltimo trabalho ‘The Heavy Medicinal Grand Exposition’ aqui devidamente desconstruído e elogiado em 2018. A par do que acontece com os seus numerosos antecessores, ‘Cold Hand Of A Gambling Man’ vem oxigenado por um evolutivo, magnetizante, sideral e imersivo Heavy Psych de instrumentos farolizados e influenciados pelas incandescentes fornalhas estelares que combatem de forma desigual todo o inestimável negrume cósmico. De cabeça pesadamente arremessada para um constante movimento pendular de ombro a ombro e alma inteiramente enfeitiçada e exorcizada pela mística e enigmática radiância astral, somos atrelados à absorvente, convidativa, lenitiva e eloquente sonoridade de Frozen Planet 1969, e vagueados pela expansiva vacuidade de um Cosmos bocejante. Deixem-se embalar, siderar e extasiar pelo exótico experimentalismo transpirado e desdobrado por uma intoxicante guitarra de semente alienígena que se esvaia em atordoantes, desfigurados, ácidos e delirantes solos, pela magnética ressonância vociferada por um baixo ronronante que se carrega ao volante de linhas pulsantes, densas, fluídas e ondeantes, e pela ritmicidade Funky trauteada e pavoneada por uma bateria relaxante, deleitosa, engenhosa e reconfortante. De espalhar também a apologia pelo detalhado, animado e fantástico artwork de créditos apontados ao artista gráfico John Debono-Cullen (igualmente responsável pelo visual do primeiro álbum pertencente a esta sequela). ‘Cold Hand Of A Gambling Man’ tem a edénica capacidade de nos oscilar entre uma mélica lisergia e uma anestésica euforia. Sintam-se perecer num súbito desmaio de prazer e embevecer ao apaladado sabor das etéreas brisas suspiradas pelos obstinados Frozen Planet 1969 e as suas tão características jam's.

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