Da capital húngara (Budapeste) chega-nos o primeiro álbum
de estúdio do jovem quarteto Lemurian
Folk Songs apelidado de ‘Maro’ que prende uma atmosfera
verdadeiramente envolvente, sublime e encantadora capaz de nos extasiar ao
longo dos seus 35 minutos de duração. Baseado numa agradável mistura sonora de
onde sobressaem um apurado, fascinante e balsâmico Psych Rock, um lenitivo, viajante e contemplativo Krautrock e ainda um estimulante, aprazível
e inflamante Heavy Blues, este fabuloso
álbum fertiliza a nossa alma com a sua essência psicotrópica, atraente e exótica.
Há algo de imensamente deslumbrante na bela e opulenta ambiência de ‘Maro’
que nos abraça, mitiga e conduz ao paraíso espiritual onde os nossos sentidos
se banham e deleitam. Este delicioso álbum respira e transpira a ternura, o requinte,
a harmonia e a lubricidade numa ébria exalação que nos magnetiza, seduz e
eteriza do primeiro ao último tema. Desmaiem de prazer ao aveludado, delirante
e refinado som de uma guitarra que se arrebata em mélicos, extravagantes e quiméricos
acordes e se liberta e exalta em estonteantes, ostentosos e ofuscantes solos,
um baixo robusto e reverberante de linhas dançantes, hipnóticas e pulsantes que
mareia toda esta majestosa digressão, uma voz ensolarada, melódica e delicada
que se passeia graciosamente num comovente diálogo com os restantes
instrumentos, e ainda uma bateria jazzística
de toque polido, fino e rebuscado que climatiza com sensibilidade, perícia e
criatividade todo este primoroso disco. Não há como permanecer indiferente a
toda esta lisérgica e ataráxica refulgência. ’Maro’ é um álbum
desmesuradamente caprichoso, admirável e charmoso que nos namora com vivacidade.
A banda-sonora perfeita para um final de tarde veraneio, de corpo adormecido e
relaxado, rosto bronzeado e anestesiado pelo bafo solar e alma ventilada por
uma suave e revitalizante brisa estelar. Um dos meus registos favoritos de 2017
está aqui, na apaixonante fragância sonora de ‘Maro’. Perfumem-se nele.
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