Depois de antecipadamente revelados
os temas “The Ghost” e “Black Rainbow”, não precisei de mais argumentos para me
declarar como vencido nesta luta desigual, e consequentemente encomendar o
disco na Grimoire Records. Também só o facto de na formação de Black Lung
existirem dois membros de The Flying Eyes (o baterista Elias Schutzman e o
guitarrista Adam Buffano) dava-me inabaláveis garantias quanto à aprovação deste
estreante disco de Black Lung. Naturais dos bairros cinzentos de Baltimore, este
trio trouxe – a meu ver – algo de novo ao panorama underground da música Rock.
Um disco de duração curta (cerca de 30min) mas de matéria verdadeiramente aliciante.
Black Lung é o sobrevivente da homérica luta entre o Blues e o Doom. Uma
constante e inebriante cavalgada que nos esmaga a consciência. Preparem-se para
vivenciar uma odisseia bipolar composta pela pesada e intensa radiação Doomesca que prontamente nos obriga a
soltar os cabelos, e pelas passagens requintadas e extasiantes do Psychedelic/Stoner Rock capazes de nos elevar à estratosfera da leviandade. As duas guitarras enlaçam-se
numa hipnótica e sensual dança onde desprendem solos siderais e riffs
monolíticos. Dado o admirável trabalho das duas guitarras corpulentas e omnipresentes que se complementam na perfeição, a
ausência do baixo não é sentida (ou desejada). O baterista Elias Schutzman só
aumentou a salivação da minha admiração por ele. De baquetas bem empunhadas, parte
para uma performance verdadeiramente arrebatadora e empolgante. As suas batidas
com colossal orientação rítmica estimulam-nos e convidam à sua vivência desvairada
sem qualquer reserva. De realçar – ainda – o majestoso primor dos acordes lisérgicos
das duas guitarras que se adensam e transfiguram em riffs cáusticos, montanhosos e
arrastados, vigiados por uma voz fantasmagórica que legenda com distinção toda
esta narrativa musical. Não vai ser nada fácil ouvi-lo apenas uma única vez.
Este disco correspondeu às minhas enormes expectativas. Longa vida e viagem a Black Lung que vieram para ficar e subsistir (pelo menos em mim). Um dos melhores registos do ano!
Este disco correspondeu às minhas enormes expectativas. Longa vida e viagem a Black Lung que vieram para ficar e subsistir (pelo menos em mim). Um dos melhores registos do ano!
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