Confesso sentir enorme estranheza quando me deparo com a data
de lançamento do disco de estreia dos americanos The Golden Grass. Este trio foi moldado à imagem dos áureos anos 60
e 70. Trazem o groove musculado dos
70’s e as lisérgicas e perfumadas brisas dos anos 60, numa verdadeira
colonização do melhor desenvolvido nessa incubadora temporal. A guitarra transpira
elegância com as suas indagações prazerosamente alucinantes e extasiantes, onde
oscila entre a solidez do riff e os
anestésicos e delirantes solos que provocam a salivação dos nossos ouvidos. Um
baixo cavalgante e arquejante que nos estimula com o seu groove dançante e revigorante. Uma bateria estonteante que passeia beleza
e fulgor num verdadeiro carnaval etéreo que nos adormece os sentidos e acorda todo
um universo onírico. Uma voz sessentista, petrificante e conquistadora que nos
carrega ao longo dos verdejantes planaltos woodstockeanos.
Tudo isto condensado numa visceral odisseia que nos catapulta para bem longe da
realidade. The Golden Grass
presenteia-nos com passagens verdadeiramente estarrecedoras e ternurentas. Um
disco curto mas inesquecível que se pavoneia com colossal excelência. Não vai
ser fácil ouvi-lo uma só vez.
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