quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ Sageness - 'Akmé‘ (2019) ⚡
Depois de em 2017 terem
apresentado o seu agradável álbum de estreia (devidamente desconstruído e aclamado aqui),
os espanhóis Sageness regressam
agora com o seu incrível sucessor apelidado de ‘Akmé’. Lançado muito
recentemente sob a forma física de CD (numa estética edição autoral, ultra-reduzida
à prensagem de apenas 100 cópias disponíveis) através da sua página de Bandcamp oficial, este novo álbum da
formação leonesa sediada na cidade de León
encerra um atraente, ensolarado e deslumbrante Psych Rock de mãos dadas com um tântrico, contemplativo e cinematográfico
Post-Rock que se desenvolvem para um
fogoso, enérgico e vigoroso Heavy Psych
de propensão estelar. A sua sonoridade de receita instrumental – atestada de um
intoxicante misticismo – tem o dom de nos transcender numa fabulosa e evolutiva
odisseia espacial, driblando o abraço gravitacional dos astros e içando a nossa
consciência ao sabor dos ventos que nos velejam na vertiginosa direcção de um
firmamento desdobrado pela infinidade adentro. Recostem-se confortavelmente, respirem
pausada e profundamente, selem o olhar e balanceiem o vosso corpo enfeitiçado à
envolvente e extasiante boleia de uma guitarra profética que se esperneia em contagiantes,
adoráveis, afáveis e fascinantes riffs,
e vomita borbulhantes, psicotrópicos, hipnóticos e delirantes solos, um baixo
murmurante, ondulado e pulsante de linhas movidas a robustez e fluidez, e uma
bateria soberbamente expressiva que com um toque cintilante, polido e ligeiro tiquetaqueia
e esporeia toda esta majestosa digressão pelo quimérico universo de ‘Akmé’.
E se é com uma pronta facilidade que nos deixamos dissolver e enternecer na apaixonante
musicalidade deste álbum, é com igual naturalidade que os nossos olhos se
deixam maravilhar e deleitar com o magnânimo artwork exemplarmente reflectido e lavrado pelo talentoso ilustrador
português Diogo Soares, mergulhando no
seu cósmico e geométrico portal de natureza espiritual e naufragando pelo negro e pacífico oceano
sideral que o mesmo ostenta. Este é um álbum desenhado a lubricidade que nos faroliza, cega e
eteriza com a sua intensa luminosidade. Embrenhem-se na sublimada liturgia
celestial superiormente rezada e liderada por Sageness e caminhem livremente pelas suas imensas paisagens sonoras
de beleza e requinte a perder de vista. Este é seguramente um dos meus registos
favoritos nascidos no presente ano, e que aponta a uma posição de grande
destaque na listagem final dos melhores álbuns de 2019.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ The Druids - 'Totem‘ (2019) ⚡
De White Oak (Maryland, EUA) chega-nos o portentoso álbum de
estreia do quarteto The Druids.
Lançado no passado dia 22 de Fevereiro unicamente em formato digital e através
da sua página de Bandcamp oficial, ‘Totem’
vem abastecido de um nebuloso, obscuro, carregado e poderoso Heavy Rock de indiscretas feições Sabbath’icas em harmoniosa combinação com um viajante,
alucinógeno e intrigante Heavy Psych
que nos envolve, revolve e catapulta na vertiginosa direcção dos astros. A sua
sonoridade pendula entre um condensado, tenso e tonificado negrume de
reverberante ressonância que nos oprime, enluta e amortalha, e um efervescente,
libertador e arrebatador dilúvio de ácido psicadelismo que nos sacode, implode
e transcende pela vasta intimidade do cosmos. E é esta fascinante alternância entre os dois estádios sonoros tão
diferenciados que faz de ‘Totem’ um álbum verdadeiramente
impactante. Dissolvam-se nos luciféricos bailados entre duas guitarras
proféticas que se enfatizam em tirânicos, xamânicos e massivos riffs de onde se ramificam transviantes,
atordoantes e altivos solos, um monolítico baixo de bafagem ardente, sombreada
e possante, uma bateria descomplicada de galope relaxado e compenetrado, e uma
voz avinagrada, hipnótica, diabrina e enregelada que contrasta na perfeição com a turva e obesa
radiação fumegada pelo instrumental. Este é um álbum de natureza enigmática e ritualística
que tanto nos induz e soterra numa profunda e morfínica narcose oxigenada e
saturada por uma atmosfera febril, como nos pontapeia, sobressalta e incendeia
de uma desmoderada e desnorteada euforia. Comunguem e idolatrem todo este
religioso talismã – forjado e hasteado pelos norte-americanos The Druids – e sintam-se mergulhar num fervilhante,
borbulhante e corrosivo caldeirão que vos escaldará a lucidez e atestará de
embriaguez. ‘Totem’ é um registo magnetizante que vos manterá de corpo
sedado e pupilas dilatadas neste horripilante e esverdeado pesadelo acordado. Uma estreia muito auspiciosa (no que à produção de trabalhos de longa duração diz respeito) para estes quatro jovens druidas de instrumentos empunhados e feitiçaria praticada.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ Birdstone - 'Seer‘ (2019) ⚡
Da cidade francesa de Tours chega-nos a mélica e edénica fragância
do jovem power-trio Birdstone com a apresentação do seu
incrível álbum de estreia intitulado de ‘Seer’. Lançado hoje mesmo sob a
forma digital (via Bandcamp) e nos
formatos físicos de CD e vinil (via Bigcartel),
este seu primeiro trabalho de longa duração encerra um poderoso, místico, ritualístico
e ostentoso Heavy Blues de alma
revivalista que me dilatara as pupilas e desenhara um incontrariável sorriso no
rosto. Sendo eu um intratável apaixonado por esta tão carismática casta do
saudoso e espirituoso Blues, não
poderia passar por ‘Seed’ sem que o mesmo me agarrasse pelos colarinhos e cortejasse
de forma exuberante. A sua sonoridade harmoniosa, doce, requintada e sedosa –
tricotada a uma delicadeza e destreza verdadeiramente enternecedoras – tem o
dom de nos inebriar e sublimar com a sua loquacidade sonora. De ouvidos a
salivar e alma estacionada num imperturbável estádio de bem-estar, somos
passeados e acariciados pelas suas baladas que alternam entre a gentileza e a
rudeza, a tranquilidade e o frenesim, o brando e o vigoroso, sem nunca perder a
majestosa elegância que norteia e incendeia todo o álbum. São cerca de 44
minutos climatizados e aureolados por uma atraente radiância capaz de persuadir
e conquistar o mais frio dos ouvintes. Percam-se na desarmante extravagância
exalada por uma guitarra erótica que se enfatiza e envaidece com os seus airosos,
dançantes, revigorantes e prazerosos riffs
de onde florescem fogosos, deslumbrantes, penetrantes e virtuosos solos,
balanceiem o vosso corpo temulento ao ritmo de um magnetizante baixo desenhado
e conduzido a linhas influentes, torneadas, onduladas e salientes, destravem a
cabeça na empolgante e atordoante perseguição a uma talentosa bateria
locomovida a inventivas, dinâmicas, altivas e desembaraçadas acrobacias, e
comovam-se com uma charmosa, melificada, lubrificada e portentosa voz que vos perturbará
e namorará do primeiro ao derradeiro tema. De destacar e louvar ainda o luxuoso
artwork – caprichosamente detalhado pelo
afamado duo parisiense Vaderetro –
que empresta a esta obra-prima toda uma distinta primazia visual onde o nosso
olhar se debruça e deleita. ‘Seer’ é um álbum inteiramente pensado
e orquestrado à minha imagem. Um registo desmesuradamente epopeico que me envolvera
e intrigara sem a mais pequena moderação. Regresso dele completamente embebido
na sua contagiante sumptuosidade e rendido à sua absoluta qualidade. Muito
provavelmente o meu álbum favorito hasteado até ao momento ainda curto, mas já muito
frutífero ano de 2019. Banhem-se na copiosa grandiosidade transpirada por Birdstone, e testemunhem detida e
apaixonadamente esta surpreendente estreia deste recente, mas muito promissor tridente
de origem francesa.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ The Spacious Mind - 'The No. 4 Or 5 Gravy Band‘ (2019) ⚡
É ainda de lucidez embaciada,
corpo anestesiado e alma transviada pelas profundezas do Cosmos sideral que vos
escrevo estas palavras na intensa e duradoura ressaca em mim deixada pelo ‘The
No. 4 Or 5 Gravy Band’, o novo álbum dos históricos eremitas suecos The Spacious Mind. Lançado no passado
dia 11 de Fevereiro através do selo discográfico brasileiro Essence Music no formato físico de
vinil (repartido em três edição muito apelativas e ultra-limitadas a 100 cópias
disponíveis cada), este novo capítulo da fabulosa odisseia principiada por
estes astronautas nórdicos já no inicio dos anos 90 vem saturado e perfumado de
uma absorvente e deslumbrante lisergia fielmente extraída da atmosfera vivida
na californiana cidade de São Francisco durante a segunda metade dos anos 60. Climatizado
e oxigenado por uma mística ambiência sonora – de onde sobressai um meditativo,
envolvente e lenitivo Krautrock, um
outonal, plácido e estival Acid Folk,
um viajante, alienígena e intrigante Space
Rock, e ainda um fascinante, agradável e narcotizante Psych Rock de natureza revivalista – este ‘The No. 4 Or 5 Gravy Band’
tem a capacidade de prender, relaxar, embevecer e desancorar a consciência do
ouvinte num vertiginoso mergulho espacial pelo imenso negrume do Cosmos sonolento.
Sintam-se transcender por entre astros solitários e estrelas desfalecidas, numa
melancólica e morfínica digressão espiritual que vos massajará o cerebelo e embriagará
os sentidos. Aprisionados e encantados por esta sublime atmosfera Pink
Floyd’eana de cadência
repetitiva e essência epicurista, somos canalizados numa labiríntica hipnose
que nos escoa de encontro ao transe
religioso. Inalem todo este êxtase onírico à arrebatadora boleia de duas
guitarras estelares que se exteriorizam em desarmantes, melódicos e comoventes acordes, e se enlouquecem em solos alucinados, efervescentes,
extravagantes e desgovernados, um baixo magnetizante de linhas pulsantes, fluídas
e dançantes, uma bateria tribalista de ritmicidade estável e afável, e um enfeitiçante
teclado de inquietantes, enigmáticos e delirantes bailados. Este novo álbum de The Spacious Mind encerra um religioso
e misterioso ritual de propriedades terapêuticas que nos repousa e flutua pela
infinidade de um bonançoso oceano de letargia. São cerca de 40 minutos –
distribuídos por três temas – norteados por um culto messiânico que nos conduz
ao oásis espiritual. Recostem-se confortavelmente, tombem o semblante e
deixem-se induzir pelo imaculado nirvana que este ‘The No. 4 Or 5 Gravy Band’
irradia. Não é fácil emergir desta doce inércia e reaver a lucidez que nos fora
vertida ao longo de toda esta adorável e paradisíaca liturgia.
Links:
➥ Bandcamp
➥ Essence Music
➥ Bandcamp
➥ Essence Music
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ Dr. Awkward and The Screws - 'Gettin' out of Style‘ (2019) ⚡
Da capital grega chega-nos ‘Gettin' out of Style’, o fabuloso álbum de estreia do
quarteto Dr. Awkward
and The Screws. Lançado hoje mesmo em formato físico de vinil (numa
edição de autor ultra-limitada a 300 unidades disponíveis para venda) através da
sua página oficial de Bandcamp, este
primeiro trabalho de longa duração da formação helénica transpira um fervilhante,
refinado, vistoso e empolgante Heavy
Blues de tonicidade setentista que
me prendera, enfeitiçara e conquistara logo na primeira audição que lhe
dedicara. A sua sonoridade movimentada, quente, dinâmica e apimentada
passeia-se fluída, envaidecida e livremente pelos nove temas que incorporam esta
obra-prima, magnetizando e inebriando o ouvinte com a sua mélica e enérgica
majestosidade. Existe algo de verdadeiramente sedutor neste ‘Gettin'
out of Style’ que me petrifica o olhar, intensifica o rufar dos
batimentos cardíacos e provoca todo um constante salivar da alma e ouvidos.
Desprendam a cabeça na fascinante e adorável perseguição a duas guitarras aparentadas
que se entrelaçam na criação e condução de oleados, ritmados, excitantes e
musculados riffs e dialogam em libidinosos,
alucinantes, extravagantes e frondosos solos, um baixo possante de bafagem tonificante,
tensa, volumosa e reverberante, uma bateria intrusiva de habilidosas, criativas,
incisivas e aparatosas acrobacias, e ainda uma voz diabólica, perversa, áspera
e radiofónica que domina toda esta arrebatada galopada à boa moda dos saudosos
anos 70. Este é um álbum que conjuga na perfeição o peso com a leveza, a potência
com a subtileza, e a emoção com a destreza, numa desenfreada e impactante
cavalgada que nos hipnotiza, acicata e euforiza sem a mais pequena réstia de
timidez. De aplaudir ainda o expressivo, primoroso e ostentoso artwork – superiormente arquitectado e ilustrado
pelo artista local Manster Design – que
confere rosto a este glamoroso álbum da banda sediada em Atenas. Sintam o inflamante trago de Dr. Awkward and The Screws motivar e alimentar toda uma prazerosa revolta
capaz de vos rasgar as vestes da lucidez e eclodir num redentor grito de
comoção. Este é um álbum verdadeiramente irresistível que seguramente agradará
tanto a gregos como troianos. Vulcanizem-se na chamejante alma de uma das mais extraordinárias surpresas sonoras do ano.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
sábado, 16 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ Volcano - 'The Island‘ (2019) ⚡
Da
exótica e carismática cidade de San
Diego (Califórnia, EUA) chegam-nos os ares veraneios dos
recém-formados Volcano com a tão
ansiada apresentação do seu aliciante álbum de estreia. Contando com membros
das já afamadas bandas locais Harsh Toke,
Joy e Loom, e lançado hoje mesmo através da jovem editora californiana Kommune Records (em formato digital) e
do já conceituado selo discográfico nova-iorquino Tee Pee Records (em formato físico de vinil), este fascinante, especial
e intrigante ‘The Island’ vem ensolarado e bronzeado por um dançante, tribal,
estival e serpenteante Psych Rock de
adorável clima tropical que nos instiga, namora e obriga a sambá-lo do primeiro
ao derradeiro tema. A sua sonoridade oxigenada e afagada por um deslumbrante,
vulcânico e provocante psicadelismo de ritmicidade Funky e aventurosas aproximações aos territórios setentistas do Zamrock viaja-nos num alucinante e empolgante safari pelas mais idosas selvas
africanas onde subsistem secretas tribos de culturas ancestrais. Ingressem
neste envolvente, hipnótico e delirante ritual temperado a voodoo e soberbamente rezado e orientado por uma voz messiânica e
liderante que tanto se isola como refugia por entre um populoso e luminoso coro
vocal, uma erótica guitarra de acordes voluptuosos e solos prodigiosos que nos
serpenteia, maravilha e incendeia, um perfumado e enfeitiçante teclado que nos
ludibria e extasia com os seus incitantes e extravagantes bailados, um baixo groovy compenetrado em linhas
magnetizantes, onduladas, torneadas e oscilantes que nos faz pendular a cabeça
na sua perseguição, e uma bateria tribalista aliada a um conjunto de congas que
– com as suas vivificantes, excêntricas e vibrantes acrobacias – nos sacodem e
implodem de prazer. São estes os singulares ingredientes usados nesta saborosa
receita sonora levada a cabo pelos sensacionais Volcano. Devo finalizar confessando que este é um álbum pelo qual
nutria uma crescente e inquietante expectativa só hoje integralmente saciada e cessada.
‘The
Island’ destaca-se pela sua ousada, mas bem resultada desvinculação ao
típico Heavy Psych forjado e hasteado
em San Diego, e promete fazer rufar
todos os corações que nele se albergarem. Um disco caloroso e carnavalesco – detentor
de uma alegria intensamente contagiante – que nos impulsiona a vivenciá-lo sem moderação
e venerá-lo sem condição do primeiro ao último minuto. Inebriem-se neste poderoso afrodisíaco.
Links:
➥ Website
➥ Bandcamp
➥ Tee Pee Records
➥ Website
➥ Bandcamp
➥ Tee Pee Records
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
Review: ⚡ Haunt - 'Mosaic Vision‘ EP (2019) ⚡
Da populosa cidade californiana
de Fresno chega-nos ‘Mosaic
Vision’, o novo EP do quarteto ofensivo Haunt. Depois de ter digerido e seguidamente elogiado o seu espantoso
álbum ‘Burst Into Flame’ (review
aqui) – nomeando-o, inclusive, como um dos melhores discos do passado
ano de 2018 (listagem completa aqui) – eis que estes nobres cavaleiros
da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM)
estão novamente de regresso com o lançamento deste registo de curta duração que seguramente acalmará, ainda que apenas momentaneamente, a ansiedade dos seus mais fervorosos seguidores de olhos já
ancorados no próximo dia 17 de Maio (data em que sairá oficialmente o seu tão aguardado novo álbum ‘If
Icarus Could Fly’). De instrumentos apontados a um combativo, entusiasmante,
provocante e ostensivo Heavy Metal –
fielmente trazido do final dos anos 70, onde se notabilizaram bandas como Judas Priest, Angel Witch e Iron Maiden
– os jovens e fogosos Haunt têm em ‘Mosaic
Vision’ um magnético e vivificante EP superiormente executado a destreza,
energia e leveza. De galope acelerado e esporeado a intensidade, dinamismo e
efusividade, somos levados nesta selvática cavalgada de rédeas firmemente empunhadas
e ritmo cardíaco destravado. Revolvam-se e bronzeiem-se nesta saturada e afogueada radiação ao conjugado som de duas guitarras gémeas que
se replicam na ascensão de riffs
majestosos, altivos e portentosos, e se perseguem na furiosa e assombrosa condução
de solos ziguezagueantes, imponentes e alucinantes, um baixo monolítico de
bafagem reverberante, tensa, fluída e pulsante, uma bateria explosiva de
despachadas, desenfreadas e atordoantes investidas, e ainda uma voz límpida,
melódica e oleada que se debate na perfeição por entre toda esta violenta combustão.
Este é um registo de consumo impróprio para cardíacos que atesta de euforia
todos aqueles que ousem enfrentá-lo. Sintam-se tumultuar ao redentor som de ‘Mosaic
Vision’ e eclodam numa vulcânica erupção de epinefrina via auditiva. Não
é fácil recuperar o fôlego depois de vivenciada toda esta expressiva e fervorosa ferocidade que
nos pontapeia e inflama do primeiro ao último minuto. Está assim selado mais um vultoso e marcante contributo desta sensacional banda californiana que tanto me inspira
e enamora.