segunda-feira, 30 de novembro de 2009

SLEEP, Holy Mountain

Ouvir este disco todo «pedrado» de sono (como é normal nas manhãs de segunda-feira) é tão envolvente...

Heavy, Heavy Night

Almada convocou as mais negras nuvens dos céus para a recepção a ISIS. Atravessei de barco o rio Tejo, e subi em direcção ao Incrível Almadense. O ambiente da grande sala estava espantoso. Uma densa e cinzenta nuvem habitava o seu interior. Keellhaul subiram ao palco, assumiram as suas posições, fitaram o público (que ainda se formava) e explodiram um autêntico petardo musical. Todos aqueles amplificadores pareciam insuficientes para aguentar tal descarga de músculo que a sonoridade de Keellhaul representava. Foi impossível ficar parado. O som, só por si, empurrava todos os corpos que deambulavam por ali. Muito bom. Circle, a banda seguinte, veio surpreender “toda” a plateia com a sua atitude em palco. O vocalista parecia caminhar pela pauta musical que formava o esqueleto da música. Cada tema de Circle é, deveras, complexo, com uma estrutura rítmica alternativa. Gostei de alguns fragmentos musicais. No final, aplaudi Circle pela sua estranheza, mas soube-me a pouco.”Venha Isis!” gritava a minha alma. Isis dominaram toda a atmosfera. Foi uma viagem puramente descritiva pelo maior bosque do Mundo. A força de Isis é como que uma narrativa envolvente de interpretação única e pessoal (assim a considero). Isis é uma autêntica inspiração. No regresso a Lisboa, as águas do Tejo estavam agitadas, pesadas e negras. Quando o barco atracou no cais, expirei: “Vi Isis!”

domingo, 22 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

ISIS, uma semana!

Irmã:

Tens o raro dom de proteger o que é Nosso... usa-o!

Cinema

Hoje é dia de Trois Couleurs: Bleau, Krzysztof Kieslowski

Sean Riley & The Slowriders

De forma a esquecer Atomic Bitchwax no Porto-Rio (Porto), fui ver/ouvir Sean Riley & The Slowriders ao Musicbox (Lisboa). Acabou por anestesiar, momentaneamente, a dor de não ter ido ao Porto. Foi um belo concerto da jovem banda de Coimbra. Sonoridade elegante, viajante, com muito vento e poeira. Remeteu-me para as velhas caves de Chicago nos anos 50, e para uma Road Trip pelo Texas. Muito ambiental, expressiva… Fiquei fã.

(obrigado Alex Dregen e Rita)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dias de Guadalest

Colour Haze

Noite quente. Vento viajante. Luar celestial e… Colour Haze em palco. As montanhas aplaudiram os eremitas, e eles brindaram tal comunhão tecendo uma outra galáxia. O trio germânico incendiou a noite de Guadalest e os nossos corações. A guitarra delirante de Stefan Koglek ascendeu toda a Vida que se encontrava por ali. Aquele palco foi o nosso santuário espiritual. Manifestações enteogénicas. Nem o Philipp Rasthofer estranhou as bolhas de sabão que o rodeavam. Estávamos todos no outro lado do céu. Colour Haze: Sinestesia.

Domingo

Ela adormecera. Mil faróis cruzavam-se na auto-estrada, e a chuva caía com intensidade. As nuvens desceram ao alcatrão, e a peregrinação de luzes rasgava a noite. Marcha para o céu. Aumentei o volume sonoro e entreguei-me aos velhos trilhos de Sleep. As escovas pára-brisas percorriam a longa vidraça do Cadillac, e o meu olhar procurava a consciência dentro da neblina.