segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Heavy, Heavy Night

Almada convocou as mais negras nuvens dos céus para a recepção a ISIS. Atravessei de barco o rio Tejo, e subi em direcção ao Incrível Almadense. O ambiente da grande sala estava espantoso. Uma densa e cinzenta nuvem habitava o seu interior. Keellhaul subiram ao palco, assumiram as suas posições, fitaram o público (que ainda se formava) e explodiram um autêntico petardo musical. Todos aqueles amplificadores pareciam insuficientes para aguentar tal descarga de músculo que a sonoridade de Keellhaul representava. Foi impossível ficar parado. O som, só por si, empurrava todos os corpos que deambulavam por ali. Muito bom. Circle, a banda seguinte, veio surpreender “toda” a plateia com a sua atitude em palco. O vocalista parecia caminhar pela pauta musical que formava o esqueleto da música. Cada tema de Circle é, deveras, complexo, com uma estrutura rítmica alternativa. Gostei de alguns fragmentos musicais. No final, aplaudi Circle pela sua estranheza, mas soube-me a pouco.”Venha Isis!” gritava a minha alma. Isis dominaram toda a atmosfera. Foi uma viagem puramente descritiva pelo maior bosque do Mundo. A força de Isis é como que uma narrativa envolvente de interpretação única e pessoal (assim a considero). Isis é uma autêntica inspiração. No regresso a Lisboa, as águas do Tejo estavam agitadas, pesadas e negras. Quando o barco atracou no cais, expirei: “Vi Isis!”

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