quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Review: ⚡ Frozen Planet 1969 - ‘The Heavy Medicinal Grand Exposition’ (2018) ⚡

O tridente australiano Frozen Planet 1969 está de regresso com ‘The Heavy Medicinal Grand Exposition’, o seu sexto álbum de estúdio. Lançado no início do presente mês de Novembro nos formatos físicos de CD (via Pepper Shaker Records) e vinil (via HeadSpin Records), este novo registo vem dar continuidade à sua envolvente e evolutiva digressão espacial. Baseados em extensíveis jam’s extraplanetárias de onde se apalada um alucinante, hipnótico e viajante Heavy Psych empoeirado por um meditativo, narcotizante e lenitivo Space Rock, estes três astronautas sediados na cidade de Sydney têm a capacidade nos catapultar num vertiginoso mergulho cósmico pela incomensurável vacuidade sideral. A sua sonoridade etérea e espacial – tricotada a misticismo, sublimidade e exotismo – transcende o ouvinte para uma intrigante atmosfera alienígena que o lapidifica e enfeitiça. São 45 minutos de uma feérica aventura pela inexplorada intimidade celestial, onde solitários astros nos gravitam e incandescentes fornalhas estelares nos farolizam e magnetizam pelo denso e nebuloso negrume ultraterrestre. Recostem-se confortavelmente, respirem pausada e profundamente, desmaiem as pálpebras e sintam-se escorregar neste poderoso vórtice à incrível boleia de uma virtuosa guitarra conduzida a experimentalismo que se exterioriza em delirantes, impressionantes e inesgotáveis solos, um baixo modorrento de linhas vagarosas, oscilantes, penetrantes e ociosas que se carrega pesadamente, e uma bateria circense de incursões extravagantes, habilidosas, majestosas e excitantes. É-me ainda obrigatório estender o elogio ao vistoso artwork de traço expressivo, original e criativo pertencente ao artista gráfico John Debono-Cullen. É demasiado fácil deixarmo-nos absorver e enlevar pela inebriante fragância sonora de ‘The Heavy Medicinal Grand Exposition’. Sintam-se escoar pelos labirínticos canais que irrigam toda esta profunda hipnose e desaguar nos aveludados braços do transe espiritual. Um dos álbuns mais agradáveis de 2018 está aqui, na renovada experiência mental copiosamente pensada e executada pelos australianos Frozen Planet 1969. Uma verdadeira terapia via auditiva que massajará toda a alma que nele ingressar.

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