terça-feira, 1 de novembro de 2022

Review: 💄 White Coven - 'White Coven' (2022) 💄

★★★★

Quatro anos volvidos sobre o lançamento do triunfante álbum de estreia ‘Overseas’ forjado pelo populoso colectivo espanhol White Coven (aqui trazido e reverenciado), a formação domiciliada na cidade de Saragoça regressa à estrada com a apresentação do seu muito aguardado segundo trabalho de longa duração, de designação homónima, sob a imediata forma de CD e digital, e ainda numa futura edição em vinil já em produção. Seguindo as pisadas do seu antecessor, ‘White Coven’ vem embrulhado numa estética e carismática fragância revivalista de autêntico espírito setentista, de onde sobressai a gloriosa comunhão entre um charmoso, reinante, odoroso e extravagante Classic Rock de contagiante swing Funk e inflamante infusão Blues – a fazer recordar os grupos suecos Blues Pills, Siena Root e Heavy Feather – e um provocante, sinuoso, vaidoso e galvanizante Prog Rock que espelha toda a indiscreta inspiração trazida dos icónicos Deep Purple. Baloiçada entre açucaradas, delicadas e hidratantes baladas de brilho Soul que confortam corações amarrotados, e picantes, fogosas e atordoantes galopadas que em nós libertam uma euforia contida, a sonoridade gourmet, buliçosa e erudita de White Coven é oxigenada por uma reparadora frescura e dançada a libidinosa formosura. Toda uma monção de aromas que nos assaltam e enfeitiçam ao longo dos seus 43 minutos de duração. Na tecelagem desta simétrica obra de alta costura, estão três guitarras refinadas que se entrançam na ascensão de majestosos, sorridentes e glamorosos riffs e desenlaçam na orgásmica condução de gritantes, fugidios e alucinantes solos de suor latino, um teclado jupiteriano de arquejos espumosos, aquosos e imersivos, um baixo magnetizante de linhas quentes, elásticas e ondeantes, uma exótica bateria de clima tropical que se enfatiza numa ritmicidade radiante, expedita e vibrante, e ainda uma voz rainha de tonalidade amarelecida, sumptuosa candura e encorpada estatura que abrilhanta com incessante e ofuscante vitalidade este irresistível néctar sonoro. Este é um álbum verdadeiramente belo e apaixonante que vive do requinte e da gentileza. Um disco envernizado a mélica sedução e sufocante doçura que nos incendeia com brandura. Dissolvam-se e revolvam-se no afrodisíaco groove de ‘White Coven’ e vivenciem todo o vulcânico esplendor de um dos mais grandiosos registos lançados em 2022.

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