segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Review: ⚡ White Coven - ‘Overseas’ (2018) ⚡

Da cidade espanhola de Saragoça chega-nos a inebriante fragância tingida a revivalismo de White Coven com o seu adorável álbum de estreia ‘Overseas’. Oficialmente lançado na segunda metade do passado mês de Outubro em formato digital e sob a forma física de uma bonita edição em CD – promovida pelo selo discográfico espanhol Surnia Records, plantado na cidade sulista e costeira de Alicante – este belo disco ostenta um requintado, sublime, majestoso e superiormente orquestrado Classic Rock de essência setentista em harmoniosa e copiosa comunhão com um fascinante, erótico, aromático e dançante Prog Rock de aparência vintage, e ainda um mélico, agradável, cativante e carismático Blues Rock entoado na forma de balada. ‘Overseas’ tem o dom de resgatar aos dourados anos 60 e 70 todo o seu gracioso, boémio e radioso misticismo e espelhar esse mesmo estado de espírito na sua sonoridade. São cerca de 50 minutos ensolarados, temperados e extasiados por uma edénica e epopeica majestosidade que nos banha de luz, seduz e conduz por toda esta poderosa e fabulosa narrativa. Sintam uma crescente agitação marear a vossa emoção, e a vossa alma entregue a um constante estádio de deslumbramento e salivação ao som brilhantemente conjugado entre três guitarras primorosas que se enfatizam em elegantes, principescos e envolventes acordes, e transcendentes, estonteantes e vistosos solos de desarmante beleza, um baixo diligente de reverberação robusta, carregada e fluída, uma bateria jazzística locomovida a um toque cintilante, polido, acrobático e provocante, um teclado de bailados extravagantes, deslumbrantes e agitados, e uma voz corpulenta, doce e liderante – portadora de uma classe inegável, uma amplitude extraordinária e uma ternura venerável – que intensifica toda a primazia, beleza e encanto destilados pelo ‘Overseas’. É-me ainda imperativo destacar e elogiar o esplêndido e notável artwork que com a sua singular formosura de índole mitológica traduzira com plena precisão para o campo visual tudo aquilo que a romanesca musicalidade de White Coven nos segreda e constrói no nosso imaginário. Este é um álbum nutrido e conduzido a volúpia e capricho, e que certamente namorará e conquistará todo aquele que nele se ancorar. Uma das mais distintas surpresas musicais do ano está aqui, na consumada nobreza de ‘Overseas’. Velejem-no com inteira entrega e paixão.

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